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sexta-feira, 24 de maio de 2013

A Escalada sem limites - Alpinistas deficientes físicos

Praticar escalada é se superar a cada centímetro. Mas quando se trata de alpinistas deficientes físicos a superação começa no solo.

Histórias de superação, conquistas e vitórias são comuns em todo o tipo de esporte. Mas é na escalada que eu mais me surpreendo. Para escalar uma montanha é preciso ter todos os sentidos humanos a mil, mas mesmo assim nem sempre é o suficiente. É por isso que, ao ver alpinistas superando suas “deficiências”, tenho certeza que nós traçamos nossos próprios limites. Basta ter força de vontade, ou não, para superá-los.

Raphael Nishimura:Raphael Nishimura, idealizador do ParaClimbing Brasil.

Raphael Nishimura, Idealizador do ParaClimbing Brasil.

Esse cara é um grande exemplo de superação. Raphael possui uma doença chamada distonia muscular, que atrapalha o envio de sinais do cérebro ao corpo, dificultando seus movimentos. Apesar dos pesares, Raphael escala há mais de 5 anos, e hoje está encabeçado em um projeto que busca formar o primeiro grupo brasileiro de alpinistas deficientes físicos, o ParaClimbing Brasil.

Veja só. Como eu já havia dito, a vida é feita de escolhas. Raphael poderia muito bem ter ficado em casa, mas ele resolveu vencer seus limites. Hoje ele já entrou para o time de alpinistas deficientes físicos que merecem meu respeito. Seu principal foco é a modalidade Boulder.


Só para você ter uma noção de como ele foi longe, veja alguns reconhecimentos que giram em torno do nome de Raphael Nishimura:

  • Fundador do Projeto ParaClimbing.
  • Eleito Atleta do ano 2012 pela Revista Go Outside.
  • Vice-Campeão Mundial de ParaClimbing, na França.

Kevin Shields:Kevin Shields, outro alpinista deficiente físico que merece um lugar no hall da fama da escalada. Foto: Steven Gordo

Kevin Shields, outro alpinista deficiente físico que merece um lugar no hall da fama da escalada.
Foto: Steven Gordo

Tá ai mais um cara que trocou o sofá de casa pela cadeirinha de escalada sem pensar em suas limitações. Kevin Shields, conhecido por superar grandes paredões, é mais um dos alpinistas deficientes físicos que foram além.

Desde bebê o escocês tem sua mão esquerda considerada defeituosa. Kevin possui apenas o polegar dessa mão, mas isso é o suficiente. Para subir novos paredões e superar novos desafios, Shields de fato se adequou ao esporte. Para fazer suas escaladas, ele posiciona sua mão esquerda de uma forma diferente, buscando o apoio necessário para continuar subindo.

“O primeiro dia que eu tentei algum tipo de escalada, foi como uma porta se abrindo” confessa o bravo rapaz de 31 anos. “Eu me senti brilhante e decidi que gostaria de desbravar as montanhas. E então eu fui me pendurar lá”.


O filme “Single Handed”, estrelado por Kevin Shields, faz parte de uma série de quatro filmes de escalada, chamada “Monkey See Monkey Do”, e mostra a história de luta e superação do alpinista escocês. No filme vemos alguns dos desafios sendo superados. Montanhas cheias de neve, Boulder e paredões de várias inclinações são alguns deles.

Kevin espera ser exemplo para muitas pessoas no futuro. Bom, parece que isto já está acontecendo. Em 2012 ele foi um dos ícones do para-atletismo que teve o prazer de carregar a chama olímpica em Londres.

Mark Wellman:Mark Wellman e seu equipamento que auxilia sua escalada.

Mark Wellman e seu equipamento que auxilia sua escalada.

Wellman ficou paralítico após sofrer um acidente ao fazer escalada em 92. Para contornar os problemasele criou um sistema de roldanas que permitem que ele faça alpinismo mesmo sem os movimentos das pernas.

Mark já alcançou o cume do El Captain, no Yosemite National Park, EUA. Mas agora ele deseja ir mais além. Cansado do caminho das pedras (desculpem o trocadilho), Wellman deseja subir essa montanha por sua rota mais difícil: o nose.

Essa subida conta com muitas áreas técnicas, difíceis de serem superadas até por uma pessoa com movimentos nas pernas. Para encarar essas rota ele contará com seu equipamento especial, capaz de erguer seu corpo 15cm de cada vez.

Veja como funciona o equipamento cheio de roldanas e mosquetões criado por Mark:

O processo de subida vai demorar cerca de uma semana e levará mais ou menos 7 mil flexões para o alpinista. “É um processo lento e meticuloso”, diz o atleta. “Vai haver muitos movimentos difíceis”.

Ele também está no hall da fama dos alpinistas deficientes físicos. Nos Jogos Paralímpicos de 1996, em Atlanta, Mark foi responsável por acender o fogo da tora olímpica. Para esse feito ele subiu com a tocha por uma corda de mais ou menos 4 metros.

E você, ainda acha que tem motivos para ficar aí parado se lamentando? Vamos praticar esportes, eles são o remédio para qualquer tipo de problema.

Fonte: Hiperativos

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