(Mas lembrem-se…
magia sempre vem com um preço…)
Era
uma vez um artigo traçando paralelos entre a série em quadrinhos
“Fábulas” da Vertigo com a série televisiva para os que ainda (!) não a
conhecem, e uma análise da história e dos personagens reinventados para a
televisão para os fãs relembrarem como tudo começou, preparando-se para
a próxima temporada!
magia sempre vem com um preço…)
Relaxem este fim de semana conferindo este post da galera do Santuário a respeito da nova série de TV que reinventou o que já havia sido reinventado nas HQs, as Fábulas:
Os clássicos contos de fadas estão de volta, mais uma vez reinventados para um novo público. Confesso que quase empre sou avesso a essas reinvenções, porque em noventa por cento dos casos, dá tudo errado. Raras são as interpretações que funcionam… eu poderia citar a série em quadrinhos “Fábulas” da DC/Vertigo como um exemplo bem sucedido de adaptação desses personagens para os dias de hoje. Inclusive, são inegáveis as semelhanças entre os quadrinhos de Fábulas com a série “Once Upon a Time”.
Afinal, estamos falando de personagens clássicos vivendo no mundo real, nos dias atuais. Por causa disso, já comecei a assistir a série cheio de preconceitos. Eu já tinha, na minha cabeça, decidido que “Once” era uma cópia de Fábulas e pronto. Ledo engano. São duas histórias totalmente diferentes, apesar da premissa parecida.
As Fábulas dos quadrinhos da Vertigo, um dos maiores sucessos do selo adulto. |
Na série, os personagens foram privados de seus “finais felizes”, e trancados na mais cruel das prisões: o esquecimento. Em um mundo que não é seu, vivendo vidas que não deveriam ser as suas. Onde a única que mantém alguma satisfação, é a causadora da tragédia, Regina. A Rainha Má. Mas será que isso lhe trouxe realmente felicidade?
A trama central acontece no que seria uma continuação da história da Branca de Neve, depois dela ser despertada pelo beijo do Príncipe Encantado, que quebrou o feitiço da maçã envenenada. A maldição não foi quebrada pelo beijo em si, mas pelo amor entre eles. O amor, segundo dizem, é a magia mais poderosa de todas e pode quebrar qualquer maldição.
Mas a Rainha Má não desiste, e usa todos os seus recursos para concretizar sua vingança. Ela barganha com o misterioso Rumpelstiltskin uma poderosa maldição… a mais cruel e perversa de todas. Afinal, matar os inimigos nunca foi a intenção da rainha, a não ser que fosse necessário. E ela não quer para Branca de Neve um castigo simples como a morte, quer vê-la sofrer. Nem que para isso tenha que sacrificar aquilo que mais ama, e amaldiçoe todo o Reino no processo.
Por que tanto ódio dessa mulher por Branca? Ela alega que sua enteada destruiu a sua felicidade. E, sim. Isso é verdade.
A maldição da Rainha Má se concretiza na forma da cidade de Storybrooke, para onde todos os personagens foram banidos. A cidade fica no “mundo real”, um lugar sem magia… e muito sem graça. Lá, o tempo não passa (mas ninguém se dá conta disso), a vida não segue e eles não fazem ideia de quem realmente foram no passado. E Regina continua em posição de poder, como prefeita da cidade, fazendo gato e sapato de todos.
Todos agora têm outros nomes, novas profissões e um papel a cumprir na cidade… e invariavelmente suas vidas são monótonas e vazias. Branca de Neve, por exemplo, agora acredita ser Mary Margaret, uma professora frustrada, em uma busca infrutífera pelo verdadeiro amor, mas sempre amargando uma terrível solidão.
Mas toda maldição pode ser quebrada. E os finais felizes ainda podem ser resgatados.
Basta acreditar.
A esperança para os cidadãos de Storybrooke existe, e o nome dela é Emma Swan. A filha de Branca e do Príncipe, agora com vinte e oito anos de idade… o que, acaba causando estranheza, uma vez que ela aparenta ter hoje a mesma idade de seus pais, já que eles não envelheceram nem um dia devido a maldição. Emma chega na cidade trazida por Henry, um garoto que revela ser filho dela. Emma o entregou para adoção, e hoje ele vive com sua mãe adotiva, a prefeita da cidade…
Henry de alguma forma sabe de toda a verdade, e ele tem um livro, que conta todas as histórias dos personagens que vivem no lugar, e quem eles realmente foram. O garoto está convencido que Emma é a única capaz de fazer as coisas voltarem a ser o que eram antes… e ela, por outro lado, só que aproveitar essa segunda chance e se reaproximar de seu filho.
Conforme a história avança, vamos conhecendo o passado dos personagens através de flashbacks – a maioria tendo o livro de Henry com fio condutor. Nesses flashbacks, ficamos sabendo que a maioria dos contos de fadas (ou todos?) se passam no mesmo Reino; e mesmo quando não acontecem no mesmo mundo, tem alguma ligação, como no caso do Chapeleiro Louco que pode usar seu chapéu mágico para viajar para outros Reinos, o que evidentemente inclui o País das Maravilhas.
Algumas curiosidades acontecem quando, numa ótima sacada dos roteiristas, as histórias se conectam de forma a tornar-se algo coerente. Mais ou menos como acontece na série em quadrinhos “Fábulas”, mas repito, são histórias distintas e podem (devem) ser apreciadas separadamente sem se cair no sono eterno do tédio. Essa junção dos contos é tão bem construída que me faz pensar se originalmente esses contos não teriam sido escritos dessa forma e posteriormente separados. Por exemplo, o ser no espelho mágico da Rainha Má, havia sido o gênio da lâmpada, que fora libertado pelo bondoso Rei Leopoldo, pai de Branca, mas no fim das contas, apenas trocou uma prisão pela outra. A famosa maçã envenenada estava guardada na casa de doces da fábula de João e Maria, e um dos grandes (e carismáticos) vilões da série, o famigerado Rumpelstiltskin também funcionou como a Fera, de “A Bela e a Fera”. Alias, nessa série, os vilões roubam a cena. Não tem como não ficar fascinado com as insanidades da deslumbrante Rainha Má, ou evitar o sentimento de “Ih, agora ferrou tudo” quando Rumpelstiltskin começa a barganhar…
O Príncipe Encantado também ganhou desenvolvimento na série e um passado curioso: na verdade, quem se apaixonou por Branca de Neve foi o irmão gêmeo do príncipe, criado como camponês e que nem fazia ideia da existência de seu irmão na realeza. Tudo fruto de uma das trocas de Rumpelstiltskin, quando a mãe dos meninos entregou um deles ainda bebê pela fazenda que em que mora. Mas com a morte do príncipe herdeiro, seu irmão foi procurado pelo rei, e convencido a participar de uma farsa, assumindo o lugar do gêmeo.
Mas a farsa em se tornar um príncipe da noite para o dia relevou algumas complicações envolvendo a caça de um dragão e a promessa de casamento com a filha do Rei Midas (esse mesmo, que transforma tudo que toca em ouro). A união dos reinos traria prosperidade e evitaria a guerra… mas no meio do caminho havia uma fugitiva… e assim começaria a história de Branca e Encantado, lutando contra o impossível para ficarem juntos. E quando finalmente conseguem e estão prestes a viver felizes para sempre, são engolidos pela maldição… a última página do livro se fecha e eles acordam na bem sucedida série de tevê Once Upon a Time…
E é aí que entra Emma. Sendo filha de Branca de Neve e do Príncipe Encantado, ela é o fruto de seu amor verdadeiro, e a chave capaz de quebrar a maldição e permitir que todos sejam libertos e possam voltar para casa. Mas para isso acontecer, Emma precisa abrir seu coração e sua mente para aquilo que parece impossível… e acreditar que as histórias no livro de Henry são verdadeiras…
Pelo andar da carruagem (trocadilho besta…) a série deve seguir ainda por um bom tempo semeando novas histórias, com novos personagens e novas aventuras para novas gerações, como foi uma vez, e será ainda, muitas vezes no futuro.
Pois, enquanto houver boas histórias, o encanto nunca se quebrará.
Felizes para sempre? |
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