Coloque um lápis e um pedaço de papel na mão deles que eles vão longe. Riscos, rabiscos, linhas, curvas e no final um belo desenho. Assim são os desenhistas, sejam eles, técnico, desenhista industrial, programador visual ou aquele que se dedica ao desenho livre. Mais importante é o que revela seus traços. E neste dia, seus autores merecem parabéns.
Os Mestres
Os grandes nomes do desenho sempre deram muito valor ao impulso do primeiro traço. Ele é basicamente o sutil gesto do desenhista, quando exprime de forma veloz a exatidão da imagem instantânea.
Comparado às cores e imagens de um quadro, o desenho representa a leveza e o desprendimento completo do espaço e da composição, a favor do primeiro impulso do artista ao fazer o seu riscado na tela.
O pintor Portinari, por exemplo, foi um artista que em todas as fases de sua vida jamais abriu mão do desenho. Seus desenhos nos revelam o caminho das soluções e evoluções de sua obra, ou dos atalhos que encontrou.
No período em que não pôde fazer uso das tintas, por problemas de saúde, seus desenhos alcançaram instantes de intensa expressão artística.
Os Profissionais
Segundo o Dicionário Aurélio, desenhista é aquela pessoa que sabe "exercer a arte do desenho", ao expressar figuras sobre uma superfície através de traços, pontos ou manchas, com a finalidade de provocar uma impressão lúdica, científica ou técnica. Cabe ao desenhista a capacidade de trabalhar representações visuais, sob os valores da luz e da sombra, delineando os contornos de uma imagem.
Os desenhistas profissionais, que não deixam de ser, de certa forma, mestres no que fazem, podem atuar em diferentes campos, inclusive, se quiserem, como artistas também. Nada impede.
Para o desenhista técnico, a ferramenta de trabalho Computer Aided Design ou, simplesmente, CAD, tornou-se essencial. Entre seus inúmeros recursos, está o processador eletrônico que possibilita editar textos e elementos gráficos, sem precisar recorrer à régua, transferidor, compasso ou esquadro. Os que usam o CAD passaram a ser chamados de "cadistas".
Geralmente eles executam, na prancheta ou no computador, os produtos idealizados e calculados por engenheiros, matemáticos e arquitetos, nos mínimos detalhes. Devem mostrar todos os ângulos do objeto, além de especificar materiais e medidas.
Existem muitos cursos técnicos de desenho e, em nível superior, o curso de desenho industrial é um caminho para quem gosta de desenhar e não vê nisso apenas um hobby.
O curso de Desenho Industrial tem duas habilitações: projeto de produto e programação visual. A primeira se dedica à criação de objetos e os alunos aprendem noções sobre sua utilização, funcionalidade e beleza, além de informações sobre materiais. Projetam as formas de produtos como eletrodomésticos, utensílios de cozinha, objetos de escritório, móveis, etc. Já a segunda se concentra na concepção de marcas, logotipos e projetos editoriais, focalizando a melhor maneira gráfica de passar uma idéia.
O programador visual ou designer gráfico pode criar e executar projetos visuais de publicações, sites de internet, capas de livros, símbolos, diagramação de jornais, vinhetas de TV e anúncios publicitários.
Para quem deseja ser desenhista industrial, aí vão mais duas informações: o curso tem duração de quatro anos e, por ser o mercado muito competitivo, cursos de especialização, conhecimento de línguas e familiaridade com computadores são diferenciais importantes.
Famosos
No Brasil, dois desenhistas com seus personagens famosos se destacaram: Mauricio de Sousa e Daniel Azulay. Mauricio, "pai" da turma da Mônica, começou a desenhar ainda em criança. Mas alguns personagens da turma, como o cãozinho Bidu e seu dono Franjinha, foram criados em 1959 quando ele trabalhava como repórter policial no jornal Folha da Manhã.
No mesmo ano, ele deixa o cargo de repórter para ser assumir o de desenhista. Novas tirinhas iam surgindo e nelas novos personagens como Chico Bento, Cebolinha, Piteco e Penadinho.
A revista da Mônica é lançada em 1970, alcançando a tiragem de 200 mil exemplares. Dois anos depois, nascia a revista Cebolinha e nos anos seguintes a do Chico Bento, Cascão, Magali e Pelezinho.
História da história
Os quadrinhos são conhecidos como histórias narradas em sequência de imagens, desenhos ou figuras impressas, com falas dos personagens inseridas em espaços delimitados chamados de "balões" e geralmente são publicadas em gibis.
Surgidas no século XVIII, as histórias em quadrinhos, ou HQ, até hoje encantam crianças e adultos. Como primeiros quadrinhos, alguns autores apontam as "canções de cego", editadas em 1820, e os contos infantis com legendas chamados "imagens de Epinal".
Três anos depois, um almanaque com passatempos e anedotas é publicado por Charles Ellms em Boston. Em 1846, surge a primeira revista com histórias cômicas intitulada Yankee Doodle. E do outro lado do mundo, os japoneses liam histórias da dinastia Meiji ilustrada em quadrinhos.
Rudolf Töpffer, artista e escritor suíço, é considerado um dos pioneiros no gênero, ao lado de Richard F. Outcault que criou o personagem Yellow Kid, introduzindo as falas dos personagens em balõezinhos. O mérito do Yellow Kid foi ter sido a primeira tira em quadrinhos, publicada pela primeira vez no New York Sunday World, em 1896.
As tirinhas de jornais se tornariam muito populares, principalmente nos periódicos norte-americanos, até surgirem as revistas em quadrinhos. A primeira estrearia no mercado editorial em junho de 1938, apresentando o personagem Super Homem, criado por Joe Shuster e Jerry Siegel. Um ano depois, nascia Batman em quadrinhos, criado por Bob Kane.
Com o tempo, novos heróis foram surgindo como o repórter adolescente Tintin, acompanhado do cão Milou, além de outros como o marinheiro Popeye e o detetive Dick Tracy.
E assim o gibi tornou-se um importante meio de comunicação de massa, influenciando outras formas de comunicação como a música e cinema, além de modificar o cotidiano de crianças e adolescentes.
Quadrinhos no Brasil
O primeiro cartum brasileiro foi criado em 14 de dezembro de 1837, sob o título "A Campanha e o Cujo", de autoria de Manuel Araújo de Porto Alegre (1806-1879). E a primeira revista a publicar quadrinhos foi "O Tico-tico", em 1905, celebrizando os personagens Reco-reco, Bolão e Azeitona.
Na década de 30, observa-se a invasão de quadrinhos estrangeiros, o que não significou a ausência de produção nacional. Mauricio de Sousa, Daniel Azulay, Miguel Paiva (com a Radical Chic), Jaguar (com o Sig) e Luís Fernando Veríssimo (com as Cobras), Angeli (com a Rê Bordosa), entre outros sempre estiveram presentes, seja nas tirinhas ou nos gibis.
Fonte: www.ibge.gov.br
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