Moura Ramos Indústria Gráfica: livros, revistas, embalagens, sacolas, agendas e impressos em geral.: Quantos padrões de cores você conhece?

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Quantos padrões de cores você conhece?


Um dos maiores problemas em trabalhos gráficos se referem a cores.

É comum vermos problemas de clientes reclamando que as fotos saíram verdes, ou com variação no tom da logomarca que foi enviada.

A grande maioria das vezes este problema acontece devido a falta de conhecimento de quem desenvolveu a arte final.

Por isso perguntamos:

Quantos padrões de cores você conhece?

O que acontece quando usamos o padrão errado?

Padrões de cores

Observe a figura ao lado. Ela foi retirada de um programa gráfico Corel Draw e está presente em praticamente todos os programas gráficos do mercado.

tela de mudança de padrão de cores do corel draw
Tela com os padrões de cores no Corel Draw
  1. Note que todo programa gráfico permite o uso de mais de um padrão de cor. Alguns são direcionados para um  campo específico como artes gráficas, web, televisão e outros são mais genéricos como o próprio Corel Draw, muito citado neste blog.

Certos padrões são amplamente usados. Outros são raramente usados, servindo para aplicações específicas.

No exemplo ao lado você pode notar os padrões CMY, CMYK, RGB, HSB, HLS, Lab e YIQ.

Alguns podem se perguntar, e o pantone? O pantone e outros nomes mais são tabelas de cores padronizadas pelo mercado e serão citadas em outros posts.

Vamos falar agora dos principais padrões de cores, suas origens, como chegaram a nós e onde devem ser usadas.

RGB
As cores RGB provavelmente são as mais conhecidas, são usadas em nossos monitores. As cores são a resposta que chega aos nossos olhos quando a luz reflete nos objetos.
Nós vemos luz.

Quando se reflete toda luz vemos o branco, quando se absorve toda a luz vemos o preto. Por isso o sol quando bate no espelho nos queima os olhos. Vemos todo o branco da luz nos causando cegueira. Quando olhamos uma caverna a luz não bate em nada, ficando tudo absorvido (ou nada refletido) e vemos o preto. Os objetos refletem de maneiras diferentes a luz. Uma folha verde, absorve tudo exceto o verde, e vemos o verde.

O nome RGB vem das cores básicas deste padrão: Red (R – vermelho em inglês), Green (G – verde em inglês) e Blue (B – azul em ingles). A soma delas pode ser observada no experimento em que se gira estas cores muito rapidamente e para nossos olhos só aparece a cor branca.
Onde usamos o RGB? O RGB está presente em quase todos os dispositívos opticos: Monitor, scanner, máquina fotográfica, câmera de filmagem e outros.

Quase tudo que é feito na web está em cores RGB. Quando capturamos uma imagem em nosso micro (com a tecla Prt Sc SysRq do teclado por exemplo) a imagem fica em RGB.

Isto causa um problema nos trabalhos gráficos. Toda entrada de material está em RGB e deve ser convertida para CMYK. Neste post você encontra uma das formas de fazer esta conversão. Os bons programas gráficos fazem esta conversão sem o menor problema. Nos programas gráficos geralmente falamos de variações de 0 a 255 em cada uma delas, ou na web em hexadecimal de 00 a FF.

CMY

O padrão CMY é usado muito raramente. Mas vai servir para nós entendermos o próximo padrão.

Ainda na origem do homem, enquanto descobria as cores pintando nas paredes das cavernas, o homem começou a usar pela primeira vez os pigmentos. Minerais e vegetais batidos permitiam a obtenção de corantes que misturados a água ou a óleos permitiram ao homem mostrar o seu mundo através de pinturas. O carvão foi um destes primeiros pigmentos.

direrença entre o RGB e o CMY e CMYK
direrença entre o RGB e o CMY e CMYK
  1. Logo o homem viu que três deles permitiam fazer quase todas as cores possíveis. Eram eles: Cian (C – ciano ou azul claro), Magent (M – magenta ou rosa escuro) e Yellow (Y – Amarelo). Mesmo tendo as cores do padrão RGB, estes não se prestavam quando se tratavam a serem misturados, tendendo a sempre dar uma cor escura próxima ao marrom. As cores misturadas mostravam não mais a sua reflexão e sim a absorção das luzes como pode ser observado na figura ao lado. Já as cores CMY permitiam fazer quase todas as cores inclusive o RGB. Deste este momento, sempre que se pensa em pintar qualquer substrato (como papel por exemplo), pensa-se nas cores CMY. Estas cores não reproduziam bem o preto e por isso foi adicionada uma nova cor ao processo… é o caso do próximo padrão.
CMYK

Agora vocês entendem por que deixei pra falar depois. O CMYK, junta as cores de processo gráfico e reforça os tons escuros com uma cor preta. O K vem de blacK. Escolheu-se a letra K para diferenciar o B de blue do RGB. Praticamente todas as cores que vemos podem ser impressas no sistema CMYK. Nos orçamentos gráficos você deve conhecer ele como 4×0 ou 4×4.

Este é o padrão usado por quase todas as gráficas. O espectro do RGB é um pouco maior, atingindo algumas cores que o CMYK não consegue reproduzir. Por exemplo você não vê aquele azulão do monitor impresso por aí. Não é possível atingir aquela cor com os pigmentos. O verde também é meio problemático.

Existem outros padrões que adicionam outras cores ao padrão CMYK para melhorar estas cores. Mas são padrões que saem caros devido a grande quantidade de cores e a necessidade de máquinas especiais para executarem os trabalhos. Essas cores nem são citadas pelos programas gráficos comuns.

Nos programas gráficos geralmente falamos de variações percentuais de 0 a 100 em cada uma delas.

HSB

O HSB é um padrão que já foi muito usado em fotografia. Ele significa Matriz (H – Hue), Saturação (S – aturation) e Brilho (B – Bright).

A matriz nada mais é que um valor que passeia por todas as cores do arco-íris a citar 0 graus para o vermelho, 60 graus para amarelo, 120 graus para verde, 180 graus para o ciano, 240 graus para o azul, 300 graus para o lilás e 360 graus de volta para o vermelho.

A variação que vai do branco para a cor escolhida é chamada de saturação sendo 0% para o branco e 100% para a cor escolhida. A variação que vai do preto para a cor é chamada de brilho, sendo 0% para o preto e 100% para o brilho.

Eu falei no inicio do texto que era usada em fotografia. na fotografia antiga a revelação era fotoquímica. Nele usávamos vários produtos químicos para realçar as cores e depois trabalhávamos com a saturação e o brilho das fotos.

Creio que alguns fanáticos do Photoshop agora vão poder entender agora como tratar aquelas fotos escuras em que o flash não atuou. A resposta é matriz, saturação e brilho. tá lá em todo programa de edição de fotos.

HSL
Padrão de cor HSL ou HLS
Padrão de cor HSL ou HLS
O HSL ou HLS, ou seja Matriz, Iluminação (L – Light) e Saturação, é parecido com o padrão anterior, só que ele ao invés de ser voltado para a revelação fotográfica, é voltado para o momento que estamos fotografando ou filmando.

Quando batemos uma foto no escuro perde-se matriz (informação de cor) e é necessário iluminar melhor o objeto.
Se você tentar mexer nas cores por este processo possivelmente vai sentir alguma dificuldade, como aconteceu comigo.

Para se ver plenamente as cores temos que ter saturação 100% e Luz intermediária (50%). Nessa situação temos todas as cores disponíveis na matriz.

Se a luz estiver em 0%, qualquer que seja a matriz ou saturação, só teremos preto. Daí para 50% teremos cores escuras atuando na matriz e saturação. Se ficar de 50% a 100% teremos cores claras à pálidas.

A saturação deixa as cores cinzentas quando é baixa e vivas quando é alta.

Se você quer fazer cinema ou fotografia profissional. Faça bom uso da ferramenta. A variação numérica deste padrão é similar ao padrão anterior.

CIE Lab

As cores lab (que eu não descobri o significado) usa uma variação do padrão RGB com os conceitos de iluminação dos outros sistemas. é um padrão desenvolvido pelo mercado como solução para calibração dos diversos padrões e sistemas de cores.

O L controla a luz. Ele vai de preto (0%) a Branco (100%). O “a” varia do verde (G do RGB quando está em -128) até a mistura de R e B que dá o magenta, passando sempre pelo branco ou preto dependendo da atuação do canal L. De maneira similar o “b” varia de azul (B – em -128) até a mistura de G e R que é o amarelo (quando em 128) , também passando pelo branco ou preto dependente do L.

Pelo que me lembro e só agora me toquei, este é o padrão usado pela transmissão analógica de TV, onde na banda utilizada (faixa de frequencia do canal), se transmite um pedaço com o som, outro com a iluminação (L – light) e outro mais largo com a soma dos canais a+b que serão posteriormente sepadrados por filtros eletrônicos. Fácil? Eu não acho, mas foi para isso que foi usada e graças a ele temos 13 canais de TV transmitidas por ar ao invés de uns 4 canais.

Com a tecnogia digital com seus mais de 100 canais parece brincadeira, mas graça a isso o mundo não ficou ainda mais populoso (onde não tem TV as famílias são enormes).

YIQ

Vou contar um segredo pra vocês. Ao chegar no padrão YIQ fiquei em dúvida de qual é o padrão das TVs realmente e posso estar falando besteira. Mas vamos prosseguir, e esperar para ser corrigido por algum leitor.

O padrão YIQ é muito similar ao Lab. O canal Y é responsável pela iluminação indo de 0 para as cores escuras e 255 para as cores claras.O I varia de vermelho claro a azul escuro. O Q varia de verde claro a magenta escuro.

Você pode notar uma grande similaridade com o padrão anterior, só que agora as variações são entrelaçadas com a iluminação.

Quem é do tempo do video-cassete já deve ter ouvido os termos entrelaçar e desentrelaçar. Este é o padrão que foi muito usado nestes tempos e equipamentos devido as características ferromagnéticas das fitas cassetes a gravação era oblíqua, lembra?

Se for trabalhar em edição de vídeos na globo, lembre-se de mim.

Outros “padrões”
Exemplo de tabela Pantone
Exemplo de tabela Pantone


Aí você se pergunta: E os outros padrões? E o Pantone, HKS, TRUMATCH, etc. Não são padrões de cor?

O Pantone, HKS, TRUMATCH, etc. São tabelas de cores padronizadas pela industria que servem para fabricação de tintas especiais a serem usadas na impressão. São usadas comumente por grandes empresas que usam uma cor específica na sua logomarca ou em trabalhos que apresentam uma cor como padrão para impressão (ex.: prata usado por algumas montadoras de carros).

Se for escolhida uma destas cores temos duas possibilidades:

1) pagamos mais caro pela impressão usando aquela cor específica (cores pantone custam muito caro).

2) aceitamos que seja feita uma aproximação e vivemos com as variações pertinentes do processo CMYK.

Como assim variação de cor?

Este blog fala ‘quase” especificamente de impressão gráfica. Quando usamos uma cor pantone a cor vai ser sempre a mesma. Ela pode ficar mais escura ou mais clara conforme o grau de “embriaguês” (brincadeira…) do impressor.

Quando usamos cores CMYK temos 4 cores para variar com o tal grau de “embriaguês” do impressor. Perdoem-me a brincadeira, mas o fator humano deve ser realmente questionado. Você pode testar no seu ambiente de trabalho.

Espalhe diversas cores na sua mesa de trabalho e varie a iluminação do ambiente. Tente luz natural, lampadas incandecentes, fluerescentes, em maior ou menor número. Você vai ficar impressionado com o resultado.

O estado do impressor também varia muito. Ele pode estar atento, percebendo qualquer variação ou estar meio “desleixado”, deixando passar variações de cor facilmente. O próprio trabalho também pode ser propício a variações como no post o segredo do cartão de visita barato. Muitos trabalhos diferentes na mesma chapa causam uma dificuldade adicional no controle das cores. A padronização e conhecimento destas dificuldades podem nos ajudar muito a evitar estes problemas.
Cores como o bege que tem tons suaves de todas as cores quando variam uns 10 pontos (pontos e não percentual como falam muitos) pode oscilar para qualquer uma das cores básicas. É muito percepitível na impressão e difícil de controlar (você já viu aquelas caras de “Hulk”?). Quando as cores são mais escuras as variações são menos perceptíveis, mas os marrons ainda são problemáticos (embora tenham-se menos reclamações).

DICA

A dica é usar cores com menor mistura.

Quase sempre você pode substituir uma cor com as três cores basicas por um tom maior de preto. Por exemplo: C 50 M 60 Y 40 K 20 pode ser substituido por C 10 M 20 Y 0 K 60 ficando num tom quase igual e sem a presença do amarelo pra dificultar.

Outro exemplo C 80 M 20 Y 80 K 10 pode ser feito com C 60 M 0 Y 60 K 30. pegou o espírito da coisa? Evita-se com isto problemas de cor sem perder qualidade.

Nem todos nós somos do tamanho da Coca-cola que pode exigir de seus fornecedores a cor vermelho coca-cola e ser atendido (eles pagam por isso, mas na quantidade pedida nem se sente).

CONCLUSÃO

Quando falamos de cor, não há cor principal e sim uso principal.

Para cada meio há um padrão de cor que melhor se aplica. O mesmo programa usado para fazer sites WEB serve para fazer serviços gráficos, desde que disponha de opções para a determinada mídia. Se o seu programa não tem estes padrões ele não serve para sua aplicação ( word, powerpoint, para gráfica, nem pensar!).

Esperamos ter contribuído para a melhora dos conhecimentos de vocês.

Caso tenham dúvidas basta nos perguntar. Envie um comentário ou um email se preferir. Até +!

Fonte: Cardquali

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