DAVOS - Com a esperança de que o pior da crise econômica já passou,
líderes mundiais tentam traçar bases para uma recuperação global forte e
sustentável. Esse é a principal proposta do debate no Fórum Econômico
Mundial que começou nesta quarta-feira, dia 23, em Davos, na Suíça. Com o
tema "Dinamismo resiliente", a intenção do evento é tentar traçar os
desafios na saída da crise. Entre os temas que chamam atenção no
primeiro dia do evento, estão a necessidade de aumento do emprego, a
inclusão social e as mudanças climáticas.
"Empregos foram perdidos e agora precisamos pensar como transformar o
crescimento em empregos nos países, especialmente na Europa", defendeu o
presidente do banco suíço UBS, Axel Weber. No continente europeu,
países como a Espanha e Grécia amargam níveis recordes de desemprego,
especialmente entre os mais jovens. O excesso de mão de obra disponível
tem reduzido salários nesses mercados e feito com que milhares de
desempregados procurem empregos em outros países.
Para o presidente da Coca-Cola, Muhtar Kent, o atual cenário
representa "uma grande oportunidade, mas também um grande desafio". Para
o executivo, é preciso que sociedade, empresas e governos se unam no
esforço da retomada do crescimento. "O crescimento vem da melhora da
atividade, mas também do otimismo que gera investimento", diz o
presidente da Coca-Cola.
Outro desafio à frente é a inclusão de setores menos favorecidos.
Kent chama atenção para um dado que mostra que as mulheres já
representam 66% da força de trabalho mundial, mas recebem apenas 10% dos
rendimentos. A inclusão também deve atingir os mais jovens que têm sido
duramente afetados pelo desemprego, especialmente na Europa, defende a
presidente da ONG Transparência Internacional, Huguette Labelle.
Meio ambiente
Há, ainda, a preocupação com o clima. O presidente global da Dow
Química, Andrew Liveris, diz que os Estados Unidos podem aproveitar o
cenário de recuperação para abraçar a agenda do combate às mudanças
climáticas. Nesse quadro, ele chama atenção para a descoberta recente
dos grandes campos de gás de xisto nos Estados Unidos.
"Essas descobertas vão mudar o jogo energético mundial e será uma
coisa boa para o mundo", diz. Apesar da polêmica em torno de seu impacto
ecológico, os campos descobertos em solo norte-americano já têm uma
consequência: os preços internacionais do gás caíram expressivamente
após a descoberta.
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