O coordenador do curso de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, Edenio Detmann, acredita que a lenda urbana da profissão ainda faz parte do imaginário do aluno que chega à faculdade. “Ele acha que no primeiro semestre já vai pegar o boi pelo chifre.” Os dois primeiros anos do curso incluem disciplinas como matemática, álgebra, química, biologia e física.
Detmann esclarece que as matérias, vistas parcialmente no ensino médio, são aprofundadas na faculdade, com o objetivo de preparar melhor o aluno para as disciplinas profissionalizantes.
Outra confusão freqüente é feita entre os cursos de zootecnia e medicina veterinária. “O zootecnista responde pelo desenvolvimento de produtos de origem animal.
É uma ciência de processo. Veterinária é medicina, sendo que o veterinário atua como médico na maioria das vezes dentro de um sistema de produção.
As carreiras apresentam pequena sobreposição, uma vez que o veterinário tem uma pequena formação em zootecnia e vice-versa.”, esclarece Detmann.
Ele destaca a contribuição do zootecnista também para a saúde humana, à medida que é responsável pelo controle do produto que chega para consumo.
Para Edenio Detmann, o curso de zootecnia tem sido impactado ainda pelo crescimento da área de ciências ambientais, devido às novas diretrizes do Ministério da Educação.
“Há um movimento de conservacionismo, ou seja, o manejo sustentável e a diminuição do impacto ambiental das produções”, explica.
‘É preciso determinação’
Lívia Vieira de Barros morava com os pais em um sítio quando escolheu o curso de graduação. Estava em dúvida sobre três carreiras: medicina veterinária, agronomia e zootecnia. Acabou decidindo-se pela última. “Entre trabalhar com animais e plantas, preferia animais.
Assim, eliminei agronomia. E entre produção animal e saúde animal, escolhi a parte de produção, porque sabia que não conseguiria lidar com animais doentes”, diz ela, que está no último período do curso de zootecnia da Universidade Federal de Viçosa.
A falta de conhecimento da profissão faz com que alguns jovens acabem desistindo do curso. Na opinião de Lívia, a pessoa deve procurar se informar e saber quais são as disciplinas. “Não é um curso fácil. Os primeiros anos são muito básicos.
Comecei a fazer estágio logo no primeiro semestre; por isso, tive oportunidade de praticar cedo e foi um diferencial. Quem escolher zootecnia deve ter muita determinação e dedicação.
Gostei muito do curso. Meus planos são trabalhar na área de pesquisa, e já vou fazer prova para o mestrado.
Hoje, cada vez mais, a exigência por especializações aumenta”, conclui.
O que faz
O profissional de zootecnia trabalha em todas as etapas do sistema de produção animal: alimentação, atividades de melhoramento genético, reprodução, controle da qualidade do produto final – carne, leite, ovos e seus derivados. Também realiza pesquisas de nutrição e alimentação, acompanhando a fabricação e o controle da qualidade de rações, vitaminas e produtos de higiene e saúde para o animal. A atuação profissional do zootecnista é regulada pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária.
Áreas de atuação
Nutrição e alimentação animal, indústria de alimentação, iniciativa pública e privada, prestando assistência técnica e praticando extensão rural. Pode ainda atuar em seu próprio negócio ou seguir na área de pesquisa. O campo de trabalho do zootecnista expande-se também às áreas de proteção e conservação de animais silvestres, estímulo ao ecoturismo e agroturismo.
Especialização
O grau acadêmico do zootecnista corresponde ao de bacharel, o que o habilita a desenvolver estudos de pós-graduação, tanto de especialização (Latu sensu), como de mestrado ou doutorado (Strictu sensu). Destacam-se, neste sentido, segundo avaliações da Capes, os cursos de pós-graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, Universidade Estadual Paulista - campus de Jaboticabal, Escola Superior de Agricultura “Luís de Queiroz” da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Maringá.
Fonte: www.fiocruz.br / Imagens: http://www.sindpzoo.org
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