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sábado, 9 de novembro de 2013

Melhore o Mundo Criando Mentes Saudáveis

"Sem antes conhecer a si mesmo, torna-se impossível compreender os outros..."

criança
Não devemos esquecer que, para uma criança,
coisa má ou boa, ambas, são ensinamentos...
Observe uma criança recém nascida, ela ainda não sabe falar, mal consegue enxergar além do seu próprio nariz e é completamente dependente dos seus pais ou responsáveis. No interior do seu cérebro existem apenas as informações necessárias para que seja capaz de exercer seu instinto, é por isso que ela sabe chorar, sabe expressar um desconforto físico. 

Ali também já está gravado, em estado de hibernação, alguns aspectos do seu temperamento psicossomático, o que explica sua futura predisposição para empatizar com algumas atividades ou processos e ainda resistir na assimilação de outros tantos. 

Mas temperamento não é tudo, precisa de estímulos externos para tomar sua forma definitiva, se afirmarem como traços atuantes naquela personalidade, e tudo isso depende de aprendizado, condicionamento, treinamento transmitido através do meio onde está inserida. 

Para quem não sabe, um bebê não enxerga de forma nítida, seu sistema visual ainda carece de amadurecimento, e nessa fase, ele vê tudo difuso, sem uma forma definida, até porque seu centro cerebral, o gerenciador de informações recebidas, ainda está se organizando. 

Quem ou o que gravou em seu cérebro as informações instintivas, a chamada memória primária ou instinto, isso não é assunto para ser discutido agora, e a ciência ainda engatinha para explicar esse processo. Mas graças a isso, ela sabe fazer “algumas” coisas, mesmo sem ter recebido instrução prévia de nenhum adulto. Os demais animais, os irracionais, também funcionam segundo esse misterioso critério, o chamado instinto. 

Seus pais ou responsáveis, que já possuem uma razoável experiência de vida, que podem ser jovens ou adultos, já convivem em um mundo bem conhecido deles, com suas regras e protocolos, suas anomalias, suas tradições culturais, suas crenças, ideologias políticas e religiosas, e assim por diante. O modo como estes “responsáveis” vão tratar essa criança, logicamente, vai depender do nível de conhecimento que possuam. Mas, não poderão abrir mão daquilo que já aprenderam da tradição, que herdaram dos seus pais, ou de outros, que existiram antes destes. 

As cantigas de ninar que usarão como acalento para fazê-lo dormir ou diminuir sua ansiedade, serão aquelas que já conhecem, que sabem cantar, mal ou bem, e que também, um dia já escutaram. E a maioria dos pais agirá da mesma forma. Irão repetir aquilo que já aprenderam antes, essa é a lógica, trata-se de um processo natural. 

Mas, aquela criança, ainda não repetiu nada, não tem experiência de vida, por isso não possui memórias, pelo menos as lúcidas, que são as lembranças das coisas vivenciadas, experimentadas. Por isso, ainda não deseja, não sente raiva ou empatia, não é medrosa, nem guarda rancor das pessoas. Muito menos planeja um futuro para si, ou é capaz de demonstrar predisposição consciente, racional, para alguma coisa. 

Nessa etapa, as crianças, estão completamente vazias, por isso não pensam, mas já possuem o potencial para serem preenchidas, pelo pensamento, pelo modelo cognitivo dos outros. Conhecer a utilidade de uma coisa para depois decidir o que fazer com ela, isso é o ato de pensar, deduzir, avaliar. Mas isso requer experimentação anterior, vivência, memorização, e como elas ainda não passaram por nenhuma dessas fases, estágios evolutivos graduais, e como não conhecem a utilidade das coisas, então, não são capazes de pensar de forma lógica, objetiva. 

Mas a capacidade de pensar, isso elas já possuem. Capacidade de pensar é bem diferente de saber pensar. A capacidade de pensar é involuntária, é inata, não depende de memórias, nem de lembranças. O instinto é assim, não carece de experimentação anterior, mas existe. Saber pensar é coisa calculada, cientificada, que requer memórias, lembranças, esclarecimentos, fórmulas ou roteiros de como as coisas funcionam, para que servem. O pensamento é um ordenamento das memórias, de modo que arrumadas de forma lógica, façam algum sentido, signifiquem alguma coisa, capaz de se expressar através de uma ação voluntária, do veículo, quer dizer, do indivíduo. 

Assim, a capacidade de pensar todo ser humano possui como potencial, e isso não depende de suas vontades, ou de aprendizado algum. Já para se construir um pensamento, esse mesmo ser humano, precisa de informações, precisa de experiência, necessita da lembrança, resgate, das suas memórias. As memórias virão, serão formadas quando ele estiver experimentando as coisas do mundo. Quando estiver com todo seu sistema sensorial funcionando perfeitamente, pronto para receber, perceber e interpretar de forma clara as impressões que lhe chegam do mundo exterior. 

Nessa fase inicial, tudo que é gradualmente percebido, capturado, pelos seus órgãos sensoriais, é digno de uma avaliação atenta, mas sem interpretação. Falta maturidade sensorial e o intelecto ainda não está formado. E importa mais a clareza da experiência, a qualidade do toque, cheiro, sensação, que uma compreensão racional, intelectual, do que está ocorrendo.

"O Educador atento sabe que, algumas crianças têm maior capacidade cognitiva que as demais, e devem ser conduzidas com atenção especial, ou terão esse potencial anulado..." 

Uma mente infantil saudável depende
de uma mente adulta já curada... 
Ela, a criança, ainda não possui um pensamento lógico, coisa que só é possível quando existirem as memórias relativas às suas experiências de vida, lastro esse que poderá ser utilizado para construir um repertório de onde poderá fazer suas deduções ou reflexões. Ela está no início de sua jornada, vazia, aguardando por conteúdo. Por isso mesmo, nesse estágio, ela aprenderá de forma intensa com aqueles que estão do seu lado. 

Seu cérebro, embora ainda vazio de informações, de memórias, das regras operacionais e protocolos do mundo, já possui a capacidade involuntária de memorizar qualquer coisa capaz de ser detectada pelos seus cinco sentidos, que gradualmente, e até os três anos de idade, estarão no ponto, prontos para os demais estágios do seu desenvolvimento mental. 

Receberá assim as primeiras informações, as confirmações e explicações das experiências vividas, de outro adulto, que já sabe das coisas, que já vive estas coisas, que já é veterano naquele mundo, ainda novo para ela. Ele, o adulto, sabe das coisas do mundo porque repete suas regras e conceitos morais, materiais e espirituais, desde incontáveis gerações. 

E como os adultos, elas também serão ensinadas a repetir. Se já existe em cada ser humano um potencial inato, para através da repetição, assimilar as coisas que lhe sejam necessárias à sobrevivência na terra, os adultos, que já são mestres no repetir de velhas regras, mitos e tradições, tenderão também a repassar todo processo pelo qual os mesmos já passaram para as suas crianças. 

E todas as regras de funcionamento de qualquer coisa existente em nosso mundo, serão simplesmente copiadas de uma mente para outra, do mesmo modo que se duplica um livro já publicado. E do mesmo modo que se revisa um livro, também, eventualmente, alguma ressalva é acrescentada a tudo que já existe, e basicamente é a isso que chamamos de pensar. Assim, para nós, a repetição de velhos hábitos e procedimentos técnicos ou sentimentais, significa pensar. 

Se observarmos uma criança a brincar, entretida com um brinquedo, do qual ela realmente gosta, ter-se-á a impressão de que a mesma está em um mundo à parte. Nesse processo de atenção total, ela não segue nenhuma regra estabelecida, ela cria suas próprias alegorias, de forma livre, lúdica, ignorando mesmo o conhecimento rígido que possua sobre outras brincadeiras que lhe são familiares. Poderá até repetir gestos, rotinas de atividades que já conhece, mas a exemplo da capacidade de andar, onde o pensamento não interfere, assim também nesse momento, estará acontecendo a mesma coisa. 

Longe da rigidez das regras pré-estabelecidas, onde o pensamento não está exigindo, comparando, seguindo regras que não podem ser quebradas, ela fica a vontade para criar, sem medo dos censores, sem medo de castigos, sem a obrigação de agradar para receber recompensas. Nesse estado de ignorar os próprios pensamentos, ela se torna inteligente. Não é dependente nem prisioneira de ninguém, de nenhuma lei, conjunto de crenças ou qualquer outra coisa. Não precisa seguir roteiros ou protocolos conhecidos, está disposta a criar seu próprio caminho. 

Cumpre ao educador compreender o que significa este estado de não pensar, e apenas assim, terá dado o primeiro passo para descobrir, compreender, o que de fato significa o pensar consciente. Ao perceber que não pensa, estará pela primeira vez, pensando. Não se trata de um jogo de palavras, mas a simples constatação de que aquilo que ele atualmente chama de pensamento, de fato não é pensamento, e sim, apenas um processo cego de discordância ou concordância, conformação, padronização de procedimentos, já é uma demonstração de inteligência. 

Em resumo: A criança não pode aprender a fazer uma coisa com alguém que também não sabe. Assim, aprender a pensar com um adulto que também não pensa, é tarefa impossível. Mas, mesmo sem conhecer muita coisa, nós, como adultos, podemos direcionar de forma criativa suas predisposições, seu senso crítico inato, e preencher seu repositório cognitivo, com um “condicionamento”, digamos, de uma forma mais inteligente e construtiva. Claro que também não podemos esquecer de aprendermos o que significa pensar, para depois, mostrar para elas como o processo funciona. 

Exercícios para fixação: 

Você que possui filhos ou trabalha como professor, se disser para as crianças: “Não pensem no mar”, ou “Não pensem em suas mães”, adivinhe no que eles estarão pensando? No momento em que falamos uma coisa, na verdade já lhes estamos instruindo sobre o que devem pensar, imaginar. 

Observe em si mesmo. É mecânico, trata-se de uma reação espontânea. 

Se quisermos educar nossos filhos e alunos, orientá-los com as palavras certas é fundamental. Se não desejo que meu filho pense em coisas negativas, devo então falar com ele sobre coisas positivas. Para a mente o “Não” funciona como um estímulo à indisciplina, enquanto que o “Sim” induz à disciplina. 

Se desejo que meus filhos não briguem entre si, devo lhes dizer isso de forma clara: “Respeitem um ao outro, ou cuidem bem um do outro”, e nunca, “Não briguem entre si, ou, não chateie o seu irmão, etc.”. Em ambos os casos, estaremos lhes dando uma dica clara de como deverão se comportar.

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