Em algum momento, em sua evolução, o homem descobriu que podia tirar da terra
o seu alimento. Desde o século XIX, quando se estabeleceram hipóteses de como
teria sido o seu desenvolvimento, foram estabelecidas quatro fases: na primeira
fase, o homem foi selvagem; na segunda, nômade (sem habitação fixa) e domesticador;
na terceira, agricultor e somente na quarta, se civilizou. O momento da passagem
de caçador para pastor e agricultor nunca ficou muito preciso, não se concluiu
exatamente qual foi, ou onde foi.
Estudos arqueológicos, etnográficos e históricos mostram que ao mesmo tempo,
em várias partes do mundo, o homem passou a mexer na terra com o objetivo
de se alimentar, que é o que conhecemos como Agricultura: uma arte, a arte
de cultivar a terra.
No Dia do Agricultor, é interessante conhecer um pouco mais sobre essa importante
e antiquíssima atividade humana.
A Busca pelo alimento
A Busca pelo alimento
Notáveis trabalhos de irrigação na China, de 2200 aC., sinalizam que ali
se desenvolvia a agricultura nessa época, assim como também há o registro
da existência de represas, espécies de tanques, de máquinas debulhadoras e
de implementos para cultivar a terra. Acredita-se que a técnica da irrigação
deve ter ido da China para a Babilônia. Por muito tempo o aparecimento da
agricultura foi creditado ao Oriente Médio, por volta de 4000 aC.
Recentemente, pesquisas arqueológicas levaram essas hipóteses para 7000 aC.,
além da suposição de que uma fase preliminar de cultivo da terra deve ter
existido na Palestina, pelos vestígios que ficaram de espécies de foices naquela
região, que remontam a 9000 aC.
Dessa mesma época são os vestígios da colheita de feijões, ervilhas e cabaceira,
no norte da Tailândia. Existem provas do cultivo de feijões e de abóbora na
América, no México, em 7000 aC. Presume-se que entre 4000 e 2000 aC., acontecia
a transição da caça e da coleta para a agricultura na Amazônia, porque restos
de alimentos de origem animal e vegetal , que remontam a esse período, têm
sido encontrados em cavernas do Brasil e da Venezuela.
A Agricultura de Hoje
A Agricultura de Hoje
A agricultura como é feita hoje, a chamada agricultura convencional, se baseia
num conjunto de técnicas produtivas que surgiram em meados do século XIX,
conhecida como a segunda revolução agrícola, e que se baseou no lançamento
dos fertilizantes químicos. Expandiu-se após as grandes guerras, com o advento
do emprego de sementes manipuladas geneticamente para provocar o aumento da
produtividade, associado ao emprego de agroquímicos (agrotóxicos e fertilizantes)
e de maquinaria agrícola.
Esse modelo de agricultura industrial, envolvendo uso intensivo de produtos
químicos e grande especialização, tem predominado na agricultura e produção
de alimentos mundial.
Agricultura Orgânica
Agricultura Orgânica
A agricultura orgânica apareceu entre as décadas de 20 e 40, fruto de trabalhos
de pesquisadores na Índia. Ela se baseia na manutenção da fertilidade do solo
e da sanidade geral das plantas e animais pela adubação orgânica e pela diversificação
e rotação de culturas. Utiliza também a reciclagem de resíduos sólidos, adubos
verdes e restos de culturas, de rochas minerais, de manejo e controle biológico
de insetos, mantendo a fertilidade e sanidade do solo para suprir as plantas
de nutrientes e controlar insetos, pragas, moléstias e ervas invasoras.
Essa forma de cultivar a terra tem hoje muitos adeptos, tanto nos países
em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos, que a experimentam como uma alternativa
à agricultura convencional.
O estudo dos efeitos das atividades humanas sobre o meio ambiente trouxe
o conhecimento das más consequências da disseminação da poluição dos cursos
d'água e dos lençóis freáticos subterrâneos pelo uso indiscriminado de fertilizantes
e pesticidas na agricultura. Descobriu-se também que a agricultura intensiva
oferece riscos de erosão aos solos e danos à vida selvagem.
Hoje, o consumidor é suficientemente informado e se preocupa com o efeito
de alimentos contaminados por pesticidas, hormônios e resíduos de antibióticos
para a saúde humana. Aumentou então o interesse por métodos menos convencionais,
métodos mais naturais de cultivar a terra.
Fonte: www.ibge.gov.br
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