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terça-feira, 23 de setembro de 2014

23 de Setembro - Dia do Sorvete


Curiosidades sobre o Sorvete

Pesquisas registraram que a história do sorvete remonta a 3.000 anos na china; uma mistura de neve com suco de frutas e mel, semelhante à que conhecemos em nossos dias como raspadinha.

Documentos da época de Confúcio revelam a existência, naquele tempo, de depósitos de neve. Outras informações apontam o grande líder Alexandre, o Grande, (356-323 A/C), como introdutor do sorvete na Europa, trazendo do Oriente, através do império que construiu unindo a Grécia com as culturas orientais, uma mistura de salada de frutas embebida em mel e resfriada em potes de barro guardados no fundo do chão com a neve do inverno.

O gelo também era estocado em profundos poços construídos pelo povo romano, que o utilizava em lojas denominadas Thermophia na antiga Roma, especializadas em vender bebidas geladas no verão e quentes no período de inverno. Atribui-se ao general Quintus Máximus Gurgeo ,o preparo da primeira receita de sorvete.

O Imperador Nero, cerca de 1900 anos atrás, mandava seus escravos às montanhas buscarem neve, que era utilizada para o congelamento do mel, polpa de frutas ou sucos. A partir dessa época não são encontradas novas menções ao sorvete. Mas, em 1292, Marco Polo retornou a Veneza, após suas viagens pela Ásia, trazendo novas e excitantes idéias, dentre elas, o macarrão e uma sobremesa congelada feita à base de leite, provavelmente o precursor do moderno sorvete.

A partir de então, o sorvete se alastrou por todo o norte da Itália, tornando-se seu preparo uma sofisticada arte. Quando o monarca Francisco I esteve em campanha na Itália, decidiu levar para seu filho, o Duque de Orleans, uma noiva, Catarina de Médicis. A ela atribui-se a introdução do sorvete na França.

A neta de Catarina de Médicis casou-se em 1630 com Carlos I da Inglaterra e segundo a tradição da avó, também introduziu o sorvete entre os ingleses.

Os colonizadores ingleses levaram então o sorvete para os Estados Unidos. Os norte-americanos apreciaram muito o novo alimento e, hoje, os Estados Unidos são o principal produtor e maior consumidor de sorvetes no mundo.

Dois momentos marcaram o desenvolvimento do sorvete nos Estados Unidos e, consequentemente, no mundo: o primeiro em 1851, quando o leiteiro chamado Jacob Fussel abre em Baltimore a primeira fábrica de sorvetes, produzindo em maior escala e sendo também seguido pôr outros em Washington, Boston e New York; e o segundo com a invenção, entre 1870 e 1900, da refrigeração mecânica, permitindo a produção de gelo independente do processo natural. É a partir do século XIX, portanto, que temos a terceira e derradeira fase da história do sorvete, com duas características principais: a popularização do consumo na Europa a partir dos cafés e sorveterias e, de fundamental importância industrial apoiada no processo de refrigeração mecânica, iniciada na Segunda metade do século passado nos Estados Unidos, acompanhando o desenvolvimento do capitalismo. É nesse momento que o sorvete ganha mais espaço na sociedade, passando de um alimento proibido, devido a seu preço, a uma sobremesa comum, presente em nosso cotidiano.

No final do século XIX, em 1879 mais precisamente, nos Estados Unidos, é inventado o Ice Cream Soda, pôr Fred Sanders; o Sundae e a famosa Banana Split em 1890. Quanto ao aparecimento da casquinha, há duas versões: uma em 1896 na Itália e outra em 1904 nos Estados Unidos. Pelo que temos notícia, o picolé surgiu na Itália no início do século XX. A década de 20 deu grande impulso ao ice milk, ao sherbet, às barras e outras novidades. Os Estados Unidos, como já dissemos, são os maiores consumidores de sorvetes no mundo. É interessante notar que o sorvete tornou-se a sobremesa norte-americana pôr excelência, tendo inclusive sido implantado naquele país, o Dia Nacional do Sorvete, a 14 de julho, sendo também esse mês, considerado o Mês Nacional do Sorvete.

O Sorvete no Brasil

Como toda mania que se difunde pelo mundo afora, o Brasil não poderia de maneira alguma ficar à parte dessa movimentação internacional em torno da novidade que as bocas européias e americanas saboreavam há tempos.

A primeira notícia de sorvete que passou pelo país foi quando um navio norte-americano vindo de Boston, denominado Madagascar, aportou no Rio de Janeiro em 6 de agosto de 1834, não se sabe se proposital ou acidentalmente, com 217 toneladas de gelo.

Dias depois, os comerciantes Deroche e Lorenzo Fallas compraram a carga do navio e no dia 23 de agosto começaram a vender sorvetes de frutas aos cariocas. Fallas anunciou que "todas as tardes haverá no seu estabelecimento no Largo do Poço, gelados de diferentes qualidades, tanto simples como amanteigados e peças fortes: executará qualquer encomenda que lhe venha a ser feita para banquetes ou chás para fora de casa e terá a toda hora, gelo para vender aos que precisarem comprar pôr libras, tanto no seu estabelecimento como na Confeitaria do Sr. Deroche, na Rua do Ouvidor n.º 175. Principiará a venda dos gelados hoje das 4 horas em diante".

Nesse dia e hora, nos estabelecimentos de ambos nasceu o sorvete carioca.

Depois deles, o italiano Luigi Bassini iniciou seus negócios com o "gelado" no Café do Círculo do Comércio, anunciando em 30 de dezembro de 1835 no Jornal do Comércio, que "no dia primeiro do ano em diante se achará na sobredita casa, das 10 horas da manhã às 10 horas da noite, tijolos ou matonetti, café gelado, à italiana, etc., iguais em qualidade aos que se acham nas melhores sorveterias de Nápoles".

O gelo era envolto em serragem e enterrado em grandes covas para que não derretesse, durante cerca de 4 a 5 meses, tempo bastante para que os sorveteiros de então mantivessem na população do Rio, o gosto pelo sorvete. Com isso, foi esquecendo o "aluá", uma bebida feita de milho muito comum na época e que era usada como refrigerante, tanto nas ruas como em cerimônias palacianas no Império brasileiro.

Aqui no Brasil, o sorvete chegou a ser considerado o precursor do Movimento de Liberação da Mulher, pois, para saboreá-lo, a mulher praticou seu primeiro ato de rebeldia contra a estrutura social vigente, invadindo bares e confeitarias, lugares ocupados até então pelos homens, reafirmando pôr uns tempos, o caráter "transgressor" do alimento. Pecado ou não, a verdade é que dentre os grandes apreciadores de sorvete no Brasil Imperial, nada mais nada menos, que o Imperador D. Pedro II e sua esposa, assíduos frequentadores da sorveteria de Antônio Francione, no Rio de Janeiro, sendo o sorvete de pitanga e preferido do monarca. No baile da Ilha Fiscal, o último do Império, uma iguaria servida como sobremesa foi o sorvete.

Em São Paulo, a primeira notícia do "gelado" que se tem registro está no jornal "A Província de São Paulo", na edição de 4 de janeiro de 1878, com o anúncio: "Sorvetes – todos os dias às 15 horas, na Rua Direita n.º14 ".

A evolução do sorvete no país deu-se de forma artesanal e com uma produção em pequena escala e poucos locais, até meados deste século, quando em 1941, foi fundada na cidade do Rio de Janeiro a U.S.Harkson do Brasil, que se tornou a primeira fábrica a produzir sorvetes em escala industrial.

Fonte: www.spumoni.com.br

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