Moura Ramos Indústria Gráfica: livros, revistas, embalagens, sacolas, agendas e impressos em geral.: Uma breve história do CARTAZ

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Uma breve história do CARTAZ

OS CARTAZES VÃO À GUERRA

Um dos momentos mais notáveis da história do design gráfico começa com a breve carreira de The Beggarstaffs, pseudônimo usado pelos artistas William Nicholson e James Pryde pela parceria em design e trabalhos gráficos entre 1894 e 1899. Com suas colagens incompletas, criaram uma estética que por vezes provocava o espectador e o fazia decifrar o objeto.




Em seguida, Lucian Bernhard vem dar continuidade no coro. Seu estilo de redução ao naturalismo atingiu uma linguagem visual de signo e forma. O trabalho de Bernhard pode ser considerado a conclusão lógica do movimento cartazista da virada do século. Em um momento em que artistas gráficos e indústria começavam a se aproximar, o estilo simplista e direto de transmitir a mensagem vinha ao encontro da necessidade das empresas começarem a ter uma divulgação mais forte e efetiva.

Na Alemanha, o movimento cartazista de cores chapadas e uso abusivo das formas, acrescentando o nome do produto, foi chamado de Plakatstil. Mais tarde, na Suíça, o Sachplakat teve as mesmas características, mesmo depois de processos mais modernos de impressão.





O cartaz alcançou o auge da sua importância como meio de comunicação durante a Primeira Guerra Mundial. As tecnologias de impressão evoluíram rápido, enquanto o rádio e outros meios eletrônicos de comunicação não se encontravam ainda generalizados.

Nesse conflito mundial, os governos recorreram ao cartaz como meio de propaganda e persuasão visual. Os exércitos tinha que ser recrutados e o moral do público precisava ser incentivado, afim de manter o apoio popular ao esforço da guerra.

Os cartazes produzidos pelos poderes centrais eram diferentes dos produzidos pelos aliados. Nos poderes centrais, prosseguiam as tradições da secessão vienense e a simplicidade do Plakatstil, iniciada por Bernhard. A abordagem do cartaz dos aliados eram mais ilustrativas, com o uso de imagens simbólicas com objetivos propagandísticos.

Na Guerra Civil Espanhola, de 1936 – 37, viu-se surgir uma enorme variedade de impressionantes designers republicanos com suas pinturas executadas em grande diversidade de estilos heroicos, e acompanhadas de legendas simplistas, influenciadas pelos trabalhos dos russos Deni e Moor, e dos 3 Cs – Colin, Carlu e Cassandre.

Mas foi na fotografia que ocorreram as inovações mais significativas. A fotografia provou ser um meio bem mais eficiente contra as atrocidades da guerra do que as ilustrações caricaturadas. A fotografia utilizada por Carlu como ilustração retórica passou a servir de prova, ajudando a criar um sentimento de solidariedade em casa e simpatia no exterior. Além de sua função documental, podia também ser usada para manipular símbolos através de iluminação e recorte de imagens.

Depois da Primeira Guerra, os países buscaram um retorno à normalidade. A máquina de guerra foi voltada para as necessidades de tempos de paz e uma década de prosperidade sem precedentes despontou para os aliados vitoriosos.

Uma nova forma produção dos cartazes do período entre guerras influenciou as produções seguintes. A organização espacial de imagens sintéticas inspiraram um rumo novo para as imagens figurativas. Mc Knight Kauffer e A. M. Cassandre desempenharam papéis centrais na definição dessa nova abordagem.

Kauffer obtinha impacto visual em temas como a paisagem em cartazes, por meio de um design reducionista, transformando ambientes complexos em formas entrelaçadas. Mais tarde, seus cartazes tenderiam ao Art Déco – termo utilizado para identificar trabalhos geométricos populares nos anos 1920 e 30.

Cassandre alcançou expressões concisas pela combinação de texto telegráfico, formas geométricas poderosas e imagens simbólicas, viradas pelas simplificação de formas naturais em silhuetas quase pictográficas.

A gráfica figurativa modernista na Europa se concentrou na integração total da palavra e imagem que se tornou uma das correntes mais resistentes do design gráfico do século XX. A Alemanha se tornou centro cultural à medida que as ideias avançavam em todas as artes, e atravessavam as fronteiras vindas de outros países europeus. Na Inglaterra, estendeu-se a filosofia e as ideias espaciais do modernismo figurativo pós-cubista ao longo da Segunda Guerra Mundial.

Os pôsters falavam numa linguagem marcadamente direta, embora efeitos radicalmente surrealistas também se achassem presentes. A forma mais comum de expressão pictórica era a foto em preto e branco com áreas de cores uniformes sobrepostas a elas.

As pressões em épocas de guerra exigiam uma rápida compreensão dos fatos e das situações, antes da tomada de qualquer decisão, estimulando o desenvolvimento do design de informação. A guerra impulsionou os procedimentos metódicos na criação do design, transformando-o num meio de resolver problemas.

Fonte: NTRLH por Aline Barros

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