Praticar escalada é se superar a cada centímetro. Mas quando se trata de alpinistas deficientes físicos a superação começa no solo.
Histórias de superação, conquistas e vitórias são comuns em todo o tipo de esporte. Mas é na escalada que eu mais me surpreendo. Para escalar uma montanha é preciso ter todos os sentidos humanos a mil, mas mesmo assim nem sempre é o suficiente. É por isso que, ao ver alpinistas superando suas “deficiências”, tenho certeza que nós traçamos nossos próprios limites. Basta ter força de vontade, ou não, para superá-los.
Raphael Nishimura:
Veja só. Como eu já havia dito, a vida é feita de escolhas. Raphael poderia muito bem ter ficado em casa, mas ele resolveu vencer seus limites. Hoje ele já entrou para o time de alpinistas deficientes físicos que merecem meu respeito. Seu principal foco é a modalidade Boulder.
- Fundador do Projeto ParaClimbing.
- Eleito Atleta do ano 2012 pela Revista Go Outside.
- Vice-Campeão Mundial de ParaClimbing, na França.
Kevin Shields:
Desde bebê o escocês tem sua mão esquerda considerada defeituosa. Kevin possui apenas o polegar dessa mão, mas isso é o suficiente. Para subir novos paredões e superar novos desafios, Shields de fato se adequou ao esporte. Para fazer suas escaladas, ele posiciona sua mão esquerda de uma forma diferente, buscando o apoio necessário para continuar subindo.
“O primeiro dia que eu tentei algum tipo de escalada, foi como uma porta se abrindo” confessa o bravo rapaz de 31 anos. “Eu me senti brilhante e decidi que gostaria de desbravar as montanhas. E então eu fui me pendurar lá”.
Kevin espera ser exemplo para muitas pessoas no futuro. Bom, parece que isto já está acontecendo. Em 2012 ele foi um dos ícones do para-atletismo que teve o prazer de carregar a chama olímpica em Londres.
Mark Wellman:
Mark já alcançou o cume do El Captain, no Yosemite National Park, EUA. Mas agora ele deseja ir mais além. Cansado do caminho das pedras (desculpem o trocadilho), Wellman deseja subir essa montanha por sua rota mais difícil: o nose.
Essa subida conta com muitas áreas técnicas, difíceis de serem superadas até por uma pessoa com movimentos nas pernas. Para encarar essas rota ele contará com seu equipamento especial, capaz de erguer seu corpo 15cm de cada vez.
Veja como funciona o equipamento cheio de roldanas e mosquetões criado por Mark:
Ele também está no hall da fama dos alpinistas deficientes físicos. Nos Jogos Paralímpicos de 1996, em Atlanta, Mark foi responsável por acender o fogo da tora olímpica. Para esse feito ele subiu com a tocha por uma corda de mais ou menos 4 metros.
E você, ainda acha que tem motivos para ficar aí parado se lamentando? Vamos praticar esportes, eles são o remédio para qualquer tipo de problema.
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