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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Mãe quer evitar que filha não pegue sarampo sem vaciná-la

O estado de Washington (EUA) está passando por um surto de casos de sarampo, com 41 casos confirmados e 13 suspeitos. O estado já declarou estado de emergência pública, e o estado vizinho Oregon também está registrando múltiplos casos.

A região do condado de Clark, onde teve início o surto, tem uma média muito alta de crianças que recebem liberação da vacinação básica por motivos religiosos ou por desinformação dos pais. Os Estados Unidos haviam erradicado o sarampo em 2000.

Uma mãe que optou por não vacinar sua filha pediu conselhos para um grupo antivacacinação do Facebook.


“Minha filha de três anos não foi vacinada e há um surto de sarampo acontecendo em meu estado. Qualquer sugestão de precauções que eu posso tomar para protegê-la seria muito apreciada”, escreveu ela.

O post dela logo foi divulgado em outros grupos e sites de piada, e as respostas com sugestões foram bastante criativas.

“Ela tem três anos… nunca foi vacinada contra nada? Bom… isso é meia-idade… ela teve uma boa vida…”

“Já sei! Você poderia expô-la a uma cepa enfraquecida ou inativa do vírus para o sistema imunológico dela ficar melhor equipado para reconhecer e combater o vírus de verdade que ela inevitavelmente vai ter contato, o que vai diminuir a chance dela ficar doente. Espera aí.”

“Cá entre nós… essa criança não é sua favorita, né”

“Poste sobre isso no Facebook. NÃO a leve para um médico. O Facebook é a fonte MAIS CONFIÁVEL de informação médica – particularmente quando se trata de ciência da vacina. #DeusAbençõe”.

“Precauções? Não se apegue muito a essa criança.”

“Eu fui vacinado, mas também já comi couve uma vez. Vou deixar você decidir o motivo de eu nunca ter tido sarampo.”

“Construa um muro ao redor dela e faça as pessoas vacinadas pagarem por ele! Enviando meus pensamentos e orações.”

“Se pelo menos eles fizessem algum tipo de vacina para prevenir que a criança pegue a doença…”

“Meu filho é autista… e vacinado. O que pode ser tão ruim sobre uma criança autista que faz você preferir colocar seu filho e o dos outros em risco? Bom, eu vou ficar ali com meu filho autista, ouvindo as histórias interessantes que ele conta… e vocês, antivaxxers, podem ouvir a homenagem aos seus filhos no velório deles”.

Orientações sérias para a prevenção da doença”

Crédito da imagem: CDC/Jim-Goodson

O departamento de saúde de Washington publicou as seguintes orientações para evitar a doença:
  • Se você não sabe se tomou a vacina MMR ou MMRV (sarampo, caxumba, rubéola e varicela), faça um exame de sangue assim que possível para determinar se foi vacinado ou não;
  • Vacine-se;
  • Se você acredita que foi exposto ao sarampo, contate seu médico;
  • Se você ficou doente depois de uma possível exposição ao sarampo, contate seu médico e proteja outras pessoas ficando longe delas para evitar exposição.
O vírus do sarampo viaja pelo ar e sobrevive por duas horas no ar de uma sala em que uma pessoa com sarampo passou. Você pode pegar sarampo até quatro dias antes e quatro dias depois do aparecimento das manchas vermelhas na pessoa que te passou o vírus. Praticamente todas as pessoas que não foram expostas ao vírus anteriormente pegam a doença quando têm contato com alguém com sarampo.

Os sintomas incluem:
  • Febre
  • Diarreia
  • Tosse
  • Nariz escorrendo
  • Olhos vermelhos e cheios de lágrimas
  • Cansaço
Os sintomas duram entre entre 7 e 10 dias, mas algumas pessoas têm complicações como pneumonia, danos cerebrais, cegueira, surdez e morte.

Movimento anti-vaxx

Pessoas que fazem parte do crescente movimento anti-vaxx (antivacinação) temem que as vacinas causem autismo e outros efeitos colaterais em seus filhos. Tudo começou em 1998, quando Andrew Wakefield publicou um artigo científico alegando que havia ligação entre a vacina tríplice e o aumento dos casos de autismo. Mas os resultados de Wakefield foram logo refutados e uma investigação de 2010 mostrou que ele havia falsificado dados. Sua licença de médico foi caçada, mas o mal já estava feito.

Desde então, cada vez mais pais se unem ao movimento, sendo que no Brasil temos observado o aumento do problema de 2014 para cá. Naquele ano, o governo percebeu pela primeira vez que a classe A estava vacinando cada vez menos seus filhos quando comparado com a população geral.

Em 2017, a vacinação de crianças teve o seu menor nível em 16 anos. Segundo o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, pela primeira vez todas as vacinas indicadas para crianças com menos de 12 meses ficaram abaixo da meta de 95% de crianças imunizadas.

Isso é um enorme retrocesso no Brasil, que sempre teve um programa exemplar de vacinação e conseguiu erradicar doenças como poliomielite, sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita.

Mas isso não significa que essas doenças não podem voltar, já que elas ainda existem em outros países. No primeiro semestre de 2018, por exemplo, foram registrados 263 casos de sarampo apenas no Amazonas, associados à chegada de refugiados venezuelanos na região.

A Organização Mundial de Saúde alertou que o movimento antivacinação está entre as dez principais ameaças para a saúde global em 2019, ao lado de outros problemas urgentes.


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