Os elementos básicos da comunicação visual constituem a substancia básica do que vemos. Uma das maneiras de se analisar uma obra visual, consiste em decompô-la em seus elementos constituintes para compreender melhor o conjunto. Estes elementos podem ser classificados em: conceituais, visuais e relacionais.
O ponto
Apesar de ser a unidade de comunicação visual mais básica, qualquer ponto exerce sobre nós um enorme poder de atração, independentemente de ter sido feito pelo homem ou de fazer parte da natureza.
Quando vistos, os pontos ligam-se, tornando-se capazes de nos dirigir o olhar. Quando em grande número e o mais justapostos possível, criam a ilusão de cor.
A capacidade única que uma série de pontos tem de conduzir o olhar é intensificada pela maior proximidade destes elementos.
A linha
Quando os pontos estão tão próximos entre si que se torna impossível identificá-los individualmente, aumenta a sensação de direção, e este conjunto de pontos transforma-se em outro elemento de comunicação, a linha.
Nas artes visuais, a linha tem, por sua própria natureza, uma enorme energia. Caracteriza-se por nunca ser estática, mas apesar de possuir liberdade e flexibilidade, tem um propósito e direção (precisa e rigorosa). Reforçando a liberdade de experiência, faz algo de definitivo. “A linha é o meio indispensável para tornar visível o que ainda não pode ser visto, por existir apenas na imaginação”.
A forma
A linha descreve uma forma, sendo que existem três formas básicas: o quadrado, o círculo e o triângulo equilátero. Cada uma das formas básicas possui características específicas, e a cada uma se atribui significados, alguns por associação, outros por vinculação arbitrária, e outros devido a percepções psicológicas e fisiológicas.
Assim, o quadrado está associado ao enfado, honestidade, integridade e perfeição; o triângulo liga-se a ação, conflito, tensão; o círculo representa infinitude, proteção.
A direção
As formas básicas expressam três direções visuais elementares: o quadrado, a horizontal e a vertical; o triângulo, a diagonal; o círculo, a curva.
Cada uma das direções visuais tem um forte significado associativo e é utilizado como uma importante ferramenta para a criação de mensagens visuais. A referência horizontal – vertical encaminha-nos a um sentido de estabilidade e equilíbrio. A diagonal possui uma força direcional mais instável. As forças direcionais curvas têm significados associados a abrangência e à repetição.
O tom
Só nos é possível ver o que é escuro porque está próximo ao que é claro, da mesma forma que só vemos algo que é claro quando existe perto de algo que é escuro.
Quando analisamos os elementos básicos da comunicação visual percebemos que só existe verdadeira luz quando observamos a natureza, pois nas artes gráficas, na pintura, na fotografia e no cinema o que existe é uma simulação do tom natural. Entre a luz e a escuridão na natureza existem centenas de gradações tonais específicas, mas essas gradações são muito mais limitadas nas artes gráficas e na fotografia.
A cor
A cor é um elemento de comunicação visual de grande relevância pois está recheada de informação, o que permite uma impressionante experiência visual.
Cada uma das cores possui significados associativos e simbólicos, permitindo a existência de um vasto leque de significados para o “alfabetismo visual”.
A cor tem três dimensões que podem ser definidas e medidas.
Matiz ou croma, é a cor em si, e existe em número superior a cem. Existem três matizes primários ou elementares: amarelo, vermelho e azul. Cada um representa qualidades fundamentais. O amarelo é a cor que se considera mais próxima da luz e do calor; o vermelho é a mais ativa e emocional; o azul é passivo e suave. O amarelo e o vermelho tendem a expandir-se; o azul, a contrair-se. Quando estas cores são associadas através de misturas é possível a obtenção de novos significados. O vermelho, um matiz provocador, é abrandado ao misturar-se com o azul, e intensificado ao misturar-se com o amarelo. As mesmas mudanças de efeito são obtidas com o amarelo, que se suaviza ao se misturar com o azul.
A segunda dimensão da cor é a saturação, que é a pureza relativa de uma cor. A cor saturada é simples, quase uma característica primitiva e compõe-se dos matizes primários e secundários. As cores menos saturadas levam a uma neutralidade cromática, e até mesmo à ausência de cor, sendo subtis e repousantes. Quanto mais intensa ou saturada for a coloração de um objeto ou acontecimento visual, mais carregado estará de expressão e emoção.
A terceira dimensão da cor é a cromática. É o brilho relativo, do claro ao escuro, das gradações tonais ou de valor.
A compreensão da cor é o mais emocional dos elementos específicos do processo visual, pois possui grande força e pode ser usada para expressar e intensificar a informação visual. Além do significado cromático facilmente modificável da cor, cada um de nós tem suas preferências pessoais por cores específicas. Escolhemos uma cor porque possui um determinado significado e não outro. Assim, a interpretação da cor de um objecto visual vai-nos ser dada não só pelo contexto em que está inserido, mas também pela significação que determinada coloração possui para nós.
A textura
Entre os elementos básicos da comunicação visual a textura é o elemento visual que com frequência serve de substituto para as qualidades de outro sentido, o tato. Na verdade, porém, podemos apreciar e reconhecer a textura tanto através do tato quanto da visão, ou ainda mediante uma combinação de ambos. É possível que uma textura não apresente qualidades tácteis, mas apenas ópticas, como no caso das linhas de uma página impressa, dos padrões de um determinado tecido ou dos traços sobrepostos de um esboço. Onde há uma textura real, as qualidades táteis e ópticas coexistem, mas de uma forma única e específica, que permite à mão e ao olho uma sensação individual, ainda que projetemos sobre ambos um forte significado associativo.
A escala
Todos os elementos básicos da comunicação visual são capazes de se modificar e se definir uns aos outros através de um processo de escala. O grande não pode existir sem o pequeno. Em termos de escala, os resultados visuais são relativos, pois estão sujeitos a várias modificações. O que antes era pequeno pode passar a ser grande se existe uma modificação visual no ambiente que o condiciona a tal.
O movimento
O elemento básico da comunicação visual representada pelo movimento encontra-se mais frequentemente implícito do que explícito no modo visual. Enquanto a ilusão de textura parece real devido ao uso de uma intensa ostentação de detalhes, a ilusão de movimento acontece graças ao uso da perspectiva, luz e sombra intensificadas.
O movimento como componente visual é dinâmico, sendo que o objetivo principal da criação de imagens e formas é a materialização do homem.
Todos os elementos básicos de comunicação visual, o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a escala, a dimensão e o movimento são os componentes essenciais dos meios visuais.
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