O Homo sapiens é muito diferente de espécies anteriores. Os seres humanos de hoje também já não são mais como os que viveram há 10 mil anos. E, provavelmente, aqueles do futuro serão diferentes de nós. Isso porque, mesmo que nem sempre percebamos, ainda estamos evoluindo.
Os hábitos e escolhas provocam mudanças no corpo humano e alterações genéticas podem levar a novos traços. Uma publicação da Inverse considera que a grande população do planeta aumenta as chances de mutações genéticas a partir das quais pode ocorrer seleção natural. Com essa percepção, a publicação apresentou três exemplos de mudanças no corpo dos seres humanos.
A temperatura corporal está diminuindo
Estamos resfriando nossa temperatura. Em 1868 a temperatura normal do corpo humano era de 37ºC, de acordo com manual publicado por médico alemão.
No entanto, de acordo com publicação de janeiro no eLife, a temperatura média corporal está mais próxima dos 36,6ºC. Para chegar a essa conclusão, foram analisados registros feitos ao longo de 157 anos.
A teoria de uma das autoras do estudo e professora de medicina na Universidade Stanford, Julie Parsonnet, é de que essa queda na temperatura média está ligada com a diminuição de casos de inflamações e melhora dos padrões de vida.
Essa mudança na temperatura corporal também representa, aparentemente, que precisamos de 150 calorias a menos por dia do que nossos antepassados, para manter as necessidades metabólicas. Mas ainda é preciso analisar melhor quais são as consequências dessa mudança.
Genes em mutação
O professor da Universidade de Princeton, Joshua Akey, também conversou com a Inverse. Para ele, os humanos não são imunes aos efeitos da seleção natural. Além de continuar enfrentando patógenos, houve grandes alterações ambientais, as quais também têm impacto, de acordo com o professor.
O exemplo de seleção positiva recente, do qual Akey mais gosta, é o FADS2. Versões diferentes desse gene se adaptam em populações com dietas mais baseadas no consumo de carne ou de vegetais. Populações com dieta estritamente vegetariana apresentaram alteração no gene FADS2, que facilita a quebra de ômega 3 e 6, de acordo com pequisa de 2016.
As mudanças na forma como vivemos também afeta o organismo quando, por exemplo, passamos do campo para a vida em cidades. Um estudo publicado em 2010, na Evolution, fala sobre a ligação entre vida urbana e doenças.
A equipe de pesquisadores analisou a frequência de um alelo ligado à resistência a tuberculose e hanseníase. A descoberta foi de que quanto mais tempo a população vive em cidades, mais fica adaptada para resistir a essas infecções. Antes da urbanização, as doenças eram mais oportunistas e crônicas, como vermes.
Ossos mais leves
Os ossos dos homens modernos são mais frágeis e menos densos. Isso pode estar ligado com o fim da vida nômade, de acordo com pesquisa de 2014. A diminuição na força dos ossos, para os autores, está mais provavelmente ligada à redução na atividade física, do que com a mudança de dieta.
Resta saber se a força dos nossos ossos irá diminuir ainda mais nos próximos anos, com a vida ainda mais sedentária. Nossa biologia continua mudando, aguardamos o que virá a seguir.
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