O século XIX foi recheado pelas tentativas dos inventores em construir aparelhos que pudessem produzir a ilusão do movimento, como o teatro óptico, de Emile Reynaud, que é o que mais se aproxima do que conhecemos hoje como cinema. Os irmãos Lumière são tidos como os criadores do cinema uma vez que no ano de 1895 exibiram no Salon Indien, o primeiro filme da história: A Chegada de um Trem na Estação da Cidade.
Neste filme, um trem parecia sair da tela. O interesse pelo invento foi enorme. É muito difícil precisar os autores dos primeiros filmes do cinema brasileiro, quando as funções técnicas e artísticas ainda não tinham sido definidas. Nesse início tudo se confundia: o papel do produtor, roteirista, diretor, fotógrafo ou cenógrafo, onde às vezes, apenas uma pessoa assumia todas essas funções ou as dividia com outros. Para complicar, em geral, a figura do produtor era entendida como a exibidor, fato esse que possibilitou o primeiro surto do cinema brasileiro. Essa época efervescente ocorreu entre 1908 e 1911.
Contrariando todas as expectativas, do clima de euforia e da vitalidade demonstrada desde 1908, o ano de 1912 encerra essa fase auspiciosa. Simbolicamente, a exibição de um filme produzido neste ano não pôde ser realizada por censura da Marinha de Guerra, pois o tema era a vida do cabo João Cândido, líder da rebelião dos marinheiros contra o uso da chibata. A partir daí, ou seja, desde o final dos anos dez, o cinema norte-americano dominou totalmente o nosso mercado cinematográfico.
A fundação da Companhia Cinematográfica Vera Cruz em 1949, foi a mais importante tentativa brasileira para implantar a produção de filmes e cinemas em bases industriais. Mesmo depois da desativação dos estúdios, a marca Vera Cruz permanece viva. Filmes como O Cangaceiro, Sinhá-Moça, Floradas na Serra, Tico-Tico no Fubá, Apassionata e tantos outros se tornaram referenciais da história do cinema brasileiro.
As produções da Vera Cruz tiveram grande êxito de público e crítica e muitas foram premiadas internacionalmente. A Vera Cruz proporcionou também um grande avanço técnico contribuindo, decisivamente, para a modernização de nosso cinema em diversos campos como: da fotografia, da sonorização, da cenografia, da montagem, das técnicas de laboratório e do acabamento em geral. Entretanto, o hábito pelos filmes americanos se enraizou de tal maneira no cotidiano dos brasileiros, que até hoje têm dificuldade em aceitar algo diferente do que esse.
O cinema brasileiro é claramente diverso do cinema norte-americano, até mesmo quando pensa imitá-lo. Esta diferença, que é gritante, representa nossa condição, na qual se inclui o subdesenvolvimento, como já citava os nossos teóricos, sobretudo, Glauber Rocha e Paulo Emílio, e tal disparidade torna nossos filmes originais e interessantes. O cinema brasileiro sofre, mas não morre. Surgem sempre novas iniciativas que fazem renascer da chama, mantida em fogo lento mas sempre aceso.
Fonte: www.trabalhonota10.com.br
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