Reconhecimento, diferencial, posicionamento, proposta, estilo de vida, conceito, sentimento, vibração, ou seja, são muitos os pontos que levam uma pessoa à escolha de determinado produto e de determinada marca. Eu costumo dizer nas minhas apresentações que, antes de conquistar a fidelidade de qualquer cliente, a busca pela preferência é uma batalha árdua, que precisa ser estratégica e que precisa aliar recursos e ideias de forma inteligente e humana.
A busca estratégica proposta no parágrafo acima, tem raiz na ideia da busca pelo poder. Parafraseando José Nivardo Júnior, em seu Livro Maquiavel – O Poder, a luta pela preferência é uma tensão permanente. É uma disputa que não cessa. É um jogo sem intervalo. A ideia da construção de uma marca na vida de uma pessoa passa pela proposta de uma permanência constante, de forma relevante e coerente, e de soluções práticas e claras que visem a uma melhor qualidade de vida no o target.
Hoje, o trabalho do profissional de marketing precisa obrigatoriamente ganhar a estética de ser o promotor de “Inteligente de mercado”. Afinal, na era espiritual do argumento e da produção de conteúdo em alta velocidade, não basta apenas o esforço de tornar-se conhecido. O grande desafio dos profissionais que exercitam essa inteligência de mercado está justamente no esforço de manter-se conhecido.
A marca traz em sua essência dois pilares que, em uma comparação livre, brotam de duas maiores aspirações do ser humano, a constituição da ideia da riqueza e o coroamento da ideia do prestígio.
Reza uma lenda de mercado que é bem explorada pelos discursos acadêmicos que um dos diretores da Coca-Cola, em uma empolgante e motivadora reunião, afirmou com força e veemência que se acontecesse uma verdadeira “catástrofe” e que dizimasse todas as fábricas da Coca-Cola espalhadas pelo planeta, eles teriam total condição para começar tudo de novo no dia seguinte. Isso seria possível simplesmente porque eles são detentores da marca Coca-Cola.
Pensando assim, podemos afirmar que a marca é um puro instrumento construído pela humanidade capaz de viabilizar o continuísmo de uma ideia e a sobrevivência de muitas organizações.
Pensamento: Construir uma marca é construir um mundo de poder.
O que diferencia na verdade uma calça jeans de outra? O que diferencia um carro de outro? Por que consumimos Pizza Hut mesmo sabendo que é o dobro do preço da pizza do estabelecimento da esquina? E o mais cômico, quando saboreamos a pizza do estabelecimento da esquina, tem uma voz interna em nossa mente que diz: “não é a Pizza Hut”.
“Construir uma marca é construir uma estética que, sendo compreendida e desejada, faz com que pessoas mudem suas atitudes em busca do acesso a esse poder constituído.”
A marca modifica o comportamento e constrói rituais. A ideia da marca destaca seres, estabelece tribos e faz brotar o desejo sub-humano por tê-la.Marcas poderosas criam praticamente uma síndrome chamada de síndrome da madrasta da Branca de Neve – Espelho, espelho meu, existe alguém no mundo com o conceito e com o estilo igual ao meu?
A ideia da construção de uma marca quando aliada com o discurso do poder, com o posicionamento coerente, com a definição clara dos meios e dos canais pertinentes ao acesso, tem como resultado a mágica composição de um mundo que conquista generalidade e que visa à proposta da universalidade.
Nas apresentações que faço na Saraiva , quando o tema é marca, tenho por costume perguntar à nova geração se alguém já ouviu falar em uma empresa chamada Mesbla? O resultado é simplesmente formidável. Pessoas nasceram depois da falência da empresa e, com um cômico sorriso estampado no rosto, afirmam um “sim” tempestivo. Mesmo sem a simbologia da marca, sem o conhecimento visual da matriz de composição da marca Mesbla, sem nunca terem tido o relacionamento com a empresa, o nome “Mesbla” é conhecido. Esse fato se dá pela conquista da universalidade que a marca conquistou.
“A ideia da marca é tão poderosa que chega a hierarquizar os indivíduos no meio social. Define o seu status quo de forma direta e definitiva.”
Na verdade a ideia da marca provoca o instinto de poder. E para essa sentença podemos compreender o conceito bem na raiz primitiva do espírito que a constrói.
Digo isso pelo fato de que quando o homem corta o cordão umbilical com a natureza e sua condição animal, brota consigo a necessidade de hierarquizar seu grupo de semelhantes, e, com isso, a capacidade e o desenvolvimento da consciência, assim também surge a ação coletiva da habilidade da criação.
Fato curioso. Por mais que o homem busque nas marcas a estética do poder e da diferenciação de seu hábitat social original, o mesmo ainda se faz parte integrante dessa sociedade, submetendo- se às regras que a rege como universo harmônico.
Assim, podemos compreender que para a escolha do uso de uma marca existe a disposição para a ideia da construção do poder, sentimento pertinente ao ser humano.
A marca tem o poder de contextualizar quem a usa dentro de uma esfera socioeconômica e ideológica, onde desperta desejos, transmite a ideia de atualização e poder de aquisição dentro de uma sociedade complexa e competitiva.
A marca por si só constrói o processo de comunicação. No momento que escolho usar uma determinada marca, comporto-me como o emissor de uma ideia, estética, estilo e comportamento de uma determinada tribo. No ato do uso, a transmissão da mensagem de poder é compreendida pela sociedade de forma clara.
“A marca busca comunicar no corpo de quem a usa a felicidade e a virtude”.
A ideia do marketing da marca é a mesma ideia daquele que busca nos cálculos os resultados planejados.
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