O Dia Nacional do Livro é comemorado anualmente em 29 de outubro.
A data celebra uma das invenções mais enriquecedoras do ser humano: o livro!
O livro pode ser uma fonte inesgotável de conhecimento, transportando os leitores para os lugares mais espetaculares da imaginação humana, além de informar e ajudar a diversificar o vocabulário das pessoas.
Os livros surgiram há centenas de anos e, desde então, continuam maravilhando as gerações com contos fantásticos e registrando os principais acontecimentos da história da humanidade.
No Brasil ainda se comemora o Dia Nacional do Livro Infantil, em 18 de abril, uma homenagem ao escritor Monteiro Lobato, que nasceu nesse dia.
Origem do Dia Nacional do Livro
O Dia do Livro surgiu em homenagem à fundação da Biblioteca Nacional do Livro, em 1810, pela Coroa Portuguesa. Na época, D. João VI trouxe para o Brasil milhares de peças da Real Biblioteca Portuguesa, formando o princípio da Biblioteca Nacional do Brasil (fundada em 29 de outubro de 1810).
Vale lembrar que o Brasil começou a editar seus próprios livros ainda em 1808, quando D. João VI fundou a Imprensa Régia. O primeiro livro a ser editado foi "Marília de Dirceu", do escritor Tomás Antônio Gonzaga.
Os aficionados por livros ainda celebram anualmente o Dia Internacional do Livro, em 23 de abril, que surgiu na região da Catalunha, na Espanha, em homenagem ao escritor Miguel de Cervantes.
1. Os Dragões Não Conhecem o Paraíso, de Caio Fernando Abreu - Um conto mais intenso e inenarrável que o outro. Caio mergulha no âmago da nossa alma e o conto que dá título ao livro é uma das coisas mais lindas que já foram escritas, certamente. A transitoriedade, a vulnerabilidade humana, está tudo ali, nas linhas e em suas entrelinhas. Desde que o li, todos os dias, quando acordo, entoa feito mantra: "que seja doce".
2. Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa - Não são histórias, são estórias e, sim, isso faz toda a diferença. Guimarães nos coloca defronte ao imponderável do humano, mas com toda a condição de redenção. Os personagens vão do terreno ao céu, eles ascendem e transcendem suas dificuldades e apequenamentos. Desse tipo de beleza que salva, assim é Substância e A Menina de Lá.
3. Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão, de Hilda Hilst - Esse livro, mais do que qualquer outra coisa que eu possa ter lido em minha vida, ensinou-me o que é estar apaixonada, o que é ser amante de alguém. O eu-lírico descreve suas dúvidas, anseios, incertezas de uma forma tão entregue, exatamente como sempre fui, sou e serei diante de meus enamoramentos seja por algo ou alguém. Certa feita, recitei o poema de abertura do livro para um paquera na balada. Tínhamos 17 anos. Ele não entendeu. Correu de mim. Graças a Deus, pois de brutos assim o inferno anda cheio.
4. A Teus pés, de Ana Cristina César - A poesia de A.C.C me diz tanto que não consigo discorrer sobre, sinceramente. Acho que me movimenta em lugares que eu sequer compreendo, mas amo como ela é livre, como ela dói e como ela nos deixa espaços e vazios que devemos decifrar e tentar preencher com nós mesmos.
5. O Estrangeiro, de Albert Camus - O protagonista desse romance, o Sr. Meurseault, primeiro nos revolta com sua falta de habilidade social e depois nos comove. Sua existência é uma catarse coletiva, é o mundo afirmando que seremos julgados, é a teoria do absurdo na veia. É entender-se humano, limitado dentro de lógicas ilógicas.
6. América ou O Desaparecido, de Kafka - Cheio de situações kafkianas. Não há como definir sem essa redundância. Até onde escolhas feitas ao acaso podem nos levar? O livro ficou interminado pelo autor, que faleceu antes de concluí-lo.
7. O Capitão Saiu Para o Almoço e Os Marujos Tomaram Conta do Navio, de Charles Bukowiski - Trata-se do diário dos últimos anos de vida do autor. Mas não espere melancolia de quem está saudoso da existência. Não. Você só vai encontrar a verdade nua e crua sobre a vida, o mundo e as pessoas que nele vivem. Vai aprender que passar por aqui é bom, se tiver um hobby e uma garrafa de uísque por noite.
8. A Legião Estrangeira, de Clarice Lispector - E dos escombros, nasce o humano. Seus desejos, suas paixões. Ciúme, inveja, raiva, medo. Está tudo lá, daquele jeito que a gente passa o tempo tentando negar que sente, mas toda pessoa existente sobre a face da Terra se reconhece em cada um desse contos.
9. Paris É Uma Festa, de Ernest Hemingway - Indico sobretudo para quem sonha de viver de literatura. Para os amigos cheios de talento e ainda sem nenhum reconhecimento. Trata-se do relato do autor da época que decidiu tornar-se escritor, mudando-se para Paris e de sua batalha para escrever algo que o torna-se renomado. Contudo, ele conta com a ajuda de autores célebres como Ezra Pound, com quem discute longamente sobre o "fazer literário". A obra inspirou o filme Meia Noite em Paris e, acredito, apenas isso já valha alguma atenção.
10. Anna Karenina, de Liev Tolstói - Mais do que uma bela história de adultério e amor, a narrativa russa nos confronta com a construção patriarcal, com o lugar delegado às mulheres no século XIX e nos faz refletir o quão pouco isso tudo foi modificado e o quanto mulheres ousadas são, desde sempre, ridicularizadas e excluídas da "ordem" social.
E você, quais livros indicaria? Quais estórias ou histórias são fundadoras do seu eu?
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