De acordo com o médico e professor de epidemiologia Michael Mina, da Universidade Harvard (EUA), o novo coronavírus (COVID-19) parece ser mais perigoso quanto mais velho for o paciente. Além disso, pode atingir mais homens e fumantes.
“Parece haver esse limite – abaixo dos 35 anos, estamos vendo praticamente zero [casos]. À medida que as idades aumentam para 40 a 80 anos, estamos vendo a mortalidade aumentar também”, disse ao portal Phys.org.
Por enquanto, crianças de 1 a 9 anos representam apenas 1% de todos os infectados na China, sem nenhuma morte. A faixa etária entre 10 e 19 anos representa outros 1% dos infectados.
Já acima dos 70 anos, 8% dos infectados morreram, enquanto acima dos 80 quase 15% faleceram.
Homens fumantes e pessoas com condições pré-existentes
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças chinês, dados preliminares sugerem que homens são mais vulneráveis ao vírus que mulheres, uma vez que eles representam pouco mais da metade dos casos.
Além disso, homens infectados têm duas vezes mais probabilidade de falecer do que mulheres.
É possível que isso tenha alguma relação com o fato de que mais homens chineses são fumantes do que mulheres: 47,6% contra 1,8%, segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde.
Pessoas com problemas cardíacos, pulmonares e diabetes também correm mais risco de contrair a doença e morrer dela, conforme explica Jeanne Marrazzo, da divisão de doenças infecciosas da Universidade do Alabama (EUA).
No geral, pessoas com sistema imunológico enfraquecido são mais expostas ao vírus.
Grupos de risco
Não é incomum que vírus sejam mais graves ou atinjam mais um grupo de pessoas do que outro.
Por exemplo, a gripe espanhola de 1918, que matou 50 milhões de pessoas no mundo todo, afetou particularmente jovens adultos.
Já o vírus zika que estourou no Brasil em 2015 e 2016 era especialmente perigoso para mulheres grávidas.
Por fim, a síndrome respiratória aguda grave (SARS) que devastou a China em 2002, similar ao coronavírus, era mais severa para pessoas acima de 60 anos.
COVID-19 em números
O COVID-19 já infectou mais de 80.000 pessoas em todo mundo, com cerca de 2.700 mortes, a maioria na China.
Uma pesquisa publicada no The Journal of the American Medical Association que examinou os primeiros 45.000 infectados declarou que 80% dos casos parecem ser de pouca gravidade. Os outros 20% tiveram sintomas moderados, graves ou críticos, como pneumonia e falha nos órgãos.
Cerca de 2,3% de todos os pacientes infectados morreram.
Crianças e profissionais da saúde
Por enquanto, os cientistas não sabem por que o coronavírus parece impactar muito pouco crianças, especialmente bebês, quando estes normalmente representam um grupo de risco.
Mulheres grávidas têm sido pouco afetadas, e as que foram não pareceram passar o vírus para seus bebês.
Pode ser que os corpos infantis sejam melhor adaptados para combater a doença, ou que o vírus não se replique tão bem nestes organismos, mas estas são apenas hipóteses.
Por outro lado, profissionais de saúde parecem ser um grupo em grande risco. Pelo menos 1.700 trabalhadores da área da saúde foram infectados tratando pacientes na China. Quase 15% desses casos foram considerados graves ou críticos.
De acordo com Mina, é possível que eles sejam particularmente vulneráveis porque não percebem que a pessoa que estão tratando é infecciosa, não usam equipamento de proteção adequadamente em todos os casos que tratam ou porque são expostos quando pensam estar seguros, como nos dormitórios.
Além disso, é possível que fiquem mais doentes do que o normal porque são expostos a pacientes com cargas virais extremamente altas. [WEBMD]
Fonte: https://hypescience.com
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