Moura Ramos Indústria Gráfica: livros, revistas, embalagens, sacolas, agendas e impressos em geral.: Conheça os principais tipos de papel

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Conheça os principais tipos de papel


Existe uma infinidade de tipos e formas de papéis, cada um feito de uma maneira e matéria-prima diferente. Com tantas opções no mercado, fica difícil saber qual é o mais sustentável. Por isso, selecionamos alguns modelos para te ajudar a escolher o tipo de papel ideal para você.

Antes de mais nada, é importante ter em mente alguns aspectos:

– Qual a utilidade que você vai dar ao papel?
– Qual será a vida útil necessária?
– Como será utilizado o material produzido?
– Como será o ciclo de vida do produto?

“Um material como o papel plástico, por exemplo, é útil para um material mais durável, como um livro e apostila que vão ser muito manuseadas. Já para um folheto, que vai ser jogado fora logo, é melhor outro tipo de papel”, analisa a designer gráfica e escritora do blog Embalagem Sustentável, Elisa Quartim Barbosa.

Também é importante perceber outros aspectos da produção do material, como os produtos químicos utilizados na fabricação, transporte, a relação de trabalho na fábrica, se a madeira utilizada é certificada, etc. “Podem ter casos em que o papel reciclado seja a pior opção, as vezes esse papel vem de um lugar distante, emitindo muito gás carbônico”, alerta Barbosa.

“Tudo depende”

Para a designer, cada tipo de papel pode ser bem empregado se todos os fatores forem analisados antes da escolha. “É importante conhecer o produto e o cliente, avaliar quais são as necessidades, visitar a produção e, aí sim, sugerir uma mudança. É preciso avaliar o acabamento, a degradação, a parte estética, se vai precisar de camadas, de plastificação, qual vai ser o melhor resultado, etc”, diz.

Ela ainda lembra que é preciso pensar não apenas no meio ambiente, mas também no resultado final. “Sustentabilidade é trabalhar globalmente e pensar em todos que estão incluídos naquele processo”, reforça.

Na hora de escolher o tipo de papel, ela sugere os papéis com certificação, que garantem que a madeira utilizada vem de reflorestamento, ou os que utilizam menos produtos químicos na sua fabricação. Mas ainda assim ela não se arrisca a dizer um favorito. “Não dá pra dizer, tudo tem que ser avaliado”, diz.

Para ajudar na hora da escolha, selecionamos alguns tipos de papéis e pesquisamos algumas informações sobre eles. Esses são os mais utilizados atualmente e estão disponíveis no mercado em larga escala.

Papel Branco Comum

O papel é, basicamente, um amontoado de fibras unidas física e quimicamente através de uma série de processos. Na cadeia industrial, usam-se majoritariamente as fibras vegetais, especialmente de tronco de árvores, como o pinus e o eucalipto.

O processo produtivo do papel branco serve de base para a produção de todos os outros. Depois de cortar e descascar a árvore, ela é transportada, lavada e picada em lascas de tamanhos pré-definidos. Depois, esses pedaços são cozidos e misturados a uma série de produtos químicos, denominados licor branco, que transformarão a madeira em pasta celulósica.

A pasta marrom resultante pode ser utilizada para fabricar papéis pardos, ou seguir para a etapa do branqueamento. Reações com peróxido, dioxido de sódio, dioxido de cloro, ozônio e ácido transformam a poupa, deixando-a branqueada. A poupa então é secada e prensada até atingir a gramatura desejada para o papel.

O material resultante pode ter diversos tamanhos, gramaturas, cores, texturas, formatos, além de poder ser utilizado para centenas de produtos. Variações no processo de produção permitem a criação de papeis como o ácido, bíblia, cartão, couché, higiênico, jornal, fotográfico, papelão, presente, vegetal, sulfite, etc.

Dois grandes problemas da fabricação do papel são o licor negro (resíduo produzido pela dissolução da lignina da madeira) e o processo de branqueamento. O primeiro pode ser amenizado com o tratamento adequado, já que ele contém compostos de enxofre tóxicos e mal-cheirosos e grande carga orgânica sendo, portanto, altamente poluente.

Já no segundo caso, o principal problema é o uso do cloro, capaz de gerar compostos orgânicos tóxicos e cancerígenos. Para resolvê-lo, muitos fabricantes passaram a realizar o branqueamento sem o cloro, utilizando outros elementos, como peróxidos e ozônio, no seu lugar.

Papel Reciclado

O papel reciclado é feito a partir do reaproveitamento do papel não-funcional. Podem ser utilizados papéis pré-consumo, ou seja, recolhidos pelas próprias fábricas antes que o material passe ao mercado consumidor, ou pós-consumo, geralmente recolhidos por catadores de ruas.

O processo de reciclagem pode ser manual ou industrializado e os benefícios são muitos. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, uma tonelada de aparas (papéis cortados para a reciclagem) pode substituir o corte de 15 a 20 árvores, dependendo do tipo de papel que será produzido.

Também se fala em redução dos gastos de água e energia durante o processo de fabricação de reciclados, apesar de não haverem dados definitivos sobre isso. Ainda assim, os papeis representam cerca de 40% do total do lixo das grandes cidades e o consumo do reciclado representa um alívio para esses aterros.

Papel Certificado

O diferencial desses papéis é que eles possuem selos de sustentabilidade, como o FSC, que atesta que o produto vem de florestas plantadas, e o Carbon Footprint – que informa ao consumidor o total de carbono que o produto emite na atmosfera.

No Brasil, 100% da produção de papel e celulose utiliza matéria-prima proveniente de áreas de reflorestamento, principalmente de eucalipto (85%) e pinus (15%). Ainda assim, por melhores que sejam as práticas de plantio e processamento, a produção desses papéis necessitará de novos plantios. Alguns estudos ainda indicam que o cultivo do eucalipto acarreta um consumo elevado de água, tornando o solo da região árido e reduzindo o volume dos lençóis freáticos.

Papel de Plástico Reciclado

Já existe um modelo de papel sintético fabricado com plástico descartado pós-consumo, como garrafas de água, potes de alimentos e embalagens de material de limpeza. O modelo foi desenvolvido na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e testado em uma planta piloto da empresa Vitopel, que começou a comercializá-lo em 2009.

Ele é bastante resistente e indicado para aplicações que necessitam de propriedades como barreira à umidade e água, como rótulos de garrafas, outdoors, tabuleiros de jogos, etiquetas, livros escolares e cédulas de dinheiro.


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