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terça-feira, 30 de setembro de 2014

30 de Setembro - Dia Mundial do Tradutor


A teoria de tradução de Lutero


No que se refere à tradução, o Renascimento é responsável pela formação das bases da tradutologia moderna, e, não por coincidência, pela produção das primeiras reflexões de maior envergadura sobre a arte da tradução: as mudanças que então aconteceram na Europa Ocidental incluem também a concepção e prática da tradução. Estas reflexões constituem, pois, as fontes primárias para a investigação da história da tradutologia moderna e da teoria tradutológica renascentista. Entre as mais representativas daquele período histórico europeu, se encontram as reflexões tradutórias de Lutero, ao lado de outras como as de Leonardo Bruni, Luis Vives, Étienne Dolet, Fausto da Longiano e George Chapman.

Da ingente obra do escritor alemão mais prolífico do século XVI, além de vários comentários em suas Tischreden, dois textos básicos expõem o pensamento de Martinho Lutero (em alemão, Martin Luther, 1483-1546) sobre a tradução: Sendbrief vom Dolmetschen (1530) e Summarien über die Psalmen und Ursache des Dolmetschens (1531). Estes textos, no entanto, apresentam não apenas sua concepção de tradução mas também alguns pontos centrais de sua teologia, ou melhor, os princípios diretores de sua tradução são oferecidos pela teologia. Tanto sua concepção lingüística como tradutológica se subordinam à sua concepção religiosa, ou, dito de outra maneira, a tradução da Bíblia só tem sentido dentro de uma perspectiva teológica (recordemos aqui os três princípios básicos da Reforma protestante: 1) a Bíblia como única regra, 2) só a fé salva, e 3) a universalidade do sacerdócio que faz com que cada homem possa e deva ler a Bíblia e interpretá-la).
A 'teorização' de Lutero sobre a tradução não se encontra de forma didática ou preceptiva em nenhum dos textos em que trata da questão; sua intenção primeira com a publicação do Sendbrief - seu principal texto sobre a tradução - não era escrever um 'manual' sobre como traduzir, mas justificar o processo de sua tradução do Novo Testamento. Por isso não é de estranhar que Lutero apresente sua concepção e prática da tradução não como um teórico secular o faria, mas como um homem de fé, e, ao mesmo tempo em que esclarece seu procedimento tradutório vai apresentando e defendendo alguns elementos fundamentais de sua teologia, como o da 'justificação pela fé' (sola-allein), em Sendbrief. É interessante observar neste texto como Lutero começa a argumentação sobre sua tradução com o exemplo de sola-allein, dentro de um princípio de tradução lingüístico-retórico, e como termina sua dissertação com o mesmo exemplo, porém agora dentro do princípio da hermenêutica teológica. Isso não é casual, nem apenas um recurso retórico e lógico-formal, mas talvez principalmente uma reiteração da doutrina básica do luteranismo.
Em seus escritos 'tradutológicos', Lutero trata exclusivamente da tradução de textos sagrados; na prática traduziu também fábulas de Esopo. Apesar disso, sua concepção pode estender-se a todo tipo de textos dada a universalidade e o valor de seus raciocínios. A grande diferença com respeito aos seus antecessores e o revolucionário do pensamento do Reformador é a abordagem de tipo comunicativo e suas implicações lingüísticas. Lutero advoga por uma tradução retórica (proprietas, perspicuitas, consuetudo…) e de estilo popular, não com fins estéticos mas comunicativos - a compreensibilidade do texto e o leitor -, salvaguardando sempre a mensagem divina. Lutero considerava indispensável o conhecimento das línguas e literaturas da Antigüidade para a prática de uma verdadeira teologia (Bocquet, 2000:50) e para o manejo da língua alemã: suas concepções lingüístico-filosóficas e teológicas se fundamentam nos progressos filológicos do Humanismo (Wolf, 1980:65). E nisso também se diferencia de anteriores tradutores da Bíblia, não só por haver produzido um texto realmente legível, mas também por trabalhar sobre os originais hebraico e grego (o que é uma característica humanista).
Numa de suas Tischreden (1532: II, nº 2771 a-b), define assim a tradução: Vere transferre est per aliam linguam dictum applicare suae linguae (A verdadeira tradução é a adaptação do que foi dito numa língua estrangeira à sua própria língua). O Reformador concedia grande importância ao meio cultural dos destinatários, por isso traduzia adaptando o texto à mentalidade e ao espírito dos homens de seu tempo a fim de dar a compreender as realidades históricas, culturais e sociais relatadas na Bíblia e próprias de uma sociedade distanciada no tempo e no espaço (Delisle/Woodsworth,1995:59). As diretrizes básicas de sua teoria da tradução são a hermenêutica teológica e a enunciação melhor possível do conteúdo na língua do receptor. Na prática, observa-se o predomínio de uma tradução que privilegia o texto na língua de chegada, mas que também admite estrangeirismos se a formulação do original expressa melhor o conteúdo da mensagem. Ainda que sua prática tradutória e seus comentários sobre a tradução enfatizem a tradução ad sensum, Lutero não afirma que esta seja melhor que a ad verbum, simplesmente declara ter-se servido das duas:
[…] daß wir zu weilen die wort steiff behalten, zu weilen allein den sinn gegeben haben (Luther 1955:139)[1].
1. A diretriz hermenêutica teológica
O Renascimento despertou para a importância da filologia na compreensão da literatura, e Lutero a aplicou aos escritos bíblicos, e os estudou em seus originais. A fé e o trabalho missionário levaram-no a buscar o máximo de compreensão dos textos portadores da mensagem divina, e de fidelidade na transmissão desta mensagem. Compreender para comunicar. A Bíblia deve explicar-se por si mesma, e ainda que tenha sido escrita por inspiração divina, é um livro histórico e deve ser investigado também enquanto literatura e língua num tempo e espaço dados. Embora Lutero não tivesse uma consciência materialista dos escritos sagrados, reconhece que
[…] uerbi intelligentia ex tota scriptura et circumstantia rerum gestarum petenda est. (WA 2:302, apud Wolf, 1980:104).[2]
A mensagem divina se esclarece quando é interpretada dentro de seu contexto.
So halten wir nun dafür, daß der Mensch gerecht wird ohne des Gesetzes Werke, allein durch den Glauben[3].
é a tradução de Lutero de "Arbitramur enim iustificari hominem per fidem sine operibus legis"[4] (da Vulgata de São Jerônimo). A inclusão da palavra sola-allein na tradução da Epístola aos Romanos (3,28) se justifica ao investigar o pensamento de São Paulo em todo seu conjunto. Diz respeito não apenas a uma questão de hermenêutica teológica mas também histórica e política relativa ao contexto de Lutero. Ao acrescentar a palavra allein em sua tradução, Lutero estaria assegurando a doutrina essencial do luteranismo, ou seja, de que o homem pode merecer o céu somente pela fé, sem necessidade de obedecer aos mandamentos da Igreja católica. Com apenas uma palavra, Lutero também põe em questão o valor da Igreja católica enquanto instituição.
A diretriz hermenêutica não é senão a interpretação dos textos bíblicos apoiada na teologia e nos instrumentais oferecidos pela filologia, ou seja, o conhecimento de culturas antigas e suas expressões lingüístico-culturais, e sua adaptação à cultura de chegada. No entanto, tudo isso seria muito pagão sem um dos principais requisitos do tradutor: ter fé. Um dos elementos fundamentais da teologia luteraniana é o da 'justificação pela fé': só a fé salva. Lutero quer que todos os homens descubram esta verdade de fé e de libertação, mas só podem descobri-la se puderem compreendê-la desde sua fonte e em sua fonte. E porque só poucos dos mortais adquirem um domínio das línguas bíblicas, a tradução da Bíblia deve ser fiel e inteligível a todos, o que só é possível se falar a mesma língua do leitor.
2. A diretriz lingüístico-retórica
A necessidade de produzir uma tradução legível e intelegível implica uma prática tradutória que, salvaguardando a mensagem, dá primazia à língua de chegada:
[…] nicht der sinn den worten, sondern die wort dem sinn dienen und folgen sollen (Luther 1955:132)[5].
O desejo que guiava a Lutero durante a tradução era de escrever num alemão puro e claro:
Ich habe mich des beflissen im Dolmetschen, daß ich rein und klar Deutsch geben möchte. […] und leider nicht allwege erreicht noch getroffen habe (Luther 1996:120;124)[6].
E o pensamento básico que o julgava era:
Ist das Deutsch geredet? Welcher Deutsche verstehet solches? Was ist aber das für Deutsch? Wo redet der deutsch Mann so? Der deutsche Mann redet so (1996:124)[7].
Para escrever num "reinen und klaren Deutsch" é necessário ter como medida a língua falada do povo: "so redet die Mutter im Haus und der gemeine Mann"[8]; uma língua vigorosa, direta e plástica. Lutero
[…] bevorzugt den verbalen Ausdruck statt der nominalen Aussage, er erlaubt sich Freiheiten in Wortstellung und Satzgliedfolgen, er verwendet Ellipsen und Modalpartikel. Auch im Rückgriff auf dialogische Elemente und in der Interpunktion als Sprechgliederung ist das Leitbild der mündlichen Kommunikation zu erkennen (Wolff, 1994:130)[9].
Traduzir em bom alemão supõe primeiramente a compreensão (filológica) do original e o domínio (retórico) da língua alemã:
Wer Deutsch reden will, der muß nicht den Ebreischen wort weise füren, sondern muß darauff sehen, wenn er den Ebreischen man verstehet, daß er den sinn fasse und denke also: Lieber, wie redet der Deutsche man inn solchem fall? Wenn er nu die Deutsche wort hat, die hiezu dienen, so lasse er die Ebreischen wort faren und sprech freh den sinn eraus auffs beste Deutsch, so er kan (1955:133)[10].
Os requisitos básicos para o domínio da língua alemã são:
a) reconhecer o que é o bom alemão ("Das heißt gutes Deutsch geredet"[11]); a medida é o homem comum ("so redet die Mutter im Haus und der gemeine Mann"[12]);
b) possuir um amplo vocabulário ("großen Vorrat von Wort haben"[13]);
c) possuir ouvido ("wenn eins [ein Wort] nirgendwo klingen will"[14]).
A tradução de Lutero, segundo ele mesmo, não foi apenas de tipo livre, mas também literal:
Doch hab ich wiederum nicht allzu frei die Buchstaben lassen fahren, sondern mit großer Sorgfalt samt meinen Gehilfen darauf gesehen, so daß, wo es etwa drauf ankam, da hab ich's nach den Buchstaben behalten und bin nicht so frei davon abgewichen (Luther 1996:128)[15].
Acima da boa produção textual na língua de chegada está a mensagem contida no original, e se a mensagem não se sustém mesmo no melhor estilo da língua de chegada, deve-se sacrificar o estilo e calcar o original:
Wiedderumb haben wir zu weilen auch stracks den worten nach gedolmetscht (Luther 1955:134)[16].
Em nome da fidelidade ao pensamento do original:
Darumb, daß an den selben worten etwas gelegen ist (Luther 1955:134)[17].
E pela fé:
Darumb müssen wir zu ehren solcher lere und zu trost unsers gewissens solche wort behalten, gewonen und also der Ebreischen sprachen raum lassen, wo sie es besser macht, denn unser Deutsche thun kan (Luther 1955:135)[18].
Se por un lado este procedimento literalista de Lutero recorda a posição jeronimiana de respeito à ordem das palavras, na prática se revela muito distinto. Lutero não está preocupado com a ordem das palavras mas com a melhor transmissão do conteúdo.
O Reformador justifica sua tradução por argumentos lingüísticos e por reflexões teológicas, e de sua postura enquanto tradutor se deduzem os requisitos básicos do bom tradutor: domínio lingüístico e formação teológica. Além disso é necessário prática e aptidão: Kunst, Fleiß, Vernunft, Verstand[19]. Os requisitos do bom tradutor não se resumem somente aos de ordem técnica e intelectual mas extrapolam para o âmbito do espiritual:
Es gehört dazu ein recht, fromm, treu, fleißig, furchtsam, christlich, gelehrt, erfahren, geübt Herz. Darum halt ich dafür, daß kein falscher Christ noch Rottengeist treulich dolmetschen könne (Luther 1996:128)[20].
Por isso, Lutero concebia a tradução como uma arte difícil, exigente e para poucos:
Was Dolmetschen für Kunst und Arbeit sei, das hab ich wohl erfahren. […] Es ist dolmetschen keineswegs eines jeglichen Kunst (Luther 1996:128)[21].
Podemos concluir esta breve análise da teoria da tradução de Lutero reiterando que sua inovação e importância consistem precisamente na sua característica humanista, ou seja, no uso da filologia e no trabalho sobre os originais a traduzir (diretriz hermenêutica teológica), e na produção de um texto retórico-literário na língua de chegada (diretriz lingüístico-retórica). A concepção de tradução de Lutero e o domínio de seus requisitos unidos à sua habilidade poética contribuíram para o incremento da diversidade de recursos expressivos da língua alemã, que evoluiu nos domínios da fonética, morfologia e principalmente léxico. Com sua tradução da Bíblia, Lutero conseguiu produzir
uma "nova prosa artística", que é única na escolha das palavras e construção da frase, no emprego de todos os meios estilísticos, na fluência, ritmo e sonoridade da língua (Wolff, 1994:132)[22].
Bibliografia
1. Literatura primária
Luther, Martin (1955): "Summarien über die Psalmen und Ursachen des Dolmetschens (1532)", in: Hans Volz (Hrg.) (1955): Ausgewählte deutsche Schriften, Tübingen, Max Niemeyer Verlag.
Luther, Martin. (1996): "Sendbrief vom Dolmetschen/Circular acerca del traducir", in: F. Lafarga (ed.) (1996): El Discurso sobre la Traducción en la Historia. Antología Bilingüe, Barcelona: EUB. Trad. de Pilar Estelrich.
2. Literatura secundária
Arndt, Erwin (1962): Luthers deutsches Sprachschaffen, Berlin: Akademie Verlag.
Bocquet, Catherine (2000): L'Art de la Traduction selon Martin Luther - ou lorsque le traducteur se fait missionaire, Arras: Artois Presses Université.
Delisle, Jean et Woodsworth, Judith (1995): Les traducteurs dans l'histoire, Ottawa: Université.
García Yebra, Valentín (1979): "Lutero, traductor y teórico de la traducción", in: Pedro Rocamora Valls (dir.) (1979): Arbor - ciencia, pensamiento y cultura, Tomo CII, nº 399, Madrid, S. 23-34.
Rener, Frederick M. (1989): Interpretatio - language and translation from Cicero to Tytler, Amsterdam-Atlanta: Rodopi.
Ribhegge, Wilhelm (1998): "Latein und die nationalen Sprachen bei Erasmus von Rotterdam, Martin Luther und Thomas More", in: Latein und Nationalsprachen in der Renaissance, Wiesbaden: Harrassowitz Verlag, S. 151-180.
Salzer, Anselm u.a.: Illustrierte Geschichte der Deutschen Literatur, Band I. Köln: Zweiburgen Verlag.
Schanze, Helmut (1999): "Problemas y tendencias en la historia de la retórica alemana hasta 1500", in: J. J. Murphy (ed.) (1999): La elocuencia en el Renacimiento - estudios sobre la teoría y la práctica de la retórica renacentista, Madrid: Visor. Trad. de Luisa Fernanda Aguirre de Cárcer, S. 133-155.
Tonin, Neylor (ed.) (1983): Lutero, Pecador e Evangelista de Jesus Cristo, Grande Sinal, revista de espiritualidade, nº 9/10, Petrópolis: Editora Vozes.
Wolf, Herbert (1980): Martin Luther - eine Einführung in germanistische Luther-Studien, Stuttgart: Metzler.
Wolff, Gerhart (1994): Deutsche Sprachgeschichte - ein Studienbuch, Tübingen/Basel: Francke Verlag.

Antologias Espanholas de Textos Clássicos sobre Tradução

Impulsionada pelo forte desenvolvimento da tradutologia ocidental a partir da segunda metade deste século, a historiografia da tradução redescobre em antigos e clássicos textos teóricos ou de reflexões sobre a tradução farto material de pesquisa. Prólogos, prefácios, introduções, leis, ensaios, comentários, críticas, dedicatórias e cartas que tratam da tradução, abrangendo um largo período de tempo, desde o século I a.C. até os últimos anos deste milênio, são reunidos em coletâneas. Muitos dos textos são apresentados em sua íntegra, outros em excertos. Se por um lado estas antologias geralmente não intentam apresentar a evolução da tradutologia através dos textos selecionados, por outro oferecem a possibilidade de acesso fácil a grandes pensadores e pensamentos sobre a tradução através dos tempos.
Os alemães e ingleses foram os primeiros a organizar este tipo de obras: J. Störig, em 1973, publica Das Problem des Übersetzens; T. R. Steiner, em 1975, English Translation Theory, 1650-1800. Depois deles, surgem tais antologias em vários outros países. Na Espanha, J. C. Santoyo publica, em 1987, Teoría y crítica de la traducción: antologías. E de 1994 a 1998 aparecem neste país outras quatro obras do gênero:
Textos clásicos de teoría de la traducción, Miguel Ángel Vega, editor. Madrid: 1994, Ediciones Cátedra.
Teorías de la traducción: antología de textos, Dámaso López García, editor. Cuenca: 1996, Ediciones de la Universidad de Castilla-La Mancha.
El discurso sobre la traducción en la história – antología bilingue, Francisco Lafarga, editor. Barcelona: 1996, EUB.
El tabaco que fumaba Plinio – escenas de la traducción en España y América: relatos, leyes y reflexiones sobre los otros, Nora Catelli e Marietta Gargatagli. Barcelona: 1998, Ediciones del Serbal.
À parte alguns poucos textos que se repetem nestas obras - como um de Cícero, um de Lutero, um de Luis Vives e mais alguns-, as seleções de textos são em sua maioria distintas e preciosas. “Seguramente la enumeración de todos los teóricos de la traducción sería el cuento de nunca acabar” (Larbaud apud Vega, p.13). Por isso, ao eleger dentre centenas de textos, os editores destas antologias usaram critérios de seleção tipo “humanista” (Vega, p. 14), ou, “aquellos textos que muestran más elocuentemente la forma de captar o definir a los otros en nuestra cultura ” (Catelli e Gargatagli, p. 19), ou, como admite López García em seu prólogo, “los criterios de selección y omisión no son siempre fáciles de explicar ni de resumir” (p. 23). O critério mais claro e coincidente destas antologias é a apresentação dos textos em ordem cronológica.
As principais características formais destas quatro antologias espanholas podem ser assim descritas:
Textos clásicos de teoría de la traducción, de Miguel Ángel Vega. 358 páginas, com 72 autores e 92 textos, de Cícero (46 a.C.) a A. V. Fedorov (1983). Consta também de uma introdução de mais de 50 páginas sobre a história da tradução no ocidente, 10 páginas de bibliografia e uma tabela sinótica da história da tradução a partir do Renascimento.
Teorías de la traducción: antología de textos, de Dámaso López García. 624 páginas, com 58 autores e 69 textos, de Cícero (46 a.C.) a Gianfranco Folena (1973). Possui um índice analítico e outro onomástico.
El discurso sobre la traducción en la história – antología bilingue, de Francisco Lafarga. É a primeira antologia bilingue, do gênero, na Espanha, com 498 páginas, 40 autores e 45 textos, partindo de Cícero (46 a.C.) até Larbaud (1913). Apresenta um índice onomástico.
El tabaco que fumaba Plinio – escenas de la traducción en España y América: relatos, leyes y reflexiones sobre los otros, de Nora Catelli e Marietta Gargatagli. É a única dentre estas antologias que apresenta a cada um dos textos com comentários e opiniões. 446 páginas, com 77 textos, desde Hasday Ben Saprut (século X) a Borges (1925). Inclui também um índice onomástico.
O conjunto destas antologias compõe seguramente um acervo indispensável aos interessados e estudiosos do tema, e os textos selecionados proporcionam em última análise conhecimentos sócio-culturais de como o Ocidente se posicionou em distintos momentos dos últimos 2000 anos frente a problemas lingüísticos e políticos quando da necessidade de interação entre poéticas e culturas, ultrapassando as expectativas de Vega (1994), para quem o objetivo de uma antologia dessa ordem é mostrar “al traductor ya en activo o el que todavía se está formando” que “lo que se dice en nueva fraseología y terminología es el heracliteano eterno retorno de la polémica: libertad/fidelidad, adaptación/traducción, imitación/versión … historia magistra vitae”, e que “sepa de dónde viene y adónde debe ir, para que no repita los mismos errores” (p. 14).
Fonte: www.pget.ufsc.br

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