Ao mesmo tempo que essas ações representam uma economia de custos para a empresa, elas são uma oportunidade valiosa para as redes de cinema.
São 10 horas da manhã e o cinema está cheio. As pessoas comem pipoca e
olham atentamente para o telão. Mas não se trata de uma grande estreia
de Hollywood. Lá na frente está a imagem do presidente do Grupo
Petrópolis e, na plateia, seus 3,5 mil funcionários, espalhados em 20
salas de cinema de diferentes cidades, para conhecer o novo
"posicionamento de marca' da fabricante de cerveja. E tudo em tempo
real.
Novidade no meio corporativo, esse tipo de evento tem se tornado uma
ferramenta cada vez mais útil tanto para as empresas que têm
funcionários em diversas filiais quanto para as redes de cinemas, que
enchem as salas nos horários mais ociosos. Empresas como Claro,
Mondelez, Coca-Cola e Ticket já usaram esse método para transmitir
mensagens aos funcionários, lançar produtos ou promover treinamentos
para as equipes de vendas.
A cervejaria gastou em torno de R$ 700 mil. O dinheiro cobriu o gasto
com o aluguel das salas e com a transmissão e geração de conteúdo em
tempo real, feita pela empresa Cinelive, especializada na distribuição
digital de conteúdo via satélite. Nesse caso, os executivos e o
palestrante estavam de fato em um dos cinemas onde a estrutura de
filmagem e transmissão foi montada. Mas, na maior parte dos eventos
desse tipo, eles vão para um estúdio e de lá passam a mensagem. Isso
significa que é possível adicionar recursos de multimídia, como slides e
gráficos.
Ao mesmo tempo que essas ações representam uma economia de custos para a
empresa, elas são uma oportunidade valiosa para as redes de cinema. A
Cinemark já tem 39 salas capacitadas para esses encontros. Os eventos,
que ganharam o nome de "Cinemeeting" no Cinemark, ocorrem de manhã,
período em que não há sessões.
Tecnologia
Usar o cinema para fazer evento empresarial não é novidade. Bettina
Boklis, diretora de marketing do Cinemark, diz que há muito tempo
ocorrem encontros presenciais (quando o palestrante ou executivo está
diante da plateia, dentro da sala). "O que estamos vivendo agora é uma
evolução desses encontros, que é bom tanto para a empresa quanto para os
cinemas", diz ela, em relação à tecnologia de hoje. A rede de cinemas
UCI tem um departamento dedicado a eventos corporativos há oito anos.
O crescimento desse setor, segundo a empresa, tem sido de 15% ao ano.
Com a substituição do projetor de película para o digital, o que
possibilita as transmissões ao vivo, a expectativa é receber uma
quantidade mais expressiva de eventos. Mais que tecnológica, a revolução
também se dá na comunicação corporativa. "Antes, demorava para a
informação chegar até a ponta. Pelo telão, passo uma mensagem única e
rápida para toda a equipe comercial", diz João Barreto, diretor de trade
market da Mondelez, que já fez três eventos do tipo. Um deles lançou
novas versões de chocolate, chiclete e biscoitos. Mais encontros "ao
vivo" da empresa via telão devem ocorrer no ano que vem.
Fonte: Época Negócios
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