CIDADE DO VATICANO, 13 Mar (Reuters) - Fumaça branca saiu da chaminé
da Capela Sistina nesta quarta-feira, sinalizando que os cardeais
elegeram um novo papa para suceder Bento 16 e assumir o comando da
Igreja Católica, depois de apenas cinco rodadas.
A eleição, ocorrida no primeiro dia completo do
conclave com 115 cardeais, aconteceu mais rápido do que o esperado, uma
vez que não havia nenhum favorito claro na disputa após a renúncia de
Bento 16, no mês passado.
O conclave secreto começou na noite de terça-feira com
uma primeira votação, e nesta quarta-feira outras quatro rodadas
aconteceram. A fumaça branca indicando que o novo pontífice tinha obtido
a necessária maioria de dois terços aconteceu após a quinta votação.
Uma multidão alegre na Praça de São Pedro começou a
gritar e a aplaudir quando começou a surgir a fumaça branca, em meio a
uma chuva persistente e ventos frios.
A identidade do papa será anunciada para o mundo a
partir da varanda central da Basílica de São Pedro em breve, com o novo
pontífice à frente para seu primeiro discurso público e bênção aos fiéis
reunidos.
O italiano Angelo Scola e o brasileiro Odilo Scherer eram apontados como fortes concorrentes.
Além de Scola e dom Odilo, vários outros candidatos
também têm sido citados, como os norte-americanos Timothy Dolan e Sean
O'Malley, o canadense Marc Ouellet e o argentino Leonardo Sandri.
Desde o começo do século 20, só um papa -Pio 12, em
1939- foi eleito nas três primeiras votações. Nos últimos nove
conclaves, houve em média sete votações até a definição. Bento 16, que
era favorito claro em 2005, foi eleito no quarto escrutínio.
Bento 16 abdicou inesperadamente no mês passado,
dizendo que ele não era mais forte o suficiente para enfrentar os
desafios que afligem a Igreja, com um número estimado de 1,2 bilhão de
fiéis.
A Igreja foi abalada pelo escândalo dos abusos sexuais
cometidos por clérigos contra menores e pelo caso "Vatileaks", em que um
mordomo de Bento 16 revelou documentos indicando corrupção e disputas
internas na Cúria Romana.
A instituição tem sido atingida também pelo avanço do
secularismo e de religiões concorrentes no mundo, e por problemas na
gestão do Banco do Vaticano.
(Reportagem de Crispian Balmer) do UOL NOTÍCIAS
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