Um aluno do 3.º ano do Ensino Médio, de 17
anos, agrediu três funcionários da escola em que estuda, em Canoas (RS).
Por estourar o limite de atrasos imposto pela instituição, ele foi
impedido de entrar e assim bateu na vice-diretora, em uma monitora e em
um professor de matemática. Na zona sul de São Paulo, um estudante do
1.º ano do Ensino Médio empurrou sua professora na sala de aula, que foi
diagnosticada com luxação de uma vértebra. Enquanto isso, na capital
gaúcha, outra docente sofreu traumatismo craniano após ser atingida por
uma adolescente de 15 anos. Cenas como essas nunca foram tão frequentes.
O comportamento violento vindo de jovens já faz parte das notícias
diárias e a pergunta constante é: por que eles estão cada vez mais
agressivos?
A verdade é que há diversas razões para que isso aconteça. Não é apenas um motivo ou situação que desencadeia a agressividade nesses adolescentes. "A violência é um fenômeno de múltiplas causas", define Rose Miyahara, coordenadora do Centro de Referência às Vítimas de Violência do Instituto Sedes Sapientiae. "Pais violentos, privações materiais ou afetivas, valores culturais que induzam à discriminação e ao preconceito estão associados e resultam nesse tipo de comportamento", completa.
A verdade é que há diversas razões para que isso aconteça. Não é apenas um motivo ou situação que desencadeia a agressividade nesses adolescentes. "A violência é um fenômeno de múltiplas causas", define Rose Miyahara, coordenadora do Centro de Referência às Vítimas de Violência do Instituto Sedes Sapientiae. "Pais violentos, privações materiais ou afetivas, valores culturais que induzam à discriminação e ao preconceito estão associados e resultam nesse tipo de comportamento", completa.
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,o-y-da-questao,598047,0.htm |
Livres (até) demais
A cada dia os jovens buscam mais a liberdade, especialmente
dentro de casa. Que adolescente gosta que o pai ou a mãe fique ligando o
dia todo para investigar seus passos? Seja pela falta de tempo, pois
ficam o dia todo fora de casa, no trabalho, ou para passar a imagem de
"modernos", os pais estão cada vez mais liberais. Isso não quer dizer
que a atitude seja de todo errada, apenas que é preciso dosar o quanto
de autonomia se deve dar aos adolescentes.
"De fato hoje os pais têm menos tempo disponível para os filhos, o
que gera sentimento de culpa. Os excessos são observados quando pai ou
mãe agem de forma extremamente permissiva, ou são exigentes demais e
tornam os poucos momentos de união cheios de cobranças", explica
Carolina Nikaedo, psicóloga da Equipe de Diagnóstico e Atendimento
Clínico (Edac), de São Paulo. Geraldo Possendoro, professor de Medicina
Comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), chama a
atenção para a atitude que alguns pais têm atualmente.: "Cada vez menos
dizem 'não' aos filhos. A família não estabelece limites, da infância à
adolescência".
De olhos bem abertos
Outra reação errada da família é achar que tudo o que o jovem
faz é parte da rebeldia típica da fase. "Todos veem a adolescência como
um período passageiro e natural, esperando que um dia ela termine e os
problemas sejam resolvidos", explica Ana Bock, psicóloga e professora
titular da PUC-SP.
É preciso estar atento a tudo o que rodeia o adolescente. Isso
porque há diversas influências que podem inclinálo à violência. "O grupo
de amigos e suas formas de cultura são importantes, assim como o modo
de se relacionar com os parentes. O alerta mais importante é: para que
os jovens sejam violentos é preciso que ele viva em uma cultura na qual
esse tipo de comportamento é oferecido como possibilidade", argumenta
Ana.
Tecnologia pode ser vilã
Fonte: http://blogdopastel.tumblr.com |
Para Carolina Nikaedo, programas de TV, internet e jogos de
videogame têm parcela de culpa nesse contexto, porém não podem ser
apontados como únicos responsáveis. "Eles influenciam a maneira como o
jovem encara essas atitudes, mas não determinam que eles se tornem
agressivos, como um fenômeno isolado", completa.
Os genes explicam
Os genes explicam
Além de todos os fatores externos e ambientais, a genética pode
estar por trás da agressividade juvenil. Uma pesquisa sobre o assunto
foi realizada por Juergen Hennig e publicada na Behavioral Neuroscience.
Nela, é apontada a relação de componentes específicos de agressão
relacionados a um gene chamado TPH.
Mas isso não significa que as pessoas já nasçam violentas. Uma
analogia explica como funciona essa questão. Imagine um revólver. A
genética é a bala e o meio ambiente é aquele responsável por puxar o
gatilho. Isso significa que, caso a arma não esteja carregada
(informação genética), não é possível atirar. Da mesma maneira, o
revólver pode continuar sem uso se ninguém puxar o gatilho (influência
do meio).
Prevenir é o remédio
Os pais podem (e devem) se antecipar e evitar que o jovem cometa
atos violentos. O ideal é estabelecer limites (com autoridade, e não
autoritarismo) desde pequeno. "Saber dizer não na hora e da forma certa é
a chave para impor regras de uma maneira que a criança tenha respeito
pelos pais e não se revolte. Isso não significa que os pais devem ser
contrários a tudo, o que a tornaria excessivamente comportada e
reprimida. Para os filhos, liberdade em excesso é sinônimo de falta de
carinho", justifica Possendoro.
Outra forma eficiente de impedir que o adolescente se torne
agressivo é dar o exemplo. Afinal, filho de peixe peixinho é. "Seja um
modelo de pacificação, até mesmo na maneira de administrar os conflitos
que surgem pelo comportamento violento do filho, afinal violência gera
violência. Adotar uma postura pacífica é diferente de não colocar
limites. É preciso determinar de forma clara as regras para a
convivência saudável e aplicar punições leves (como proibir o videogame)
quando o jovem descumpre o que foi estabelecido", alerta Rose Miyahara.
Como identificar
Não existe uma idade determinada e nem mesmo local ou vítimas
específicos para a agressividade do jovem. Tudo vai depender do que
motivou esse tipo de comportamento e dos limites que cada espaço ou
pessoa aplica, seja na escola ou em casa, com os professores, os pais ou
namorada(o). O gênero também é indiferente.
É importante ressaltar que, mesmo com a descoberta da influência genética, ninguém tem tendência à violência. Portanto, ela pode surgir de qualquer maneira, e para os pais pode ser difícil identificar quando o filho está se tornando um agressor. Para Rose, mesmo na infância é possível detectar alguns indícios. "Dificilmente temos um jovem agressivo que foi uma criança tranquila. Ou seja, já é possível observar nessa fase comportamentos de intolerância à frustração, impulsividade física e brincadeiras maldosas com amigos e animais", alerta.
É importante ressaltar que, mesmo com a descoberta da influência genética, ninguém tem tendência à violência. Portanto, ela pode surgir de qualquer maneira, e para os pais pode ser difícil identificar quando o filho está se tornando um agressor. Para Rose, mesmo na infância é possível detectar alguns indícios. "Dificilmente temos um jovem agressivo que foi uma criança tranquila. Ou seja, já é possível observar nessa fase comportamentos de intolerância à frustração, impulsividade física e brincadeiras maldosas com amigos e animais", alerta.
Quando chega à adolescência, para chegar ao veredicto é preciso
estar atento aos detalhes. Analise a maneira como ele se relaciona com
os vizinhos, por exemplo. "Verifique sua conduta, o tipo de coisas que
dá importância e como é a relação com as pessoas a sua volta. Discutir
sobre valores morais e conduta também pode ser uma forma de saber o que
ele pensa e de que maneira encara certas situações", indica Ana Bock.
Ajude o quanto antes
Para quem já está identificando atitudes suspeitas, uma sugestão
de Carolina Nikaedo é criar um registro para acompanhá-lo. Anote a
data, a situação que antecedeu o comportamento violento do jovem, que
tipo de agressão ele fez e as consequências dessa ação. Ao perceber que
essas cenas estão frequentes, é hora de procurar ajuda.
Detectar os problemas o mais cedo possível é a melhor forma de
corrigi-los e evitar situações graves. "Quando os adolescentes já
protagonizam episódios violentos como o que vemos atualmente nas
escolas, eles ficam confusos em relação aos próprios sentimentos,
gerando um misto de culpa e raiva pelo que fazem.", afirma Carolina.
"Adolescência não é sinônimo de violência. Eles cresceram e
adquiriram as possibilidades físicas e intelectuais para se tornarem
adultos, mas ainda são subestimados pela idade. Essa situação gera
contradições que não são específicas do jovem; é parte da relação entre
eles e os adultos", justifica Ana Bock.
Bullying, violência dentro da escola
Fonte: http://poetatorres.blogspot.com.br |
O termo está constantemente na mídia,
tem ocorrido cada vez mais nas escolas e muitos ainda não sabem o que
significa. Ele acontece quando um jovem ou adolescente humilha os
colegas mais fracos. Xingar, usar apelidos pejorativos, constranger e
agredir física e verbalmente são considerados atos de bullying. Para
entender o que está por trás dessas atitudes, um estudo inédito,
batizado de Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) e fruto da
parceria entre o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE ), está analisando 72 mil adolescentes de
toda a rede de ensino pública e privada do país. Os responsáveis vão
identificar as condições do ambiente escolar e a ocorrência de
vandalismo. "O tema vem crescendo em importância nas escolas, mas ainda
não existem pesquisas nacionais que apontem a extensão do problema",
comenta Deborah Malta, coordenadora geral de Doenças e Agravos Não
Transmíssiveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da
Saúde. A coleta de dados deve ser finalizada neste mês.
FONTE: http://revistavivasaude.uol.com.br/saude-nutricao/74/artigo140098-1.asp
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