Dar um alô. O que não muda por causa de um telefonema? Aquele recado que a gente não recebeu e causou um desencontro. Ouvir a voz do namorado, lá longe, dando um alívio para a saudade... Aquela chamada que marcou a entrevista para o primeiro emprego. A fofoca que veio antes de mais ninguém da turma saber! E a desculpa esfarrapada, dizendo para a mãe que vai dormir na casa da melhor amiga... o que não muda por causa de um telefonema!
Desde o telefone convencional, tal como foi concebido por Graham Bell, até
as mais novas concepções tecnológicas, as inovações
na telefonia não pararam. Surgiram os aparelhos eletrônicos,
os sem fio, os telefones móveis e os celulares, sempre pensando em
melhorar a comunicação das pessoas e não deixar faltar
aquele alô que muda tudo.
Paralelamente, o telefone veio a se associar a outras funções,
nascendo daí a secretária eletrônica, os aparelhos de
fax e os modems para conexão à Internet, entre outros.
A tecnologia de ponta em telecomunicações permite associar
o telefone aos satélites, que ligam pontos muito distantes, e à
fibra óptica, que permite mais ligações ao mesmo tempo.
Os recursos vão mudando a cara do telefone, mas a idéia continua
a mesma: aproximar as pessoas.
"Meu Deus, isto fala!"
D. Pedro II tomou conhecimento da invenção de Graham Bell em
1876, em uma exposição na Filadélfia, em que se comemorava
o centenário da independência dos Estados Unidos. Interessado
no trabalho do físico escocês (sim, Graham Bell era físico
e era escocês!), D. Pedro quis experimentá-lo. Ao segurar o telefone,
pôde escutar Bell declamando Shakespeare e ficou espantado. Daí
surgiu a famosa frase: “Meu Deus, isto fala!”, proferida pelo
imperador do Brasil na ocasião.
O primeiro telefone chegou ao Brasil em 1877, um ano após a Exposição
do Centenário dos Estados Unidos. Segundo o Museu do Telefone da Telesp,
há dúvidas sobre onde foi instalado o primeiro aparelho: uma
versão afirma que foi na casa comercial “O Grande Mágico”,
na Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro, ligando a loja ao quartel do Corpo de
Bombeiros; outra versão diz que o primeiro aparelho foi um presente
que D. Pedro II teria recebido de Graham Bell, com uma linha do Palácio
de São Cristóvão até o centro da cidade.
Por pouco, ninguém dá bola ao telefone
Bell apresentou o telefone em um estande bastante simples para o que seria
um recurso tão importante no século XX. Na Exposição
do Centenário, na Filadélfia, Graham Bell não pôde
reservar um bom lugar para expor seu invento. Graças a um de seus financiadores
– um dos comissários da exposição – Bell
conseguiu um espaço a tempo. Mas teve que se contentar com uma singela
mesinha, na área do Departamento de Educação de Massachusetts.
Com o pouco espaço que lhe coube, por pouco o invento de Graham Bell
não passou despercebido. A exposição já estava
no final quando a comissão julgadora passou pelo estande onde ficava
o telefone. D. Pedro II fazia parte da comissão e já conhecia
o trabalho de Bell como professor de surdos-mudos. Foi o único a se
interessar pelo telefone e pediu uma demonstração. O resto,
você já sabe: “Meu Deus, isto fala!”
Não fosse por isto, talvez, Graham Bell ainda teria que esperar algum
tempo até obter reconhecimento por sua maravilhosa invenção.
Curiosidades: Concorrência entre funerárias impulsiona criação de central automática.
Almon Brown Strowger era um empresário do setor funerário que levava muito jeito para criação de aparelhos elétricos e telegráficos. Sua principal invenção se deu por causa da esperteza da mulher de seu concorrente no ramo. Ela era telefonista e, sempre que recebia pedidos de ligação para a funerária de Strowger, “por acaso” não conseguia completar a ligação.
Para acabar com as “falhas técnicas” que lhe tirava muitos clientes, Strowger criou em 1892 a central telefônica automática, a primeira do mundo, com apenas 56 telefones.
A primeira central telefônica automática do Brasil chega em 1922. Instalada em Porto Alegre, é a terceira do mundo, depois de Chicago e Nova York.
Ninguém quer telefone?
O telefone demorou para ser aceito e compreendido, até se tornar indispensável.
No início do século XX, por exemplo, a maioria da população
ainda não tinha uma clara noção do que mudaria na sociedade
após esta invenção.
Exemplo disto foi o problema das companhias telefônicas, que enfrentaram
um duro caminho até começarem a ter rentabilidade no negócio.
Para que o serviço de telefonia se tornasse mais popular, era comum
que a companhia oferecesse telefones às residências, gratuitamente.
A experiência muitas vezes era frustrante: o aparelho costumava ser
devolvido por qualquer motivo que incomodasse o indivíduo.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
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