O BEM DE NOS ENCONTRARMOS
Encontramo-nos, mais uma vez, como irmãos para testemunhar a solidariedade cristã com as pessoas que encontramos no nosso caminho. Agradeçamos ao Senhor com a oração que nos ensina, com a sua palavra e exemplo a ser solidários com os homens, sobretudo os mais necessitados.
HOJE PARTILHEMOS
Diante das várias dificuldades ligadas ao nosso ministério e à nossa vida, sentimos necessidade dos outros: da sua presença, do seu afecto, dos gestos de solidariedade que nos encorajam para continuarmos a vida. Como é que entendemos a solidariedade cristã e como é que a podemos viver?
REFLITAMOS
A palavra “solidariedade ” evoca sempre o laço de assistência recíproca nos momentos de necessidade que une as pessoas, mas também os laços de afecto moral que os une à comunidade e a qual pertencem. Ela significa também ajuda recíproca em todos os campos: espiritual, material, pastoral, humano, especialmente nos momentos de necessidade e de dificuldade. Algumas culturas humanas têm um sentido forte de solidariedade (cf. João Paulo II, Ecclesia in Africa, 43). Um membro rico da família é chamado a levar o peso dos demais, mentalidade essa que pode ser negativa no sentido de favorecer os demais como parasitas, a viver numa dependência dos outros sem participar activamente na construção da comunidade. Um outro excesso seria a tendência de ser solidário com os próprios parentes a ponto de garantir o sustento nas escolhas negativas ou no uso do favorável da promoção com o perigo de colocar gente incompetente ou incapaz.
Jesus Cristo, ponto de referência, não nos deixa cair nos laços da parentela (Mc 3, 33.35). Assumindo a condição humana, Ele fez-se solidário com a humanidade na sua condição miserável excepto o pecado. Nele, a solidariedade torna-se uma virtude cristã ligada à caridade e ao amor que é o próprio Deus (1 Jo 4, 8). Em Jesus Cristo, Deus torna-se compaixão, atenção, clemência, perdão, ajuda sem condições e reservas. O Evangelho do bom samaritano (Lc 10, 25-37 é o exemplo claro de um Deus amor livre e solidário com a humanidade.
Como discípulos de Cristo Cabeça e Pastor, imitadores da caridade pastoral, somos convidados a nos sentirmos mais solidários uns aos outros. Isto significa que devemos entrar em relação com todos para lhes oferecer o nosso afecto, o nosso tempo livre, o nosso conselho, a nossa competência cultural, o nosso bem material, o perdão e o amor de Cristo. A solidariedade cristã não colabora com a injustiça social e os desequilíbrios na distribuição dos bens do mundo destinados a todos (cf. PO 3 e 9; João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, 40-42).
Como é que nos podemos formar à solidariedade? Não é um curso académico que nos ensinará a solidariedade mas a vida cheia de experiências de altruísmo e sensibilidades pelos outros. As experiências de comunhão e os serviços de apoio devem ser promovidos neste âmbito. Aqui estão algumas propostas:
Antes de tudo, ter em conta os bens espirituais. Isto consiste em considerar a Eucaristia como parte central da nossa vida: o pão eucarístico é dado para ser compartilhado. As pequenas experiências de acolhimento e de dons, juntamente com o pão e o vinho, por exemplo, sejam um modo de viver a solidariedade.
É necessária uma educação na partilha dons bens materiais, espirituais, culturais que temos com simplicidade e humildade na ajuda dos nossos irmãos ( Cf João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, 39).
Para os ministros, a nível das dioceses é preciso estudar as modalidades da constituição das estruturas e serviços de ajuda aos irmãos doentes ou velhos, mas também empenhar-se na coordenação do bem de todos os serviços de apoio (sustento e seguro ...). Uma mentalidade de comunhão deve guiar todas estas escolhas. A solidariedade supõe outras virtudes humanas de amabilidade (Mc Jo 8, 10-11), a delicadeza, o sentido da amizade (Jo 11, 35-36), a aceitação dos próprios limites (Mc 14, 33-34), o sentido do dever (Lc 2, 49), o equilíbrio e a sobriedade (Mt 22, 21), o acolhimento (Lc 15, 20-24), a disponibilidade (Lc 7, 40-47.
É Preciso formar uma mentalidade ministerial na comunidade eclesial que estimule eficazmente a sensibilidade para as pessoas necessitadas: praticar as obras de misericórdia, dar o próprio contributo para o bem comum.
Também é necessário formar os fiéis para a solidariedade com o pastor: acolhê-lo como pastor e como homem, dialogar com ele, sustentá-lo para que a vida seja digna (casa, comida, vestuário, apoio na doença e na velhice).
O UAC propõe sustentar e ajudar os irmãos em crise e em várias situações de desânimo (Estatuto, 30), promove o acolhimento, a hospitalidade e a partilha entre irmãos de todo o mundo (Estatuto, 72); convida a visitar os irmãos, sobretudo os mais necessitados para os apoiar (Estatuto 18).
CONFRONTEMO-NOS
Como é que partilhamos com os irmãos os nossos sentimentos, as nossas opiniões, as dificuldades, as dúvidas de fé, as dores provadas no ministério?
Algumas dioceses ainda não conseguiram encontrar soluções satisfatórias para resolver algumas situações humanas (sustento dos ministros ordenados, seguro etc...). Quais são os passos concretos de solidariedade que podemos fazer no nosso presbitério para resolver esta dificuldade?
REZEMOS
Agradeçamos a Cristo que nos ensina a chamar Pai, a escutá-lo e a invocá-lo nas nossas necessidades. Agradeçamos pelos momentos de graça que nos concedeu.
PARTILHEMOS
A mensagem partilhada hoje nos chama à solidariedade com todos os homens, nossos irmãos. O ágape de fraternidade seja para nós um sinal visível da nossa escolha para uma vida nova onde a solidariedade ocupa um lugar privilegiado.
Fonte: www.uacint.it
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