Trata-se de um título litúrgico, celebrado a 31 de maio.
Sabemos que Jesus Cristo é o nosso único Salvador e o nosso único mediador principal e necessário. Contudo, Maria Santíssima, em sua missão materna, é "membro supereminente e absolutamente único da Igreja" (LG 53) e sua missão "em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo salutar influxo da bem-aventurada Virgem (...) deriva dos superabundantes méritos de Cristo, estriba-se na sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a sua força" (LG 60).
Consumando Jesus Cristo, com sua morte, o mistério de nossa Redenção, abriram-se para todos os homens as portas do céu; faltava, porém, a aplicação dos merecimentos da vida, paixão e morte do Salvador às necessidades de todas as almas e de cada alma em particular, para que pudéssemos de fato entrar na pátria celeste.
Essa aplicação da Redenção seria feita pelo próprio Jesus Cristo, que, indo para o Pai, estaria sempre a interceder por nós.
Sim, Jesus Cristo é mediador entre Deus e os homens, conseguindo-nos, do Eterno Pai, os frutos da Redenção.
Contudo, mediador único, Jesus Cristo estabeleceu que outros cooperassem com ele na obtenção e distribuição dos dons sobrenaturais; assim o justo, já mesmo neste mundo, vem a ser um desses mediadores e, uma vez no céu, com maior eficácia intercederá por nós, diante do trono de Deus; são, pois, muitos os mediadores a interceder por nossa salvação.
Portanto, se todo cristão pode e deve cooperar, por suas orações, à salvação dos homens, por que Maria, a mais perfeita das criaturas e a mais unida a Nosso Senhor, não será a mediadora por excelência na obra da Redenção?
"Era desígnio de Deus", diz Leão XIII, que, após ter Maria servido de intermediária no mistério da Redenção, "continuasse igualmente a ser intermediária das graças que esse mistério faria correr em todos os tempos".
Sim, convinha que aquela que fora nossa co-redentora, merecendo-nos, com a graça da Redenção, todas as demais graças, interviesse na dispensação e distribuição de todas as graças e méritos.
Somente assim é que a Imaculada Maria teria sobre o demônio perfeita e completa vitória, como se esperava fosse a vitória sua, completa e perfeita, segundo o justo entendimento daquele texto marial e messiânico: "Porei inimizade entre ti e a mulher"...
"De fato, na cooperação com o novo Adão, Jesus Cristo, é que estava a razão da vitória da nova Eva, Maria. Que Maria, portanto, cooperasse também com ele, dignamente, plenamente, na obra da distribuição dos frutos da Redenção depois de haver com ele cooperado na aquisição do nosso resgate."
Mas é especialmente da maternidade espiritual da Santíssima Virgem Maria que decorre essa verdade de sua mediação universal, verdade já admitida nos primeiros séculos do cristianismo, pois sempre entenderam os cristãos que, se Maria estava sempre com Jesus como, por exemplo, em Nazaré, em Caná, no Calvário, e, depois da morte de seu Divino Filho, com os apóstolos e discípulos, a aconselhá-los e a dirigi-los, e sempre a interceder pelos homens era porque Jesus Cristo a queria corno medianeira de todas as suas graças.
E, portanto, porque de fato Maria coopera na salvação das almas, obtendo-lhes as graças necessárias para perseverarem no bem ou para restaurar-lhes a vida da graça, quando perdida pelo pecado, é por isso que Maria granjeou o título tão consolador para nós pobres mortais: Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças.
A devoção a Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças é muito presente em Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul, iniciada com a chegada de um santinho vindo da Bélgica. O então Pe. Inácio Valle S.J. introduziu esta devoção entre os seminaristas, no Seminário São José, em 1928. A devoção adquiriu novo impulso em 1930, quando a cidade de Santa Maria foi preservada de um iminente confronto armado entre as unidades militares locais. Um grupo de pessoas dirigiu-se até a Capela do Seminário São José para agradecer a Nossa Senhora, por ter evitado o confronto e ter preservado incólume a cidade. Assim, tivemos início as Romarias.
A Romaria Estadual da Medianeira que se realiza anualmente no segundo domingo do mês de Novembro é a mais tradicional Romaria do Estado do Rio Grande do Sul, sendo também a mais antiga e a que reúne maior número de participantes.
Bibliografia
Edésia Aducci, "Maria e seus títulos gloriosos", Ed. Loyola, 1998, pp. 27-28
Fonte: www.geocities.com
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