Na era da perfeição tecnológica e da informação digital, qual é o lugar e/ou o papel da arte? Afirmar ou questionar esse novo cenário?
Por mais que a contemporaneidade traga à luz aos dois tipos de artistas, o grupo que vem trabalhando com a chamada estética glitch assume, sem dúvida, uma posição mais questionadora.
Para artistas como o brasileiro José Irion Neto, a holandesa Rosa Menkman e o norte-americano Phillip Stearns, os bugs e defeitos tecnológicos se apresentam como campo fértil para o surgimento de uma nova estética contemporânea: o glitch.
José Irion Neto
À informação ordenada, o glitch impõe o caos e a fragmentação; aos códigos programados e “imunes”, o glitch contrapõe o acaso e a incompreensibilidade. O processo envolvido nesse esforço implica alterações subversivas nos códigos-fonte de obras audiovisuais – por exemplo, embaralhar o código de uma fotografia em um editor de texto. Trata-se, portanto, de adicionar, remover ou subverter dados para que o acaso contamine a bolha de previsibilidade que a tecnologia tende a preservar.
O resultado de suas intervenções é sempre parcialmente imprevisível. Nunca se sabe por completo os efeitos das modificações efetuadas no nível do código. As imagens que você confere a seguir são exemplo disso – veja, na sequência, alguns trabalhos de José Irion Neto.
Abaixo você vê imagens da série Glitch Textiles, de Phillip Stearns. Ela consiste em tapeçarias em crochê cujos patterns são gerados por câmeras fotográficas curto-circuitadas.
Rosa Menkman é outra que explora diversos tipos de código para levar as linguagens digitais às últimas consequências.A holandesa trabalha com imagens estáticas e vídeo, e elabora sua arte glitch em paralelo a pesquisas acadêmicas sérias em torno do assunto. Veja, abaixo, imagens do projeto A Vernacular of File Formats.
Fonte: Zupi.com.br e via
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