Uma polêmica nem um pouco nova: Designer precisa fazer faculdade?
Eis uma questão que sempre nos ronda e é uma grande polêmica no meio. Será que designer precisa fazer faculdade? Sem dúvidas, a faculdade é um momento importante, mas o mercado de trabalho atual já deixou bem claro que ter uma formação acadêmica não é garantia de nada. Em termos de experiência profissional, é possível que a faculdade não faça diferença, mas ela é uma etapa crucial na vida adulta.
Além disso, o mercado nos mostra todos os dias que a faculdade não é um diferencial. Todo mundo conhece tanto os “micreiros” que entendem um pouco de software e ferramentas, porém nada de técnica ou teoria; os designers de formação que infelizmente são medíocres; e sem dúvida alguns profissionais com experiência e portfólio incríveis com formações que não tem muito a ver com o design.
Outra coisa muito clara é que não é a faculdade quem faz o profissional, e sim o contrário, e dependendo da dedicação aplicada, a pessoa pode se tornar um bom designer utilizando tudo o que a formação pode oferecer.
A resposta para essa pergunta não é simples, e depende muito da realidade e da personalidade de cada um. Antes de responder a isso, você precisa fazer algumas perguntas a você mesmo.
1. Qual é a carreira que você quer seguir dentro do Design?
A evolução do design tem ramificado cada vez mais as possibilidades de carreira dentro da área. A divisão que antes era apenas entre design gráfico, design de produto e web design hoje tomou proporções muito maiores. Service design, business design, design thinking, UX, UI, product design, entre outras, estão entre as inúmeras alternativas. Além da grande quantidade de carreiras, você também vai encontrar possibilidades muito diversas de formação, desde cursos técnicos, tecnólogos, com duração que vai desde 1, 2 anos até 4 anos.
Outra coisa a se levar em conta em se tratando de carreira é o tipo de emprego que você busca. Se você quer, por exemplo, trabalhar em grandes empresas ou agências, a necessidade de uma formação pode falar mais alto, dependendo da cidade onde você está. Muitos recrutadores utilizam a formação como filtro para selecionar os melhores profissionais, apesar de não ser um fator decisivo.
Entretanto, se você tem uma veia mais empreendedora e pretende trabalhar como freelancer ou abrir seu próprio negócio, a formação pode não fazer muita diferença. Os clientes vão estar interessados na qualidade da sua entrega acima de tudo, então o portfólio e a experiência têm um peso maior. A mesma coisa vale para quem quer crescer no ramo de startups.
2. Como você pretende aprender?
A resposta para essa pergunta tem muito a ver com a sua personalidade, disciplina e organização pessoal. Você é capaz de se dedicar verdadeiramente a aprender algo novo sozinho? Se sim, talvez você possa estudar sozinho. Mas que fique bem claro que eu não estou falando aqui de aprender ferramentas, de aprender a mexer no Photoshop ou no Illustrator. Saber mexer nas ferramentas do momento não é diferencial algum, e é algo que pode ser feito por qualquer “sobrinho” ou “micreiro”.
Se você é o tipo de pessoa autodidata que mergulha de cabeça quando quer aprender algo e sabe que vai realmente se dedicar a aprender e estudar as técnicas, processos e as áreas teóricas, existem várias possibilidades. Você pode tirar o melhor proveito possível de uma formação acadêmica, mas também pode aprender muito sozinho ou através de cursos online.
Aliás, abro um parênteses aqui para comentar que eu fiz faculdade, em um curso não muito reconhecido no Brasil, porém nunca parei de estudar e me especializar. Atualmente, eu continuo investindo o máximo que posso em cursos digitais, que agregam imensamente minha carreira e meu portfólio.
3. Como você pretende adquirir experiência e prática?
A experiência e a prática são o grande diferencial da profissão, é realmente aqui que se separa o joio do trigo. Sendo bem sincero, a formação vai gradualmente perdendo a importância quando você se aprofunda na experiência e na prática, mas é extremamente importante que você se mantenha informado e atualizado sobre as tendências da sua área.
É claro que a formação acadêmica, quando bem aproveitada, pode trazer frutos muito bons em termos de experiência e prática. Por outro lado, o profissional que já possui estrada e já conhece muito bem esses dois ingredientes também pode usufruir de tudo o que uma faculdade pode oferecer.
Mas e se você já tem uma formação acadêmica que não é especificamente na área de design? Você pode aproveitar o conhecimento que adquiriu na faculdade, seja ela de Marketing, Publicidade e Propaganda, Programação, entre outras e buscar o conhecimento e a prática da área de design, por que não?
Afinal, é uma escolha pessoal!
No final das contas, fazer ou não uma faculdade de design para trabalhar na área vai muito de cada um. Se você é um profissional de uma área correlata, com anos de experiência e mercado, voltar para a faculdade pode ser cansativo e nem tanto proveitoso. Aliás, conforme já comentei aqui em outros posts, algumas áreas do design estão fervendo com oportunidades, como o User Experience e a área de Design de Interfaces. E para essas áreas, a formação acadêmica não importa tanto, mas sim um conhecimento profundo dos métodos e processos de criação, além de um portfólio bem notável.
Você acredita que é necessário fazer faculdade para ser um bom designer? Deixe aqui nos comentários a sua opinião!
Por Felipe Melo Guimarães para o https://chocoladesign.com
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