Embora não haja escassez de oferta, falta qualificação. Mas, o que realmente espanta são as relações de trabalho, amparadas por uma legislação anacrônica. É amplamente sabido que o êxodo rural é fruto dessa legislação. A partir da década de 60, houve um grande avanço na área dos direitos sociais.
Essas conquistas geraram um desequilíbrio nas relações de trabalho entre patrões e empregados, o que acabou prejudicando os trabalhadores e expulsando-os do campo. O resultado desse fenômeno foi o inchaço das grandes cidades, a ampliação das favelas e o aumento da violência urbana. Sem qualificação profissional para o trabalho urbano, grandes contingentes desses trabalhadores voltaram a prestar serviços eventuais e temporários no campo, como diaristas.
Nasceu aí a figura do boia-fria. Sem contar com qualquer tipo de segurança, ele foi duplamente vitimado. Primeiro, pelas condições degradantes de trabalho. Segundo, pela exploração do proprietário que intermediava o seu trabalho. Para combater esse estado de coisas, em 1994 foi editada a Lei n º 8.949, que possibilitou a criação de cooperativas de trabalho dentro da legislação específica já existente.
Organizados em torno da cooperativa, os trabalhadores passavam a ter os seus direitos trabalhistas e previdenciários garantidos sem ter vínculo empregatício com ela e com os tomadores de seus serviços. Quando essa lei foi sancionada, seu objetivo era pôr fim aos conflitos trabalhistas no campo e resolver os problemas dos boias-frias.
Fonte: Escola Virtual
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