Ponte de 55 km liga a cidade de Zhuhai aos territórios de Macau e Hong Kong. Obra foi inaugurada nesta terça-feira (23) pelo presidente chinês, Xi Jinping — Foto: Anthony Wallace / AFP
China inaugurou maior ponte marítima do mundo, com 155km de extensão
A Obra tem 55 km de extensão e engloba trechos de estrada, três pontes, ilhas artificiais e um túnel subaquático. Projeto que custou mais de 15 bilhões de dólares liga Macau, Hong Kong e Zhuhai, na província de Cantão.
A maior ponte marítima do mundo, que liga Hong Kong e Macau a Zhuhai, na província de Cantão, foi inaugurada pelo presidente chinês, Xi Jinping, nesta terça-feira (23). A obra tem 55 km de extensão e engloba trechos de estrada, três pontes, ilhas artificiais e um túnel subaquático.
A inauguração acontece com dois anos de atraso e está envolta em escândalos relacionados aos altos custos e fins políticos do projeto.
O complexo projeto de engenharia custou mais de 15 bilhões de dólares (só a ponte principal custou US$ 6,92 bilhões) e faz parte do plano de desenvolvimento econômico para formar uma megalópole high-tech, batizada de área da Grande Baía. O objetivo é rivalizar com a área da Baía de São Francisco (Silicon Valley), nos EUA, e a área da Baía de Tóquio, no Japão.
Para a inauguração, Xi Jinping visitou a província de Cantão pela primeira vez em seis anos. A ponte abre para o público apenas na quarta-feira (24) e deve atender as mais de 60 milhões de pessoas que vivem na região do delta do rio das Pérolas, no sul do país.
Presidente chinês, Xi Jinping, inaugurou nesta terça-feira (23) a maior ponte marítima do mundo, que liga a cidade de Zhuhai a Macau e Hong Kong — Foto: Andy Wong/AP
As três pontes da estrutura são capazes de suportar ventos de até 340 km/h, segundo a Deutsche Welle. Uma parte de 6,7 km mergulha em um túnel submarino que passa entre as duas ilhas artificiais - estratégia desenvolvida para que não haja interferência nas rotas do comércio marítimo.
Com a ponte, o tempo de viagem de carro de Hong Kong para Zhuhai cai de 3 horas para meia hora, mas essas cidades aonde passa a obra já são conectadas por linhas regulares de balsas - opção privilegiada para o transporte de passageiros.
Por isso, surgem dúvidas sobre qual será o retorno econômico desse gigantesco investimento.
No mês passado, foi inaugurada uma nova linha ferroviária de alta velocidade ligando Hong Kong à China continental. Hong Kong possui ainda um ligação rodoviária com Shenzhen, China, e outra via metrô, segundo a Rádio França Internacional.
Para atravessar a ponte, será exigida uma habilitação especial, de acordo com a seção a ser utilizada. Além disso, carros privados precisam solicitar uma licença especial para usar a ponte. Ela será utilizada principalmente por ônibus fretados, transporte de cargas e táxis.
Regiões autônomas
A obra é vista como uma tentativa de Pequim de reforçar o controle e a influência sobre as regiões autônomas chinesas, Hong Kong e Macau. Por isso, é vista com indiferença por muitos em Hong Kong, não apenas em razão dos atrasos e do superfaturamento da obra.
Após 150 anos como colônia britânica, Hong Kong se vê como politica e culturalmente distante da China continental. Com o retorno da soberania chinesa sobre a região, muitos avaliam que, na última década, houve uma redução das liberdades legais e políticas.
Fonte: https://g1.globo.com
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