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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Site bilíngue: você realmente precisa?

"faz ideia do que estamos falando?"
“faz ideia do que estamos falando?”
Quando sua empresa oferece um produto ou serviço em geral, que possa despertar um interesse no exterior, é mais do que recomendável ter um site em duas ou mais línguas. Acontece que vejo um erro muito grande por aí: pequenos negócios, que mal visam expansão interestadual, contendo a página em duas ou três línguas e carregado de erros linguísticos.

Do you speak English?

A responsabilidade de ter um site em dois idiomas é a ciência de que você poderá receber tais propostas de fora, dependendo do que se trata. E já se perguntou se está preparado para isso? Não crie uma cópia em Inglês do seu site só para impressionar clientes ou dar um ar de grandiosidade. Se acontece de um pré-contato vier à tona e sua equipe estiver despreparada pode causar aquela “má primeira impressão”. Ou seja, seja direto! Duas línguas em um site para consumidores brasileiros não exige de tal necessidade.

Tradução Literal: Atenção aos detalhes!

“Eu oferece grandes soluções para você. Clique Saber empresa e saiba mais sobre nossa Empresa. Clique formulário para contactar a gente.” – Um gringo lendo um site traduzido a modo literal
Tradução literal é o que mais se tem em empresas que não investem em um profissional tradutor. E isso causa muita piada. E sabemos que esse tipo de coisa não é nada saudável para o mundo corporativo, certo? :)
Na realidade, o modo como escrevemos na maioria dos casos é um modo diferente de ser escrito no Inglês. Não é simplesmente traduzir os termos e as palavras, adaptar estruturas verbais e pronto. Se assim fosse, nomes de filmes não teriam traduções tão bizarras. O modo de chegar ao ponto final de um assunto pode ser escrito de várias formas, por isso um texto pensado em inglês, deve ser pensado de outra maneira.
Um erro comum é o modo que “sobre” é definido. Em português usam e abusam de termos diferentes, texto descolado e ideias fascinantes. E na versão in English é algo nada mais que “we are a company X with Y years on the market, creating and innovating Z services”.
NERVERMIND!
Detalhe: O uso de In e On é um erro frenético.

Termologia

Por favor, pelo amor de Jeová ou qualquer outra crença, não usem em hipótese alguma “know more” em botões de saiba mais. As estrelas da bandeira dos EUA furam com as linhas da bandeira da Inglaterra ao lerem isso. Isso é um tiro de canhão à lingua, junto ao termo “designed by [alguém]”
Know more é literal demais e na maioria dos casos não tem coerência com o assunto. Se queres o botão “saiba mais” para dar continuidade a chamada, procure usar “Find out more” ou “Learn More”. Se queres o botão saiba mais para direcionar a uma página onde liste assuntos, serviços ou um “call to action”, use further, read more, get started. E nunca “Know more”. Ãnderstând?

A outra vergonha: “Designed by”. o termo “designed” não tem nada, nem um risco de chance de se assemelhar a “design por” ou “layout por”. em 90% dos casos isso é usado de maneira errada.
O termo “designed” é tradução de desenvolvido, criado, construído. Isso caberia mais a assinatura do programador, não do designer! “Designed” pode ser usado em qualquer indústria, e não se remete a design. Um exemplo vivo disso é uma música do Linkin Park, chamada “In the end”. O cara diz “Se liga, criei essa rima para contar no tempo certo”. Segue o trecho:
“Keep that in mind I designed this rhyme to explain in due time”
O termo “designed” diz que ele criou a rima. Simples. Quem curte, sabe o estilo dos caras e eles jamais usariam um inglês formal. Assim como nós não usaríamos, procede? Eles não são ingleses, mas muitos termos das músicas, traduzidas a modo literal perde sentido. “Keep that in mind”, “Mind the gap” – são termos não literais e podem ser usados no teor público. Tradução literal = mantenha isso na mente. Não é melhor um “se liga, manja?, se toca?”
Abra parêntese: Imagine traduzir “tá ligado? manja das paradas” em inglês literal. “Turned on? Stops of manja”.
Existe casos tão informais que beiram o quase-erro. Igual uma música do Black Sabbath, a Paranoid. No final, você tem que ter um ouvindo afiado para entender, é algo que confunde os próprios ingleses!
“I tell you to ENJOY life I wish I could but it’s too late”
A mídia atacou em massa o Ozzy achando que ele dizia “I tell you to END YOUR life”. Imaginem o perigo que isso pode causar, por isso o controle da mensagem a ser passada, deve ser cautelosamente pensado. Se na informalidade isso acontece, o formal e literal demais pode ser pior. Aliás, miss understood* acontecem!

Translating…

Se o seu negócio, pessoal ou corporativo necessita mesmo de uma versão em outra língua, não passe vergonha: Invista em um tradutor especializado. Eles são capacitados para converter o seu conteúdo a um modo natural da língua desejada. O maior erro é acreditar que a tradução do texto pode ser interpretada da mesma maneira para pessoas do outro lado do mundo. Não caiam nessa. E dessa maneira, ainda não corre risco de ser motivo de piada lá fora :)
Outra coisa! Quando se trata de matemática é bom tomar cuidado: Muitos países possuem uma métrica totalmente diferente da nossa. A começar pelos EUA, que têm um sistema de medidas mais no avesso que caroço de manga. Antes de pensar em traduzir um site, é interessante planejar quais países você quer mirar seu negócio, e adaptar principalmente as questões técnicas para isso. Pense em polegadas, yards, feets…
Caso queira por conta e risco estudar um pouco sobre a semântica afim de produzir um conteúdo melhor, deixo um bônus aqui. Lá no Smashing Magazine, tem um artigo super bacana que enfoca o uso de “calls to action”, ou seja, os botões “saiba mais” da vida. Vale a pena!
*Miss understood é o termo utilizado para definir quando você entendeu algo completamente errado. Isso serve para qualquer ocasião.
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