Para responder a esta pergunta, Lucas Haas (Visual designer e desenvolvedor Front-End focado em UX e Wordpress. @lucashaasc) preparou este ótimo post para o Choco La Design. Acompanhem...
O sonho de todo designer é ter, pelo menos, um projeto aprovado de primeira pelo cliente. E isso, infelizmente acontece raríssimas vezes.
Alterações de projeto, quer queira ou não, faz parte do processo criativo. Apesar de muitas vezes entrarem em conflito com a proposta designada pelo profissional, as alterações podem se enquadrar em algumas vertentes de diferentes motivações.
Nos últimos três meses, estive estudando sobre a evolução de algumas espécies pouco conhecidas de animais, em especial o “tatu lagarto” (Armadillo Lizard). O principal fator foi tentar entender e relacionar, a quântica diferença entre uma evolução e alteração. No caso do bicho, a evolução pode ser considerada uma alteração genética natural, certo?
E isso me fez pensar um pouco mais, sobre o que acontece naquele momento onde olhamos para o projeto e absorvemos toda aquela informação. Estava sem entender aquele curto processo entre a primeira visão do projeto e aqueles segundos onde o olho capta toda a informação e a processa, transformando aquilo em pensamentos de negação, dando sentido ao início de alterações.
Não consegui de fato, uma explicação clínica ou absoluta sobre a ação cognitiva que define o exato momento onde pensamos em alterar a informação visual que estamos consumindo. Mas pude entender e consolidar a reação designada aos tipos de “rejeição” do qual vou ilustrar aqui em três fatores: Evolutivo, Construtivo e Complementar.
Alterações de projeto em fator Evolutivo
Quando o designer cria um projeto e o apresenta ao cliente, está obviamente sujeito a uma pré-aprovação e total rejeição. E como dito, em poucos casos, uma aprovação direta. Vamos dizer que neste caso, o cliente gostou da essência do design, porém algo o incomoda peculiarmente: Combinação de cores, alinhamento de objetos, fontes, qualquer outro incômodo, que se ajustado, faz jus ao modelo apresentado. Podemos chamar esse caso de uma “rejeição evolutiva”, do qual a adaptação de objetos pode neutralizar a barreira contrária da visão do cliente, a modo que ele se sinta confortável ao ver o projeto novamente com aquelas “questões resolvidas”.
Alterações em fator Construtivo
Aqui podemos apelar para a interpretação literal: Construindo tudo mesmo, do zero. É quando o designer apresenta o projeto, e mesmo seguindo o briefing (ou não), não coincide com o que o cliente diz. Aqui pode ser uma incógnita: Ou o cliente mudou de ideia e quer algo totalmente diferente do que foi discutido, ou ele não consegue explicar de fato o que deseja, ou o designer não cumpriu à risca o que lhe foi descrito. É quando a primeira leitura rejeita aquela informação visual de imediato. Quando se tem uma análise desse tipo, cujo primeiro fragmento de informação recebe uma rejeição da mente, todo o resto tende a ser rejeitado, por influência dessa ligação. Não que isso seja uma regra, obviamente.
Alterações em fator Complementar
É quando a leitura do projeto agrada o cliente, mas ele não consegue definir o que alterar. A sensação é semelhante àquela falsa simetria: O logo está perfeitamente alinhado com o grid, mas a forma do mesmo da a sensação de que está totalmente desalinhado. Aplica-se então alterações complementares, que não se submetem à mudanças estruturais ou definidas, mas complementos que melhoram a percepção e aceitação visual.
Alterando
Acontece de muitos projetos terem toneladas e toneladas de alterações. Eu costumo encarar isso como evolução do projeto, e quando fora de padrão, procuro orientar o cliente sobre a real necessidade daquilo. O interessante, é que as vezes é solicitado algumas mudanças que te faz pensar “vai ficar feio pra caramba” e na realidade não fica. Diferente do que muitos designers pensam, muita gente que está fora do ramo, pode ter uma percepção de design fascinante, o que acompanhado de um bom profissional do design, resulta em projetos brilhantes.
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