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terça-feira, 14 de abril de 2015

14 de Abril - Dia da Tomada de Montese

A tomada de Montese na Itália
e os correspondentes de guerra

( jornadas de 14 a
17 de abril de 1945)
No dia 14 de abril, comemoramos os 63 anos da Tomada de Montese pelos brasileiros que combateram na Itália durante a 2ª Guerra Mundial. Para que não conhece a cidade, trata-se de burgo medieval localizado nos contrafortes dos Apeninos ( norte da Itália), sua capital é Modena e está localizada a 58 quilômetros de Bolonha.Diante deste evento cabe uma pergunta: Qual a importância da conquista desta cidade, que significado tem a sua posição estratégica e que papel exerceram os correspondentes de guerra nestes episódios?

Até aquele momento a Tomada de Monte Castelo ocorrida no dia 21 de fevereiro de 1945, nas proximidades de Montese, colocava a Força Expedicionária Brasileira como tropa veterana e ofensiva pronta para atuar na chamada Ofensiva da Primavera, cujo objetivo era barrar os alemães ao norte e libertar Bolonha.Acreditava-se na forte presença alemã em Montese, ponto estratégico para todos os envolvidos.

Para compreender este período da história buscam-se nas fontes a plausibilidade dos eventos, neste caso, as crônicas, as fotos, os diários e as reportagens corroboram na investigação.




Poucos sabem que o Brasil foi um dos países que mais correspondentes de guerra enviou para a campanha da Itália em 1944. Eram inúmeros os jornais da época, principalmente os da capital federal, Rio de Janeiro, que deram cobertura á campanha até ao final da guerra.

É possível apontar 10 correspondentes que embarcaram para a Itália juntamente com a tropa brasileira nos diversos escalões. Destes, destacamos Rubens Braga ( Diário Carioca) Thassilo Augusto Campos Mitke (Agencia Nacional) Raul Brandão( Correio da Manhã) Joel Silveira ( Diários Associados) e Egydio Squeff ( O Globo) além dos correspondentes estrangeiros como Frank Noral ( Assuntos inter-Americanos) e Henry Baggley (Associated Press).

Com algumas dessas reportagens em mãos, nos reportamos aos tempos da conquista de Montese narrados por Egidio Squeff: “ Em franca desagregação as forças de Kessserling, os soldados, às centenas,descem as encostas entregando-se aos nossos combatentes. Apesar do grande número de prisioneiros nazistas ,não há indícios da retirada germânica.Os alemães recuam premidos pelas forças americanas e brasileiras ,embora cresça a quantidade dos que se rendem, não podemos afirmar que o inimigo esteja abandonando sem lutas suas posições”.

Em outra reportagem:“ Cheguei a esta cidade em companhia dos correspondentes Joel Silveira e Mitke, primeiros jornalistas que nela entraram.. Nenhuma casa ficou intacta e só agora podemos avaliar o efeito terrível causado pelos disparos da nossa artilharia, as manchas de sangue nas casas, assinalam a violência da batalha.”

Na avaliação dos especialistas, Montese foi a campanha de maior envergadura pelo seu aspecto militar, pois foram 4 dias de intenso combate e a F.E.B a única tropa a entrar na cidade e render o inimigo.Para os montesinos foi trágico: Foram cerca de 900 mortos entre os civis e a destruição quase total da cidade, além das grandes baixas sofridas pelos brasileiros, cuja saga encerraria nos combates de Collecchio e Fornovo.

Os correspondentes de guerra, ouviram os combatentes e foram sensíveis suficientemente para compreender os momentos de ansiedade de quem vai para o desconhecido.Ao descreverem o inarrável, nos colocaram à frente de fatos inéditos da nossa história, aferiram dados e ajudaram a fixar elementos de relevância para a história e a historiografia brasileira, fator de importância inegável do nosso passado.


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