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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Hoje vivemos em um mundo melhor?


Uma pesquisa recente fez a seguinte pergunta para as pessoas: “Considerando tudo, você acha que o mundo está ficando melhor ou pior, ou nem melhor nem pior?”. Na Suécia, 10% achavam que as coisas estavam melhorando. Nos EUA, eram apenas 6%, e na Alemanha apenas 4%. Muito poucas pessoas pensam que o mundo está ficando melhor.

Mas quais são as evidências que precisamos considerar ao responder a uma pergunta como essa? A questão é sobre como o mundo mudou e, portanto, devemos ter uma perspectiva histórica. E a questão é sobre o mundo como um todo e a resposta deve, portanto, considerar todos. A resposta deve considerar a história das condições de vida globais – uma história de todos. Considerando estes aspectos, apesar dos vários problemas que temos atualmente, é inegável que o mundo andou para frente nas últimas centenas de anos, e aqui estão seis provas disso:

6. Pobreza

Para ver de onde nós estamos vindo, devemos voltar atrás no tempo. 30 ou mesmo 50 anos não são suficientes. Quando consideramos apenas como o mundo muda durante nosso tempo de vida, é fácil cometer o erro de pensar no mundo como algo relativamente estático – as partes ricas, saudáveis ​​e educadas do mundo aqui e as regiões pobres, iletradas e enfermas ali – e então é fácil concluir falsamente que sempre foi assim e que sempre será assim.

Tome uma perspectiva mais longa e torna-se muito claro que o mundo não é estático. Os países que hoje são ricos eram muito pobres há muito pouco tempo e estavam, de fato, piores do que os países pobres de hoje.

Para evitar retratar o mundo de uma forma estática – o Norte sempre muito mais rico do que o Sul – temos de começar há 200 anos, antes do momento em que as condições de vida realmente mudaram dramaticamente.

Os pesquisadores classificam a extrema pobreza como viver com menos de 1,90 dólares por dia. Estes números de pobreza têm em conta as formas não monetárias de rendimento – para as famílias pobres hoje e no passado isso é muito importante, especialmente devido à agricultura de subsistência. A medida da pobreza também é corrigida para diferentes níveis de preços em diferentes países e ajustada para as variações de preços ao longo do tempo (inflação) – a pobreza é medida em dólares internacionais que são responsáveis ​​por esses ajustes.

O primeiro gráfico mostra as estimativas da parcela da população mundial vivendo em extrema pobreza. Em 1820, apenas uma minúscula elite desfrutava de padrões de vida mais elevados, enquanto a grande maioria vivia em condições que hoje chamaríamos de extrema pobreza. Desde então, a proporção de pessoas extremamente pobres caiu continuamente. Cada vez mais as regiões do mundo industrializaram-se e, desse modo, aumentaram a produtividade, o que permitiu tirar mais pessoas da pobreza: em 1950, três quartos do mundo viviam em extrema pobreza. Em 1981, este número ainda era alto: 44%. Em 2015, as pesquisas sugerem que a participação na pobreza extrema caiu abaixo de 10%.

Essa é uma grande conquista. “Para mim, como pesquisador que se concentra no crescimento e na desigualdade, talvez a maior conquista de todas nos últimos dois séculos. É particularmente notável se considerarmos que a população mundial aumentou 7 vezes nos últimos dois séculos”, aponta Max Roser, economista da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e criador do site Our World in Data, que compilou os dados desta lista. Em um mundo sem crescimento econômico, esse aumento da população teria resultado em cada vez menos renda para todos. Um aumento de 7 vezes na população mundial teria sido suficiente para levar todos à pobreza extrema. No entanto, o oposto aconteceu. Numa época de crescimento populacional sem precedentes, o nosso mundo conseguiu dar mais prosperidade a mais pessoas e tirar continuamente mais pessoas da pobreza.

Aumentar a produtividade era importante porque tornava os bens e serviços vitais menos escassos: mais comida, melhores roupas e menos moradias abarrotadas. À medida que a produtividade aumentou, a humanidade se beneficiou de mais produção, mas também de menos trabalho – as horas de trabalho semanais caíram muito substancialmente.

O crescimento econômico também foi muito importante porque mudou a relação entre as pessoas. No longo tempo em que o mundo viveu sem crescimento, a única maneira de ficar melhor era se alguém ficasse pior. Sua própria boa sorte era a má sorte de seus vizinhos. “O crescimento econômico tornou possível que as pessoas melhorem de vida quando outros também melhoram”, diz Roser. A engenhosidade daqueles que construíram a tecnologia que aumentou a produtividade – o carro, a maquinaria e a tecnologia da comunicação, por exemplo – tornou algumas destas pessoas muito ricas e, ao mesmo tempo, aumentou a produtividade e os rendimentos de outras.

No gráfico, que você pode ver abaixo, intitulado “População Mundial vivendo em extrema pobreza entre 1820 e 2015”, é possível ver a porcentagem de pessoas vivendo nestas condições passando o mouse por cima da imagem. A parcela vermelha indica a porcentagem de pessoas extremamente pobres, enquanto a verde indica pessoas que não vivem nestas condições. Clicando em “Absolute”, é possível ver os números absolutos de pessoas vivendo em extrema pobreza nos últimos 200 anos (clique no gráfico para visualizá-lo em tela inteira).

5. Alfabetização

Como a educação da população mundial mudou durante este período? O gráfico abaixo mostra a parcela da população mundial alfabetizada nos últimos dois séculos. No passado, apenas uma pequena elite era capaz de ler e escrever. A educação de hoje – inclusive nos países mais ricos de hoje – é novamente uma conquista muito recente. Foi nos últimos dois séculos que a alfabetização se tornou a norma para toda a população.

Em 1820, apenas uma pessoa em cada 10 era letrada. Em 1930, era uma em cada três, e agora estamos em 85% globalmente. Em outras palavras, se você estivesse vivo em 1800, havia uma chance de 9 em 10 que você não soubesse ler – hoje, mais de 8 em cada 10 pessoas são capazes de ler. E se você é jovem as chances são muito maiores, uma vez que muitos da população analfabeta de hoje são pessoas mais velhas.

Se você acha que a ciência, a tecnologia, a liberdade política são importantes para resolver os problemas do mundo, e sabe que é importante ler e escrever para desenvolver todas essas coisas, então olhe para os números absolutos. Em 1800, havia 120 milhões de pessoas no mundo que podiam ler e escrever. Hoje, há 6,2 bilhões com a mesma habilidade.

No gráfico “População mundial letrada e iletrada entre 1800 e 2014”, abaixo, é possível ver o aumento da alfabetização mundial a partir do século 20. Pessoas alfabetizadas são indicadas pela cor azul (clique no gráfico para visualizá-lo em tela inteira).
https://ourworldindata.org/grapher/literate-and-illiterate-world-population

4. Saúde

Uma razão pela qual não vemos progresso é que não temos consciência de quão ruim era o passado.

Em 1800, as condições de saúde dos nossos antepassados ​​eram tais que cerca de 43% dos recém-nascidos do mundo morriam antes de completar 5 anos. As estimativas históricas sugerem que o mundo inteiro vivia em condições precárias. Havia relativamente pouca variação entre as diferentes regiões. Em todos os países do mundo, mais de cada três crianças morriam antes dos cinco anos de idade.

Seria errado acreditar que a medicina moderna é a única razão para melhorar a saúde. Inicialmente, a prosperidade crescente e a natureza mutável da vida social importavam mais do que a medicina. Foram melhorias na habitação e saneamento que melhoraram nossas chances na guerra antiquíssima contra doenças infecciosas. Uma dieta mais saudável – tornada possível por uma maior produtividade no setor agrícola e no comércio exterior – nos tornou mais resistentes contra doenças. Surpreendentemente, melhorar a nutrição e a saúde também nos tornou mais espertos e mais altos.

Mas, certamente, a ciência e a medicina também foram importantes. Uma população mais educada alcançou uma série de descobertas científicas que tornaram possível reduzir ainda mais a mortalidade e as doenças. Particularmente importante foi a descoberta da teoria germinativa da doença na segunda metade do século XIX. Em retrospecto, é difícil entender por que uma nova teoria pode ser tão importante. Porém, numa época em que os médicos não lavavam as mãos quando passavam de necrópsia para obstetrícia, a teoria finalmente convenceu nossos ancestrais de que a higiene e o saneamento básico são cruciais para a saúde.

A teoria dos germes da doença lançou as bases para o desenvolvimento de antibióticos e vacinas, e ajudou o mundo a ver por que a saúde pública é tão importante. E ela realmente importa muito: todos se beneficiam se todos os outros estão sendo vacinados, e todos se beneficiam se todos obedecerem as regras de higiene.

Com essas mudanças, a saúde global melhorou de uma maneira que era inimaginável para nossos antepassados. Em 2015, a mortalidade infantil foi de 4,3% – 10 vezes inferior à mortalidade de dois séculos atrás. É preciso olhar para esta perspectiva de longa prazo para ver o progresso que conseguimos.

O gráfico “Mortalidade infantil global – 1800 até 2015” mostra a queda que os dois últimos séculos testemunharam nas mortes de crianças no planeta todo. Em 1800, este número chegava a mais de 40% em todo o mundo. Em 2015, o planeta possui um índice de mortalidade infantil de pouco mais de 4% (clique no gráfico para visualizá-lo em tela inteira).

https://ourworldindata.org/grapher/global-child-mortality-timeseries

3. Liberdade

A liberdade política e as liberdades civis estão no cerne do desenvolvimento, pois são um de seus meios e de seus fins. O jornalismo e o discurso público são os pilares sobre os quais esta liberdade repousa, mas a avaliação qualitativa desses aspectos corre o risco de percebermos equivocadamente o declínio das liberdades ao longo do tempo, quando na verdade estamos elevando a barreira pela qual julgamos nossa liberdade. As avaliações quantitativas podem, portanto, ser úteis quando nos ajudam a medir a liberdade com o mesmo critério entre os países e ao longo do tempo.

Há várias tentativas para medir os tipos de regimes políticos que governam os países do mundo e para capturar algo tão complexo quanto um sistema político é necessariamente controverso. Não há maneira de contornar isso. O índice usado aqui mede regimes políticos em um espectro de +10 para democracias completas a -10 para autocracias completas. Regimes que ficam em algum lugar no meio deste espectro são chamados de anocracias. A isso, foram acrescentadas informações sobre os países do mundo que foram governados por outros países como parte de um império colonial.

O gráfico mostra a proporção de pessoas que viveram sob diferentes tipos de regimes políticos nos últimos dois séculos. Durante todo o século XIX, mais de um terço da população vivia em regimes coloniais e quase todos viviam em países autocraticamente governados. A primeira expansão da liberdade política a partir do final do século XIX foi esmagada pelo surgimento de regimes autoritários que em muitos países tomaram seu lugar no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial.

Na segunda metade do século XX, o mundo mudou significativamente: os impérios coloniais terminaram e cada vez mais países tornaram-se democráticos: a proporção da população mundial vivendo em democracias aumentou continuamente. Agora, mais da metade da população mundial vive em uma democracia.

A grande maioria dos que vivem em uma autocracia – quatro em cada cinco daqueles que vivem em um regime autoritário – vivem em uma autocracia de um país: a China.

Os direitos humanos são igualmente difíceis de medir consistentemente ao longo do tempo. Os melhores dados empíricos mostram que após um período de estagnação, a proteção do direito humano melhorou globalmente nas últimas três décadas.

O gráfico abaixo mostra a “Quantidade de pessoas no mundo vivendo sob diferentes sistemas políticos”. O aumento no número de pessoas vivendo em regimes democráticos, simbolizados pela cor verde, mostra que houve um crescimento nas liberdades políticas de diversas pessoas ao redor do mundo (clique no gráfico para visualizá-lo em tela inteira).

https://ourworldindata.org/grapher/world-pop-by-political-regime?stackMode=relative
2. Fertilidade

A população mundial era de cerca de 1 bilhão no ano de 1800 e aumentou 7 vezes desde então.

O crescimento populacional aumentou a demanda de recursos da humanidade e ampliou o impacto da humanidade no meio ambiente. Mas este aumento da população mundial deve evocar mais do que coisas ruins. Em primeiro lugar, este aumento mostra uma enorme conquista. Isso mostra que os seres humanos pararam de morrer na proporção em que nossos antepassados ​​morreram por muitos milênios antes.

Nos tempos pré-modernos a fertilidade era alta – 5 ou 6 filhos por mulher eram a norma. O que manteve o crescimento populacional baixo foi a taxa muito elevada com que as pessoas morriam, e isso significava que muitas crianças estavam mortas antes de atingirem a idade reprodutiva. O aumento da população mundial apareceu quando a humanidade começou a ganhar a luta contra a morte. A esperança de vida global dobrou nos últimos cem anos.

O crescimento da população é uma consequência da fertilidade e da mortalidade não declinando simultaneamente. O rápido crescimento populacional ocorreu quando a fecundidade ainda era tão alta quanto no ambiente insalubre do passado, mas a mortalidade já caiu para os baixos níveis de nosso tempo.

O que vimos país após país ao longo dos últimos 200 anos é que uma vez que as pessoas perceberam que as chances de seus filhos morrerem diminuiu substancialmente, elas se adaptam e optam por ter menos filhos. O crescimento populacional então chega ao fim. Esta transição de alta mortalidade e fertilidade para baixa mortalidade e fertilidade é chamada de transição demográfica. Nos países que se industrializaram em primeiro lugar, este período durou pelo menos desde meados do século 19 até meados do século 20 – levou 95 anos para a fertilidade diminuir de acima de seis crianças para menos de três filhos por mulher no Reino Unido. Os países que se industrializaram mais tarde conseguiram esta transição muito mais rapidamente: a Coreia do Sul passou de mais de seis filhos por mulher para menos de três em apenas 18 anos. O Irã chegou a esta diminuição em apenas 10 anos.

Assim como os países individualmente passaram por essa transição, o mundo também está. A fertilidade global foi mais do que reduzida para metade nos últimos 50 anos, de mais de cinco filhos por mulher no início dos anos 60 para menos de 2,5 hoje. Isto significa que o mundo está no meio da transição demográfica e o crescimento populacional global atingiu um pico, de fato, meio século atrás.

Agora que vemos a diminuição da fertilidade em todos os lugares, chegamos ao fim do crescimento populacional: a população global quadruplicou ao longo do século XX, mas não duplica mais ao longo deste século. E no final do século, a ONU espera um lento crescimento anual da população de 0,1%, enquanto os demógrafos do Insitituto Internacional Para Análise de Sistemas Aplicados (IIASA) esperam um fim do crescimento populacional em torno do ano de 2075.

1. Educação

Nenhuma das realizações nos últimos dois séculos poderiam ter sido alcançadas sem a expansão do conhecimento e da educação. A revolução em como vivemos não foi apenas impulsionada pela educação, mas também tornou a educação mais importante do que nunca.

E sabemos que a educação está no bom caminho para melhorar globalmente. “Ao contrário de muitos outros aspectos sociais nos quais as previsões são de uso limitado, eu acho que a educação é um aspecto onde podemos fazer algumas projeções úteis para o futuro”, afirma Roser. A simples razão é que a composição educacional hoje nos diz algo sobre a educação de amanhã – uma jovem letrada hoje será uma velha letrada em 2070, e um estudante com educação secundária agora será um pós-graduado com educação secundária no futuro.

A parcela mais jovem hoje é muito mais educada do que as parcelas mais velhas. A imagem abaixo mostra a projeção do Instituto IIASA para o tamanho e a composição educacional da população mundial até 2100. É um interessante olhar para o futuro: com a atual baixa fertilidade global, os pesquisadores esperam que o número de crianças vai diminuir a partir de agora – nunca haverá mais crianças no planeta do que hoje. E, como mencionado antes, os pesquisadores do IIASA esperam que a população mundial pare de crescer em torno de 2070 e decline depois disso.

Focalizando na parte educacional, a projeção sugere que até 2100, haverá quase ninguém sem educação formal, e haverá mais de 7 bilhões de mentes que terão recebido pelo menos educação secundária.

Com a grande importância da educação para melhorar a saúde, aumentar a liberdade política e acabar com a pobreza, esta projeção é muito encorajadora.

O quinto e último gráfico, chamado “Projeção da população mundial por nível educacional de 1970 até 2100”, estima que menos de 1% da população mundial não terá nenhum nível de educação em 2100, enquanto, no mesmo período, 34% das pessoas serão pós-graduadas (clique no título do gráfico para visualizar em tela inteira).
Por que não sabemos destas coisas?

Segundo Roser, a motivação para este resumo das condições de vida globais foi o resultado da pesquisa que documentou a perspectiva muito negativa do desenvolvimento global que a maioria de nós tem. “Como isso se encaixa com a evidência empírica?”, questiona o pesquisador. “Eu não acho que eles sejam os únicos a culpar, mas eu acho que a mídia tem a culpa de alguma parte disto. Isso ocorre porque os meios de comunicação não nos dizem como o mundo está mudando, eles nos dizem o que no mundo vai mal”, sugere.

Para ele, uma das razões pelas quais os meios de comunicação se concentram em coisas que dão errado é que os meios de comunicação se concentram em eventos únicos, e eventos únicos são muitas vezes ruins. “Veja as notícias: acidentes de avião, ataques terroristas, catástrofes naturais, resultados eleitorais que não nos deixam satisfeitos. Desenvolvimentos positivos, por outro lado, muitas vezes acontecem muito lentamente e nunca são as manchetes na obsessão da mídia pelos eventos”, critíca.

O resultado de um sistema de mídia e educação que não apresenta informações quantitativas sobre os desenvolvimentos de longo prazo é que a grande maioria das pessoas ignora completamente o desenvolvimento global. Mesmo o declínio da pobreza extrema global – por qualquer padrão um dos desenvolvimentos mais importantes em nossa vida – só é conhecida por uma pequena fração da população do Reino Unido (10%) ou nos EUA (5%). Em ambos os países, a maioria das pessoas pensa que a parcela vivendo em extrema pobreza tem aumentado. Dois terços das pessoas nos EUA acham que a participação de pessoas na pobreza extrema “quase dobrou”. “Quando ignoramos o desenvolvimento global, não é surpreendente que poucos pensem que o mundo está melhorando”, diz Roser.

“A única maneira de contar uma história de todas as pessoas é usar estatísticas, só então podemos esperar obter uma visão geral sobre a vida dos 22 bilhões de pessoas que viveram nos últimos 200 anos. Os desenvolvimentos que essas estatísticas revelam transformam nossas condições de vida globais – lenta mas firmemente. Eles são relatados nesta publicação on-line – Nosso Mundo em Dados – que minha equipe e eu temos construído ao longo dos últimos anos. Vemos isso como um recurso para mostrar esses desenvolvimentos de longo prazo e, assim, complementar as informações nas notícias que se concentram em eventos”, explica.

Para facilitar a compreensão e como o mundo mudou para melhor nos últimos 200 anos, Roser criou um gráfico que mostra como essa mudança aconteceu imaginando um grupo de 100 pessoas, que você pode visualizar aqui, em inglês. “A dificuldade de contar a história de como a vida de todos mudou ao longo dos últimos 200 anos é que você não pode escolher histórias únicas. Histórias sobre pessoas individuais são muito mais envolventes, mas não podem ser representativas de como o mundo mudou. Para conseguir uma representação de como o mundo mudou, você tem que contar muitas, muitas histórias de uma só vez, e isso é estatística. Para tornar mais fácil a compreensão da transformação nas condições de vida que conseguimos, fiz uma visualização resumida na qual imagino essa história de 200 anos como a história de um grupo de 100 pessoas para ver como a vida delas mudou se viveram por este período transformador do mundo moderno”, explica.

Por que é importante que saibamos estas coisas?

Roser diz que a transformação bem-sucedida de nossas condições de vida só foi possível por causa da colaboração. Tal transformação seria impossível para uma única pessoa realizar. É nosso cérebro coletivo e nosso esforço colaborativo que são necessários para tal melhoria.

Há grandes problemas que permanecem. Nenhuma das alternativas acima deve nos dar razão para nos tornarmos complacentes. Ao contrário, isso nos mostra que ainda há muito trabalho a ser feito – buscar a redução mais rápida da pobreza é uma conquista tremenda, mas o fato de que uma pessoa em cada 10 vive em extrema pobreza hoje é inaceitável. Também não devemos aceitar as restrições da nossa liberdade que permanecem e que são postas em prática. E também há a questão do impacto da humanidade sobre o meio ambiente, que está em um nível que não é sustentável e está colocando em risco a biosfera e o clima de que dependemos. Precisamos urgentemente reduzir o nosso impacto.

Está longe de ser certo que faremos progressos contra estes problemas – não há lei que garanta que o mundo continue esta tendência de melhorar as condições de vida. Mas o que é claro a partir da perspectiva de longo prazo é que os últimos 200 anos nos trouxeram para uma posição melhor do que nunca para resolver esses problemas. Resolver problemas – grandes problemas – é sempre um empreendimento colaborativo. E o grupo de pessoas que é capaz de trabalhar juntos hoje é um grupo muito, muito mais forte do que nunca houve neste planeta. Acabamos de ver a mudança ao longo do tempo. O mundo hoje é mais saudável, mais rico e mais bem educado.

“Para que a nossa história seja uma fonte de encorajamento, temos de conhecê-la. A história que contamos a nós mesmos sobre nossa história e nosso tempo importa. Como nossas esperanças e esforços para construir um futuro melhor estão ligados à nossa percepção do passado, é importante compreender e comunicar o desenvolvimento global até agora. Um olhar positivo sobre os esforços de nós mesmos e nossos companheiros humanos é uma condição vital para a fecundidade de nossos esforços. Saber que nós percorremos um longo caminho para melhorar as condições de vida e a noção de que nosso trabalho vale a pena é para todos nós o que o auto-respeito é para os indivíduos. É uma condição necessária para o auto-aperfeiçoamento.

A liberdade é impossível sem a fé em pessoas livres. E se não estamos cientes de nossa história e acreditamos falsamente no oposto do que é verdade, corremos o risco de perder a fé uns nos outros”, finaliza o pesquisador.

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