Moura Ramos Indústria Gráfica: livros, revistas, embalagens, sacolas, agendas e impressos em geral.: Qual a receita para se educar os jovens da geração Y

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Qual a receita para se educar os jovens da geração Y

Muitos fatores podem influenciar no comportamento dos adolescentes, desde o relacionamento com pais e amigos e o que ele vê na internet até a genética. Ensinar valores e limites é a chave para impedir que ele se torne uma pessoa violenta.

Um aluno do 3.º ano do Ensino Médio, de 17 anos, agrediu três funcionários da escola em que estuda, em Canoas (RS). Por estourar o limite de atrasos imposto pela instituição, ele foi impedido de entrar e assim bateu na vice-diretora, em uma monitora e em um professor de matemática. Na zona sul de São Paulo, um estudante do 1.º ano do Ensino Médio empurrou sua professora na sala de aula, que foi diagnosticada com luxação de uma vértebra. Enquanto isso, na capital gaúcha, outra docente sofreu traumatismo craniano após ser atingida por uma adolescente de 15 anos. Cenas como essas nunca foram tão frequentes. O comportamento violento vindo de jovens já faz parte das notícias diárias e a pergunta constante é: por que eles estão cada vez mais agressivos?

A verdade é que há diversas razões para que isso aconteça. Não é apenas um motivo ou situação que desencadeia a agressividade nesses adolescentes. "A violência é um fenômeno de múltiplas causas", define Rose Miyahara, coordenadora do Centro de Referência às Vítimas de Violência do Instituto Sedes Sapientiae. "Pais violentos, privações materiais ou afetivas, valores culturais que induzam à discriminação e ao preconceito estão associados e resultam nesse tipo de comportamento", completa.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,o-y-da-questao,598047,0.htm

Livres (até) demais
A cada dia os jovens buscam mais a liberdade, especialmente dentro de casa. Que adolescente gosta que o pai ou a mãe fique ligando o dia todo para investigar seus passos? Seja pela falta de tempo, pois ficam o dia todo fora de casa, no trabalho, ou para passar a imagem de "modernos", os pais estão cada vez mais liberais. Isso não quer dizer que a atitude seja de todo errada, apenas que é preciso dosar o quanto de autonomia se deve dar aos adolescentes.
"De fato hoje os pais têm menos tempo disponível para os filhos, o que gera sentimento de culpa. Os excessos são observados quando pai ou mãe agem de forma extremamente permissiva, ou são exigentes demais e tornam os poucos momentos de união cheios de cobranças", explica Carolina Nikaedo, psicóloga da Equipe de Diagnóstico e Atendimento Clínico (Edac), de São Paulo. Geraldo Possendoro, professor de Medicina Comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), chama a atenção para a atitude que alguns pais têm atualmente.: "Cada vez menos dizem 'não' aos filhos. A família não estabelece limites, da infância à adolescência".

De olhos bem abertos
Outra reação errada da família é achar que tudo o que o jovem faz é parte da rebeldia típica da fase. "Todos veem a adolescência como um período passageiro e natural, esperando que um dia ela termine e os problemas sejam resolvidos", explica Ana Bock, psicóloga e professora titular da PUC-SP.
É preciso estar atento a tudo o que rodeia o adolescente. Isso porque há diversas influências que podem inclinálo à violência. "O grupo de amigos e suas formas de cultura são importantes, assim como o modo de se relacionar com os parentes. O alerta mais importante é: para que os jovens sejam violentos é preciso que ele viva em uma cultura na qual esse tipo de comportamento é oferecido como possibilidade", argumenta Ana.





Tecnologia pode ser vilã 
Fonte: http://blogdopastel.tumblr.com
Estudo feito pelo Instituto de Soluções de Internet para Crianças, nos EUA, e publicado na revista Pediatrics aponta que aqueles que navegam por sites com conteúdo violento têm mais tendência de adotar esse tipo de perfil. Foi analisada a relação entre a violência na mídia e comportamentos agressivos (como atirar em alguém, por exemplo) em quase 1.600 adolescentes. A cada site violento visitado, o risco de comportamento agressivo aumentava em 50%. Aqueles que admitiram acessar páginas em que pessoas reais lutavam e atiravam em outras eram cinco vezes mais propensos a desenvolver essa postura.
Para Carolina Nikaedo, programas de TV, internet e jogos de videogame têm parcela de culpa nesse contexto, porém não podem ser apontados como únicos responsáveis. "Eles influenciam a maneira como o jovem encara essas atitudes, mas não determinam que eles se tornem agressivos, como um fenômeno isolado", completa.

Os genes explicam
Além de todos os fatores externos e ambientais, a genética pode estar por trás da agressividade juvenil. Uma pesquisa sobre o assunto foi realizada por Juergen Hennig e publicada na Behavioral Neuroscience. Nela, é apontada a relação de componentes específicos de agressão relacionados a um gene chamado TPH.
Mas isso não significa que as pessoas já nasçam violentas. Uma analogia explica como funciona essa questão. Imagine um revólver. A genética é a bala e o meio ambiente é aquele responsável por puxar o gatilho. Isso significa que, caso a arma não esteja carregada (informação genética), não é possível atirar. Da mesma maneira, o revólver pode continuar sem uso se ninguém puxar o gatilho (influência do meio).

Prevenir é o remédio
Os pais podem (e devem) se antecipar e evitar que o jovem cometa atos violentos. O ideal é estabelecer limites (com autoridade, e não autoritarismo) desde pequeno. "Saber dizer não na hora e da forma certa é a chave para impor regras de uma maneira que a criança tenha respeito pelos pais e não se revolte. Isso não significa que os pais devem ser contrários a tudo, o que a tornaria excessivamente comportada e reprimida. Para os filhos, liberdade em excesso é sinônimo de falta de carinho", justifica Possendoro.
Outra forma eficiente de impedir que o adolescente se torne agressivo é dar o exemplo. Afinal, filho de peixe peixinho é. "Seja um modelo de pacificação, até mesmo na maneira de administrar os conflitos que surgem pelo comportamento violento do filho, afinal violência gera violência. Adotar uma postura pacífica é diferente de não colocar limites. É preciso determinar de forma clara as regras para a convivência saudável e aplicar punições leves (como proibir o videogame) quando o jovem descumpre o que foi estabelecido", alerta Rose Miyahara.

Como identificar
Não existe uma idade determinada e nem mesmo local ou vítimas específicos para a agressividade do jovem. Tudo vai depender do que motivou esse tipo de comportamento e dos limites que cada espaço ou pessoa aplica, seja na escola ou em casa, com os professores, os pais ou namorada(o). O gênero também é indiferente.
É importante ressaltar que, mesmo com a descoberta da influência genética, ninguém tem tendência à violência. Portanto, ela pode surgir de qualquer maneira, e para os pais pode ser difícil identificar quando o filho está se tornando um agressor. Para Rose, mesmo na infância é possível detectar alguns indícios. "Dificilmente temos um jovem agressivo que foi uma criança tranquila. Ou seja, já é possível observar nessa fase comportamentos de intolerância à frustração, impulsividade física e brincadeiras maldosas com amigos e animais", alerta.
Quando chega à adolescência, para chegar ao veredicto é preciso estar atento aos detalhes. Analise a maneira como ele se relaciona com os vizinhos, por exemplo. "Verifique sua conduta, o tipo de coisas que dá importância e como é a relação com as pessoas a sua volta. Discutir sobre valores morais e conduta também pode ser uma forma de saber o que ele pensa e de que maneira encara certas situações", indica Ana Bock.

Ajude o quanto antes
Para quem já está identificando atitudes suspeitas, uma sugestão de Carolina Nikaedo é criar um registro para acompanhá-lo. Anote a data, a situação que antecedeu o comportamento violento do jovem, que tipo de agressão ele fez e as consequências dessa ação. Ao perceber que essas cenas estão frequentes, é hora de procurar ajuda.
Detectar os problemas o mais cedo possível é a melhor forma de corrigi-los e evitar situações graves. "Quando os adolescentes já protagonizam episódios violentos como o que vemos atualmente nas escolas, eles ficam confusos em relação aos próprios sentimentos, gerando um misto de culpa e raiva pelo que fazem.", afirma Carolina.

O tratamento deve envolver todos os círculos sociais do qual o jovem faz parte (a escola, os amigos e a família), junto com o psicólogo. Indicar a realização de atividades em que eles possam "descarregar" a raiva surge como terapia complementar (praticar esportes ou aprender algum instrumento musical, por exemplo). Fazer o tratamento de maneira correta é a garantia de que o problema não se estenda para a vida adulta.
"Adolescência não é sinônimo de violência. Eles cresceram e adquiriram as possibilidades físicas e intelectuais para se tornarem adultos, mas ainda são subestimados pela idade. Essa situação gera contradições que não são específicas do jovem; é parte da relação entre eles e os adultos", justifica Ana Bock.

Bullying, violência dentro da escola
Fonte: http://poetatorres.blogspot.com.br
O termo está constantemente na mídia, tem ocorrido cada vez mais nas escolas e muitos ainda não sabem o que significa. Ele acontece quando um jovem ou adolescente humilha os colegas mais fracos. Xingar, usar apelidos pejorativos, constranger e agredir física e verbalmente são considerados atos de bullying. Para entender o que está por trás dessas atitudes, um estudo inédito, batizado de Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) e fruto da parceria entre o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE ), está analisando 72 mil adolescentes de toda a rede de ensino pública e privada do país. Os responsáveis vão identificar as condições do ambiente escolar e a ocorrência de vandalismo. "O tema vem crescendo em importância nas escolas, mas ainda não existem pesquisas nacionais que apontem a extensão do problema", comenta Deborah Malta, coordenadora geral de Doenças e Agravos Não Transmíssiveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. A coleta de dados deve ser finalizada neste mês.


FONTE: http://revistavivasaude.uol.com.br/saude-nutricao/74/artigo140098-1.asp

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário.