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quinta-feira, 21 de abril de 2016

21 de Abril - Dia do Metalúrgico

Metalurgia é o trabalho de extrair e manipular os metais a partir dos seus minérios. Hoje em dia, a grande produção metalúrgica é proveniente das grandes indústrias.
Voltando no tempo, é possível dizer que as atividades metalúrgicas remontam a seis mil anos atrás, no Oriente Médio, quando o cobre era martelado e dele se faziam pequenos utensílios domésticos. A prata também era um metal freqüentemente trabalhado.
A metalurgia é um dos expoentes econômicos do Brasil, principalmente na siderurgia, com destaque para a produção de aço bruto.
Os metalúrgicos brasileiros são uma classe trabalhadora famosa por sua capacidade de se reunir para lutar por seus direitos. Foi a partir de movimentos organizados por este setor que importantes mudanças se processaram na sociedade, principalmente quando o assunto é direitos trabalhistas.

 Metais: ambição antiga

Mal aportaram em nossas terras, os portugueses já procuraram se comunicar com os nativos a fim de descobrir ferro, prata e ouro. Era este um dos objetivos das navegações exploradoras do século XV.
A presença de riquezas em abundância contribuiu para que a colonização do Brasil fosse de exploração e não de povoamento. Nosso país era a fonte para extração de bens preciosos, como o pau-brasil e os metais.
Conforme surgiam novos povoados na colônia, começavam a se destacar os pequenos trabalhadores e, entre eles, os artesãos. Homens que conheciam a arte de fundir o ferro - uma arte passada de pai para filho - já forjavam materiais para serem usados como ferramentas ou utensílios domésticos.
A primeira fábrica de ferro surgiu em 1590, onde hoje fica Sorocaba, no interior do estado de São Paulo. O mérito se deve a Afonso Sardinha, que descobriu o minério magnético (magnetita) e passou a produzir ferro a partir de sua redução, utilizando como redutor o coque.
Com o crescimento da indústria canavieira, as forjas atendiam a casas de engenho, fornecendo equipamentos como caldeiras e moendas. Entretanto, mesmo com a demanda, Portugal proibia o Brasil de possuir indústrias, para que não houvesse produtos que concorressem com os que eram importados da metrópole. Por isto, as forjas eram bem rústicas.
Já o trabalho com os metais preciosos esteve voltado principalmente à decoração de igrejas. A abundância do ouro, principalmente no estado de Minas Gerais, fez surgir a demanda por casas de cunhagem e de fundição. E Portugal teve que ceder à construção de algumas forjas, ainda que rústicas, na região, já que o relevo montanhoso dificultava o transporte dos equipamentos vindos da Europa.
Sobrevivendo às pressões e proibições de Portugal, estas forjas precárias prevaleceram no Brasil até 1808, com a chegada da corte portuguesa. Um pouco antes disto, em 1795, uma fábrica de ferro já fora liberada para se estabelecer em São Paulo e, em seguida, em Minas Gerais, dado seu enorme potencial para usinas de ferro e aço.
No início do século XIX, mesmo com permissão para se instalarem e operarem livremente, as indústrias de metais ainda encontravam dificuldades: muitos equipamentos eram importados da Inglaterra a preços elevados e as taxas de exportação dos metais também era alta; não havia mão-de-obra suficientemente bem treinada.
Algumas grandes indústrias marcaram esta época: a Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema, na região de Sorocaba (SP); a Real Usina de Ferro do Morro do Pilar, em Minas Gerais; a Usina Patriótica, conhecida como Usina da Prata, em Congonhas do Campo (MG); a Fábrica de São Miguel de Piracicaba, na região de Caetés (MG); a Fábrica Ponta d'Areia, em Niterói (RJ); e a Usina Esperança, em Itabirito (MG).

 Metalurgia no Brasil do século XX

O grande processo de industrialização ocorrido no Brasil, na década de 50, foi marcado principalmente por uma drástica redução nas importações de materiais da indústria metalúrgica. Houve um aumento significativo da produção no setor, principalmente na siderurgia.
Isto, somando-se à inovação tecnológica na década de 70, fez com que nosso país ganhasse posição de destaque na metalurgia, sendo hoje um dos 10 maiores produtores de aço do mundo. São mais de 24 milhões de toneladas de aço bruto produzidas por ano, segundo a Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais. Várias crises nos anos 70 despertaram para a necessidade de se renovarem os métodos de produção, gerando menos desperdício de energia; para transpor as crises, foram necessárias criatividade e pesquisas, das quais hoje colhemos os frutos.
Além do aço bruto, o Brasil é grande produtor e exportador de ferroligas: produz mais de um milhão de toneladas por ano e é o terceiro do mundo, atrás apenas da África do Sul e da França.

 Na luta pelos direitos do trabalhador

A tradição sindicalista, inseparável da imagem do metalúrgico brasileiro, começa na década de 30, quando nasceu o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Compreendia os trabalhadores do ABC paulista, formado pelas cidades de Santo André, São Bernardo e São Caetano.
Até os anos 60, quando instaurou-se a ditadura militar, o sindicato reivindicava melhores salários e condições de trabalho para os operários, passando pela fase em que sofria pressões contra sua formação sindical, participando da guerra contra o nazi-fascismo e oferecendo solidariedade a operários da Guerra Civil Espanhola, por exemplo.
A participação do sindicato na luta pela democracia ganhou força a partir de 1978. Uma greve de trabalhadores em maio conseguiu se espalhar para outros estados, e surgiram ainda mais campanhas salariais - inclusive uma assembléia que reuniu mais de 100 mil trabalhadores.
Estas mobilizações resultaram na criação do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1979, e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 1983.
Não só questões trabalhistas entraram em pauta. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC passou a tomar parte de grandes manifestações nacionais, como a campanha no processo da constituinte, de 1986 a 1988, e no "impeachment" de Fernando Collor de Mello. Outros temas sociais são até hoje parte do compromisso do sindicato. Entre eles, os direitos da mulher, a questão da alfabetização, aposentadoria e previdência social.
Fonte: www.ibge.gov.br

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