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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O gigantesco complexo de túneis que custará R$ 55 bilhões

Abrir 100 km de túneis em uma das cidades mais importantes do mundo custará R$ 55 bilhões.


A nova linha de trem Crossrail, no Reino Unido, é o maior projeto de infraestrutura da Europa. Ele terá 118 km de extensão, atravessando o centro de Londres e ligando a cidade a áreas vizinhas. As obras começaram em 2009, e ele deve começar a operar em 2015. Para escavar uma das cidades mais importantes do mundo, há até uma escola especializada em túneis.

Rowan Moore, do jornal britânico The Observer, explora os detalhes do Crossrail. Devido à extensão, desapropriações de imóveis e toneladas removidas de terra, este não será um projeto barato: estima-se que ele custará R$ 55 bilhões aos cofres públicos do Reino Unido.

O Crossrail também “deve ser o maior sítio arqueológico da Grã-Bretanha, uma sonda inesperada através de um cemitério da Peste Negra, uma estrada da Roma Antiga, um cemitério de hospício [e] uma ‘fábrica’ de ferramentas do período Mesolítico”.



Talvez o aspecto mais interessante do Crossrail seja mostrar como grandes investimentos de infraestrutura não andam juntos com as mudanças de uma cidade. Por exemplo, a rota do Crossrail parece um pouco aleatória na Londres atual, perdendo uma oportunidade meio óbvia de se conectar ao Eurostar (que liga a cidade a Paris) ou ao terminal 5 do aeroporto Heathrow.

Moore sugere que isso acontece porque esses projetos foram planejados durante épocas muito diferentes. O Crossrail, na verdade, está nos planos há muito tempo:

Versões do Crossrail foram propostas no século XIX e nas décadas de 1940 e 1970, antes de ser apresentado novamente em 1989. O Parlamento o considerou muito caro em 1994, e ele foi quase congelado novamente em 2008… Há rumores de que ele só foi aprovado porque o então ministro dos Transportes… colocou-o debaixo do nariz de Gordon Brown, quando o primeiro-ministro estava distraído com as eleições…

[O especialista em planejamento Tony] Travers acrescenta: “O Crossrail é um exemplo da forma estranha como planejamos projetos. Basicamente, ou você faz esse grande projeto, ou o dinheiro desaparece”… Em outras palavras, o Crossrail está sendo construído não porque seja definitivamente a melhor forma de gastar o dinheiro, mas porque ele era tão grande e tão persistentemente apresentado que o governo se cansou de dizer não.


Há detalhes bem curiosos sobre a construção do Crossrail. Por exemplo, os funcionários, muitos dos quais eram mineiros de outras partes do Reino Unido, usam crachás de metal. Por quê? Isto “significa que eles podem ser identificados mesmo se forem incinerados”.

Moore acrescenta: “Dizem que os mineiros são os melhores jardineiros, já que eles querem passar a maior parte possível do seu tempo livre ao ar livre”.

Além disso, duas das realizações arquitetônicas mais surpreendentes do Crossrail estão totalmente fora de Londres, onde trabalham os mineiros.

Moore aponta que “em Sheffield, uma estação de trem inteira foi pré-fabricada para montagem em Londres”. Ela será transferida para a capital e remontada como um quebra-cabeça.


Também há o trabalho fascinante da Academia de Construção Subterrânea e de Túneis, ou Tuca na sigla em inglês. Como visto na renderização acima, trata-se de “um grande edifício em formato de hangar”, escreve Moore, “e a maioria de seus custos foi paga pelo Crossrail”.

Na Tuca, uma estrutura que “não existe em nenhum outro lugar do mundo”, criam-se modelos em tamanho real de canteiro de obras para simular ruídos e riscos.

Ele também tem dois robôs incríveis, com vários andares de altura, que pulverizam concreto e são utilizados para revestir paredes. Também há várias instalações, incluindo uma “simulação da parte superior de uma escavação” para treinamento.

E parece que, ao menos sob certas circunstâncias, você pode visitar a Tuca: a escola abriu as portas para visitantes em setembro, o que incluiu “andar por um modelo completo de um túnel de 40 m, com trilhos e locomotivas, e uma oficina de revestimento de concreto pulverizado, com seus equipamentos e mandris robóticos em exposição”.


O artigo completo traz muitos outros detalhes fascinantes de quase-acidentes (eles ficaram a 80 centímetro de outra linha de trem), comissões de arte, e muito mais. Veja estes detalhes em [The Observer via Studio-X NYC]

Todas as fotos – que retratam locais de escavação do Crossrail, não as instalações da Tuca –via Crossrail.
Fonte: Gizmodo

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