Existe uma história em Portugal que conta que no ano de 1333, houve um grave período de fome durante o reinado de Dom Diniz. A rainha, Dona Isabel, era uma pessoa muito nobre e com um enorme coração, e tinha o hábito de alimentar os pobres. Certa vez, empenhou suas joias para comprar trigo de outras regiões para continuar distribuindo o pão.
Em um desses dias de distribuição, Dona Isabel é pega de surpresa com a presença inesperada e sorrateira do rei Dom Diniz. Com medo de ser repreendida, escondeu os pães em seu avental. O rei percebeu o gesto e a indagou o que ela estava escondendo. A rainha respondeu que eram rosas. O rei, com a certeza de que a pegaria no flagra, insistiu e pediu para que abrisse os braços, e para surpresa de todos, rosas vermelhas se espalharam pelo chão. O rei não conteve a sua emoção e beijou as mãos de sua rainha enquanto os pobres e famintos ao seu redor gritavam: “milagre, milagre!”.
Santa Isabel é considerada a padroeira dos panificadores, conhecidos popularmente como padeiros. Por isso, em 8 de julho, além de comemorarmos o Dia de Santa Isabel, também é comemorado o Dia do Panificador.
Origem do pão
A panificação é uma atividade muito antiga e, por esse motivo, muito difícil de se precisar onde e como surgiu. Mas alguns historiadores afirmam que os primeiros pães (no início eram mais comparados a bolos) foram assados sobre pedras quentes ou debaixo de cinzas há cerca de 12 mil anos na Mesopotâmia, região na qual hoje se localiza o Iraque. O trigo era triturado e transformado em farinha, que em seguida era misturada com outros ingredientes como ovos, carne moída, mel, tâmaras esmagadas, entre outros, formando uma espécie de bolo que só então eram assados.
Acredita-se que os Egípcios tenham sido os primeiros a usar fornos de barro para o cozimento de pães. Também é atribuído a eles a descoberta do fermento, que logo foi introduzido na receita da massa do pão.
Os gregos trouxeram para a Europa o conhecimento da fabricação de pães por volta de 250 a.C. O pão logo se tornou o principal alimento na Roma Antiga. Era feito em casa, pelas mulheres, e depois passou a ser fabricado em padarias públicas. Nesse momento surgiram os primeiros padeiros. Mas com o início da Idade Média, por volta de 476 d.C., as padarias sumiram das ruas e a produção de pães voltou a ser caseira, e as pessoas inclusive começaram a consumir o pão novamente sem fermento.
No século XVII, a França tornou-se o centro mundial de fabricação de pães, com a introdução de modernos processos de panificação.
No Brasil, foi apenas no século XIX que o pão se popularizou. Antes disso, o brasileiro consumia basicamente a farinha de mandioca e o biju, mesmo que o pão de trigo já fosse conhecido desde a chegada dos colonizadores portugueses. A venda e o consumo de pães só começou a se expandir no país com a chegada dos imigrantes italianos.
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