Quem não atende ligação dos pais tem o telefone bloqueado. E o celular só volta a funcionar quando o filho decide dar satisfação.
Você é daquelas mães ou daqueles pais que sofrem quando ligam para o celular do filho e ele não atende? Pois uma mãe nos Estados Unidos, cansada de passar por esta situação, inventou um aplicativo para acabar com esse problema. Quem não atende à ligação dos pais tem o telefone bloqueado. E o celular só volta a funcionar quando o filho decide dar satisfação.
Ela chegou ao topo do Kilimanjaro, serviu ao Exército americano, lutou na guerra do Golfo. Mas uma coisa Sharon Standifird não conseguia nunca: fazer com que seus filhos atendessem ao celular.
“Eu sempre dizia para ele responder meus recados e minhas ligações”, diz Sharon Standifird.
Cansada de passar por tantos momentos de preocupação, Sharon elaborou um autêntico plano de guerra. Sem experiência nenhuma no assunto, resolveu aprender a programar um aplicativo de telefone.
O marido ficou só observando. “Ela consegue fazer tudo o que ela quer”, diz o marido.
“Eu desenvolvi um aplicativo que desliga completamente o telefone do meu filho quando ele não atende à minha chamada”, conta Sharon.
O aplicativo já está disponível em algumas lojas virtuais. Com ele, os pais conseguem bloquear o telefone do filho se ele ignorar uma ligação ou mensagem.
Ele fica sem poder telefonar, sem poder mandar mensagem e sem poder jogar. O filho então só fica com duas opções: ligar para a emergência ou para os pais, os únicos que têm o código do desbloqueio.
A cabeleireira Joseli Terra da Silva adorou a novidade. “A salvação para todas as mães”, diz ela, que é mãe dos adolescentes Yuri e Yasmim que, como a maioria dos adolescentes, dificilmente atendem à chamada dos pais.
“Eu não ligo tanto. Porque nessa vida corrida, um corre-corre danado... Mas sempre que eu preciso ligar, realmente eu ligo, eu não consigo falar”, diz Joseli.
“Ela fica reclamando que eu não atendo e quando eu atendo ele fica falando a mesma coisa no telefone mil vezes”, diz Yasmin Mello, 11 anos.
“Algumas vezes eu não atendo porque eu fico na quadra jogando bola. Ai fica no chão. Ai não tem como atender”, diz Yuri Mello, 13 anos.
“A gente explica, fala, coloca de castigo, mas não adianta. Eles falam: mãe, esqueci. Não ouvi’. Ele não atende o telefone. Impossível falar com ele”, reclama Joseli.
A comerciante Luciana de Freitas chegou a achar que a filha tinha sido sequestrada uma vez quando a Luyana demorou para voltar pra casa.
“Eu já estava ligando para o pai, todo mundo, para família. Eu estou indo para delegacia. Gente que era da polícia, pedindo ajuda. E já em pânico”, relembra Luciana.
E Luyana, super calma, num ensaio de uma banda de rock. “Eu nem fiquei desesperada porque eu sei como minha mãe é exagerada e tal”, conta Luyana Freitas, 18 anos.
Mas esta tranquilidade pode estar com as horas contadas. Luciana está disposta a instalar o tal aplicativo no celular da filha. “Acho que a mãe da pessoa que fez isso é muito louca”, comenta.
O filho de Sharon, o Bradley, não é tão radical. “Foi uma boa ideia. Mas não para mim”.
E uma legião de filhos começa a ficar revoltada diante da arma que a Sharon acaba de criar para o exército das mães.
“Prefiro ficar sem celular”, afirma Luyana.
“Se o filho não atende é por algum motivo. Então não tem porquê”, comenta Yasmin.
“Eu não vou ligar de volta. Ou eu vou lá falar com ela ou se ela quiser liga de novo”, afirma Yuri.
Pelo visto, esta guerra ainda está longe do fim.
Fonte: G1
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