Dando continuidade ao artigo Otimização de Arquivos, segue mais uma dica para você desenvolver sua criação com qualidade, sem perder tempo, e deixando seu arquivo leve para mandar para a produção. A elaboração do modo de fazer um material gráfico qualquer, parte das informações do cliente ou da agência. Na maioria dos casos, o design é a ferramenta utilizada como resolução de um problema.
Portanto, é essencial que o designer tenha consciência das questões para as quais está sendo contratado para resolver. Em alguns casos, nos quais não existe a prévia identificação por parte do próprio cliente sobre o problema ou de como melhor utilizar o design em resposta a este problema, a criação torna-se cansativa e normalmente sem qualidade. Vai aí uma dica para você organizar suas criações.
Vamos então dar uma olhada nas fases do processo de criação.
Concepção
Fase de definição de ideias, materiais e formatos a serem usados, e dos detalhes que envolvem todo trabalho. É nesta fase que todos os PORQUÊS e COMOS da criação são determinados. Pensa-se antes para poupar trabalho depois.
Nesta fase da concepção do trabalho, indico você fazer um Briefing de cada material a ser criado.
Mas, o que vem a ser Briefing?
Briefing é a coleção de informações sobre a criação, tais como objetivos, público-alvo, formatos, cores e etc. As ideias não surgem do nada, seria desvalorizar muito a experiência, as vivências nas mais variadas áreas da vida, o acúmulo de informações e seus processos. O briefing nada mais é do que um organizador, que tem o objetivo passar as informações do cliente com o menor ruído possível.
Como fazer um bom Briefing?
O briefing é mutável, vai depender do projeto, do cliente, do orçamento e de outras variáveis, ele pode ser simples ou até mais criterioso. Mas o principal é termos em mente:
- Definição da linha de criação (qual será a linha adotada? Tradicional, jovem, impacto?);
- Objetivos da criação (aumento de vendas, de lembrança do consumidor);
- Público-alvo (a quem se destina a comunicação, quem é o consumidor final);
- Qual é a mensagem (normalmente, o que se quer dizer por trás do slogan é: Quero vender mais!);
- Como atingir o público-alvo: folhetos, cartazes, adesivos, imãs de geladeira, mala-direta, etc.
Através do briefing conseguimos coletar todas estas informações do cliente e, a partir daí, fazer uma boa pesquisa. O briefing e a pesquisa são utilizados para determinar o melhor meio de se atingir o público-alvo e de que maneira a comunicação será passada diretamente a esse público.
Se caso você quiser, você pode ir além e verificar quais os concorrentes do cliente e o que esses concorrentes têm feito (o que o concorrente está falando a respeito do produto dele e o quanto isso afeta a comunicação do produto do seu cliente). De que maneira a comunicação será feita, de modo a anular os efeitos da comunicação do concorrente? Que tipo de comunicação fazer, para ficar diferente da do concorrente?
Ótimo. Depois das informações coletadas, você deverá juntar estas informações da melhor maneira possível e organizar as ideias para sua criação.
Criação
Criatividade é requisito em praticamente todas as profissões que envolvem raciocínio e desenvolvimento. Porém, no design, podemos dar um maior destaque a esta qualidade que todo ser humano dispõe.
Para desenvolver algo criativo, é necessário possuir todo tipo de informação, de diversos gêneros. É preciso ser curioso e indagador, e principalmente eliminar todos os fatores internos e externos que podem te impedir de criar. Para colocar esta criatividade em prática mais organizada, vamos aplicar o Brainstorm.
O que é Brainstorm?
Brainstorm é uma palavra em inglês que, em uma tradução livre, significa “tempestade mental”. É uma metodologia de exploração de ideias, visando à obtenção das melhores soluções. O Brainstorm não é espontâneo, é uma técnica cujo princípio básico reside na ausência de julgamentos ou de autocríticas. A partir do Brainstorm, chegamos às ideias de qualidade, ou até à solução de uma situação ou problema.
Como aplicar o Brainstorm?
Segue abaixo um pequeno roteiro para orientar sobre como praticar o processo criativo. Mas antes, gostaria de destacar que o processo abaixo é apenas um exemplo para praticar esta técnica, não é um método padrão.
Modelo para brainstorm individual
Primeiro pegue o briefing e analise-o, entendendo cada palavra, e então comece respondendo às perguntas:
- Para que estou fazendo este trabalho?
- Para quem?
- Por quê?
- Qual o objetivo dele?
- O que já foi feito nesse sentido pela concorrência?
- Pesquise o máximo de informações possíveis sobre o que você está fazendo.
Descanse ou vá executar alguma atividade manual. Seu cérebro precisa assimilar as informações. Um tempo depois volte para o trabalho, faça o brainstorm. Pegue um papel e uma caneta, marque de 5 a 10 minutos (este tempo varia de acordo com o material), comece a anotar no papel todas as ideias, até mesmo as mais absurdas, pois elas podem servir para alguma coisa e, além disso, atrapalham sua criação se continuarem em sua mente, e aí descanse novamente. Marque a metade do tempo que você marcou da primeira vez, ou seja, se você utilizou 10 minutos, marque agora 5 minutos para encerrar esta tempestade de ideias. Dentro deste tempo analise o resultado anterior e vá associando as ideias.
Acabado o tempo, verifique o resultado final, faça um relatório organizando a bagunça e pronto, você já tem base suficiente para começar a sua criação. Concentre-se no assunto durante todo o dia, ande prevenido, as ideias podem surgir a qualquer momento porque seu subconsciente e seu inconsciente estão trabalhando.
Este é o melhor meio de se determinar os rumos da linha criativa, slogans, imagens, ideias básicas, etc.
Com as ideias nas mãos, faça um rough (lê-se “ráfe”), que é um rabisco inicial das ideias para o material em questão. O leiaute é uma versão melhorada do rough. Atualmente, com a facilidade do uso de computadores e da versatilidade dos softwares gráficos, o leiaute chega a ter qualidade de arte-final.
Produção
Fase onde se começa a dar vida ao trabalho e a produzir a arte final. Aqui se torna possível, a reprodução em gráfica, da nossa ideia. Esta fase só se inicia a partir do momento em que o cliente aprova a ideia e o orçamento.
As alterações, neste momento, devem se limitar a pequenas falhas. Não é mais o momento, e nem haverá tempo, para mudanças de conceitos. Assim que o material for aprovado pelo cliente, prepara-se para mandá-lo para a gráfica. Conferência de cores (CMYK). As impressões gráficas são feitas utilizando o sistema CMYK, composto das cores Ciano, Magenta, Amarelo (Yellow) e Preto (Black). Verificação de fontes, marcas de dobra, corte, picote ou outras. O material é somente impresso de acordo com as especificações solicitadas. Finalizado, é entregue o material pronto ao cliente.
Fonte: Gráfica CDC - Por Danielle Palú
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