Moura Ramos Indústria Gráfica: livros, revistas, embalagens, sacolas, agendas e impressos em geral.: O que é Pantone? Saiba sua história e suas aplicações!

terça-feira, 26 de novembro de 2019

O que é Pantone? Saiba sua história e suas aplicações!

Entre designers, ilustradores e especialistas em comunicação visual, a palavra Pantone tornou-se sinônimo de paleta de cores. Mas você sabe realmente do que se trata? A Pantone Inc. — pertencente à X-Rite, desde 2007 — é uma conhecida empresa americana da área gráfica. Ela desenvolve sistemas codificados de cores, entre outras inúmeras atividades.

Hoje em dia, essa gigante da indústria gráfica é muito mais que um idioma de cores. É também referência na indústria têxtil, de moda, tintas e plásticos. A empresa também é muito procurada na área de decoração de interiores por designers e arquitetos. A marca fez-se bastante notória por seus inúmeros códigos para todos os tons que você for capaz de imaginar.

Para entender desde o início, façamos um breve tour histórico para ilustrar e colorir melhor a trajetória desse fenômeno. Vamos lá?

Saiba como e quando apareceu o Pantone

Tudo começou em 1963, pelas mãos de Lawrence Herbert, fundador do Pantone Matching System, ou PMS — em português, algo como “Escala de Cores Pantone”. Trata-se de um sistema de identificação precisa de cores por meio de numeração, livre da subjetividade humana. O sistema usa formulações de cores preestabelecidas para gerar um número enorme de tintas.

Esse é o sistema mais utilizado hoje para desenvolver cores, incluindo efeitos metalizados ou fluorescentes. É como se fosse uma daquelas paletas de tintas de lojas de material de construção. As matrizes para as cores são as mesmas cores primárias. Elaborar um tom Pantone é uma maneira de mesclar tintas com as outras, porém de forma bem mais exata e precisa.

Herbert acreditava que o espectro de cores é visto e interpretado de maneira diversa pelo olhar de cada indivíduo. Além disso, naquela época, a pouca tecnologia de direcionamento das cores resultava em muitos erros de impressão. Os erros nas impressões ocorriam porque a quantidade de tonalidades disponíveis não era suficiente para compor uma cor específica.

O empresário enxergou um espectro de matizes mais amplas. Afinal, havia algumas nuances, como roxos avermelhados ou roxos azulados, sombras quentes e frias, matizes e tons escuros e claros. Porém, os erros eram inevitáveis e apareciam toda vez que surgiam tonalidades insuficientes para serem usadas. Logo, pareceu-lhe óbvia a necessidade de ampliar as possibilidades.

Conheça o sistema de organização das cores

Diante desse impasse, Laurence Herbert deu início ao seu badalado sistema de organização de cores. Esse, inicialmente, contava com dez itens no catálogo. O objetivo era diminuir as variações que saíam erradas e garantir a uniformidade nos impressos. Diversos novos mercados e mídias surgiam, e cada vez mais produtos e cores se faziam necessários.

Além da Pantone, outras empresas criaram sistemas para combinar cores, sem, no entanto, alcançarem tanto conhecimento do público. É o caso da RAL e da Munsell System. A Pantone não foi a primeira a sistematizar uma linguagem padronizada. Porém, essa empresa adquiriu tamanha autoridade que se transformou na mais famosa até hoje no setor.

Para a época, essa era uma ferramenta extremamente avançada. Por meio dela, tornava-se mais fácil a réplica exata das tonalidades por meio do sistema de numeração. Ele passou a ser amplamente utilizado por designers e publicitários, pela indústria têxtil e por outras áreas. A maioria das pessoas ainda não o conhece, mas o sistema está muito presente ao nosso redor.

Durante os anos 70, a marca já havia vendido mais de cem mil catálogos. Hoje, a companhia estima uma quantidade de impressos na casa dos milhões, com seu rigoroso controle cromático. A Pantone já é o sistema de criação de cores mais usado no mundo todo, exceto no Japão. A nossa publicidade, por exemplo, há décadas, já faz uso de sua vasta gama de tons.

Veja qual é a relevância do sistema Pantone

Com iniciativas de marketing bem direcionadas no início do ano 2000, a empresa alcançou força global. Atualmente, não se trata mais de fornecer paletas específicas, mas de um complexo com diversas vertentes. Entre os principais exemplos, estão: as Cores do Ano, que abordaremos adiante, o Instituto de Cor Pantone, redes de hotéis, cafés e diversos produtos.

Entre os mais variados produtos da empresa, destacamos os teclados de iPhone, canecas, calçados e maquiagens. Sem contar sua relação com o cinema, como no caso do amarelo desenvolvido exclusivamente para personagens da franquia Minions. Incrível, não é mesmo? Como vemos, é uma variedade imensa, que demonstra potência e destaque no mercado.

Já demos aqui uma amostra da expansão dos domínios da Pantone para além dos padrões gráficos. Apesar de eles representarem a maior parte da sua renda, os negócios também abarcam fortemente outros campos. É o caso do design industrial e de interiores e da moda. Afinal, eles também dependem muito de padrões cromáticos desse nível em seus projetos.

Tomemos as diferenças entre cores qualificadas para decoração e moda, por exemplo. Até mesmo os nomes são próprios para cada segmento, com as devidas associações. As pessoas têm necessidade de se comunicarem por meio de cores. Sendo assim, é bem natural que a paleta Pantone de cada segmento contenha particularidades que atendam a tal demanda.
Entenda como as cores devem ser aplicadas

Quem lida com materiais gráficos impressos sabe que, para obter resultados cromáticos satisfatórios, deve-se trabalhar com o sistema CMYK. Esse modo de cores combina pigmentos nos tons ciano, amarelo, magenta e preto, conhecidos como “quadricromia”. O método de subtração de cores utilizado pelo modo CMYK funciona por meio da absorção de luz.

Além desse sistema, a indústria gráfica trabalha com o Pantone, que também é chamado de “cor direta”. Ou, no original em inglês, spot color. Ele é usado para que sejam obtidas tonalidades exatas das cores. Um bom exemplo é o seu uso na criação de logotipos. Tendo em vista a sua precisão, esse sistema é impresso fora da composição CMYK, ou, então, para complementá-la.

Ao optar-se pela escala Pantone em projetos gráficos, é necessário adquirir a tinta correspondente. Deve-se misturá-la obedecendo à fórmula constante no guia. O sistema só deve ser incluído em seu trabalho se esse realmente tiver de ser impresso com essa tinta. Você pode estar se perguntando, então, em que situações deve-se fazer uso da escala Pantone.

Alguns dos principais casos em que esse sistema é imprescindível são: quando há necessidade de se trabalhar com uma ou mais cores não representadas pelo sistema CMYK; quando o projeto demanda cores fluorescentes ou metalizadas; ou nos casos em que há obrigatoriedade de manter o padrão de cores estabelecido por uma marca ou produto.

É importante lembrar que o sistema Pantone não é aceito em fotos coloridas, bem como em impressão digital. Essas devem ser convertidas e impressas no modo de cores CMYK. No entanto, o sistema pode ser aplicado nas impressões em offset. Em relação aos códigos das cores, sabemos que eles funcionam como suas identidades. E cada tonalidade tem o seu!

Confira alguns exemplos de códigos de cores

Normalmente, os códigos são compostos por três ou quatro números e uma letra: C, U ou M. A letra C representa coated (revestido) e significa que o papel usado para ser impresso tem um revestimento especial. A letra U simboliza uncoated. Ou seja, nesse caso, não há revestimento a ser usado no papel. E, finalmente, o “M” é destinado a impressões em papel fosco.

São quase milhares de cores e cada uma delas tem um código diferente. Tomemos como exemplo o Pantone amarelo 101. Ele apresenta três versões: o 101C (“C” para papel couché), o 101U (papel normal) e o 101M (para papel fosco). Parece insignificante, mas esse detalhe faz toda a diferença no resultado do trabalho impresso. Por isso, fique atento às letrinhas!

Descubra tudo sobre a Cor do Ano Pantone

A escolha de uma cor Pantone “oficial” do ano começou em 1999. O cerulean, a cor eleita para o esperado ano 2000, fez bastante sucesso. Ela representava o novo milênio como um tempo de tranquilidade e paz. Os resultados da ação foram muito positivos. Assim, desde então, anualmente, a marca se encarrega de pesquisar e lançar a tendência para o ano seguinte.

Confira abaixo quais foram as tendências para cores lançadas pela empresa durante os últimos dez anos:

2019 — Living Coral;

2018 — Ultra Violet;

2017 — Greenery;

2016 — Rose Quartz e Serenity;

2015 — Marsala;

2014 — Radiant Orchid;

2013 — Emerald;

2012 — Tangerine Tango;

2011 — Honeysuckle (Madressilva);

2010 — Turquoise;

2009 — Mimosa.

A cor escolhida para 2019, por exemplo, é o Coral Vivo. Ela foi escolhida acima de tudo por trazer um aspecto de energia, sociabilidade e espiritualidade. Foi concluído, após todas as pesquisas promovidas pela marca, que esse tom é acolhedor e estimula atividades bem energizadas. Ele representa a busca inerente por nos expressarmos ludicamente e pelo otimismo.

De acordo com a Pantone, essa cor traz suavidade e, ao mesmo tempo, é vibrante. Ela também é uma resposta à nossa constante necessidade de conectividade e tecnologia. Isso significa que não precisamos abrir mão da modernidade para procurarmos vivências mais profundas e intimistas. Portanto, não faltam estímulo, natureza e conexão interpessoal nessa tonalidade.

Lembrando que a cor Pantone é escolhida com a ajuda de diversos estudos. São meses investidos em pesquisas culturais, tendências e sentimentos do público em todo o mundo. A escolha tem caráter bastante criterioso, com ampla influência no design de moda, no gráfico, no de interiores e em outros segmentos. Portanto, é sempre bom estar antenado com tais tendências!

Essa iniciativa demonstra que as cores podem ser ferramentas poderosas. Pensando nisso, a Pantone criou o Instituto da Cor. Seu intuito é ajudar marcas a desenvolverem e a compreenderem melhor a aplicação das cores em seus produtos ou serviços. Não é toda empresa que tem um setor responsável unicamente por questões como essas, tão importantes.

Devemos utilizar as cores de forma coerente e com a devida análise, antes de aplicá-las sem critério algum. Com o seu uso mais consciente, nós somos capazes de promover mudanças e influenciar comportamentos. Agora que você já sabe o que é Pantone e quando deve utilizá-lo, aplique-o com sabedoria! A diferença, com certeza, será notada e apreciada.

Que tal, curtiu as nossas dicas? Esperamos que você tenha gostado bastante de conhecer mais sobre o universo das cores e o seu uso. 


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