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terça-feira, 28 de maio de 2013

Exposição de Burle Marx na Estação Ciências em Cabo Branco

Hoje, a partir das 19h na Estação Ciência - Cabo Branco (em João Pessoa, Paraíba) haverá a exposição do artista plástico Burle Marx.
A exposição "Roberto Burle Marx - A Figura Humana na Obra em Desenhoapresenta 120 desenhos do artista produzidos de 1919, aos dez anos de idade, até 1950. Parte integrante e inédita do acervo com mais de três mil peças do Sítio Roberto Burle Marx, a seleção sintetiza o período inicial de sua produção no campo das artes plásticas, marcado pelo ensino acadêmico. 

Feitas sobre papel em carvão, grafite, nanquim, lápis de cor, crayon, giz de cera, hidrocor e guache, as obras expostas se subdividem em dois amplos conjuntos: 

No primeiro deles, há retratos, nus e esboços de figuras, nos quais se percebe a passagem de preocupações relacionadas ao domínio técnico, como o uso do claro-escuro e a proporcionalidade do corpo humano, ao desenvolvimento de uma linguagem própria, inspirada pelo traço cubista e já próxima da abstração, da qual se depreende a generosidade de seu olhar a respeito do ser humano. Veem-se tanto familiares e amigos quanto figuras do povo, expressão com a qual ele próprio se referia àqueles em que se podiam notar características regionais.

O segundo conjunto contempla diversas cenas cotidianas, nas quais cadeiras, mesas e copos denotam a ambiência de bares e restaurantes. Personagens recorrentes, como fuzileiros, marinheiros e jogadores de bilhar, participam de uma atmosfera em que, por vezes, o ponto de vista do observador parece participar das trocas de olhares e palavras comuns a esses locais de convivência e entretenimento.

A exposição tem a curadoria de Ianara Costa Hass, produção de Roberto Padilla, com curadoria local da artista plástica Lúcia França. A Figura Humana passou um período no Museu Nacional dos Correios em Brasília, no Centro Cultural Correios no Rio de Janeiro e no Recife.A diretora geral da Estação Cabo Branco, Marianne Góes, ressaltou a importância da mostra para a cidade de João Pessoa , oferecendo oportunidade única aos paraibanos para conferir uma mostra de alto nível e gratuitamente.


Quem é Burle Marx – Conhecido internacionalmente como um dos mais importantes arquitetos paisagistas do século 20, Roberto Burle Marx estudou pintura em Berlim, na Alemanha, no final dos anos 1920. Lá, ele era frequentador assíduo do Botanischer Garten Und Botanisches Museum Berlin-dahlem, o mais antigo jardim botânico alemão, fundado no século 17 como um parque real para flores, plantas medicinais, vegetais e lúpulo (para a cervejaria do rei).
Esse jardim foi reformado no início do século seguinte e se tornou um dos mais importantes centros de pesquisa em botânica da Europa. Foi lá, a mais de 10.000 km de sua casa no Rio de Janeiro, que o rapaz de 19 anos notou pela primeira vez a beleza das plantas tropicais e da flora brasileira.
Burle Marx destacou-se também como pintor, escultor, tapeceiro, ceramista e designer.
De volta ao Brasil, ele continuou seus estudos na Escola de Belas Artes, no Rio. Os jardins planejados por Burle Marx eram comparados a pinturas abstratas, alguns bem curvilíneos, outros de linhas retas, usando plantas nativas brasileiras para criar blocos de cor.
Além de paisagista de renome internacional, ele também foi um pintor notável, escultor, tapeceiro, ceramista e designer de joias.
Seu primeiro projeto paisagístico foi o jardim de uma casa desenhada pelos arquitetos Lucio Costa (que projetou Brasília) e Gregory Warchavchik, em 1932. Dali em diante não parou mais de projetar paisagens, pintar e desenhar.
Em 1949, Burle Marx comprou uma área de 365.000 m2 em Barra de Guaratiba, no Litoral do Rio de Janeiro. Ali começou a organizar sua enorme coleção de plantas. Em 1985 ele doou a propriedade à Fundação Pró-Memória Nacional, entidade cultural do governo federal que atualmente se chama Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Hoje em dia pode-se encontrar um jardim ou uma estufa projetados por Burle Marx em várias partes do mundo, como em Longwood Gardens (Filadélfia), na Universidade da Califórnia, na cobertura da sede de um banco paulista, no aterro do Flamengo (Rio de Janeiro), em Caracas (Venezuela).
Mesmo sem ter uma educação formal em arquitetura paisagística, o aprendizado de Burle Marx na pintura influenciou a criação de seus jardins. Ele aceitava, embora de forma relutante, que “pintava” com as plantas. Mas seu trabalho não pode ser reduzido ao efeito pictórico e visual produzido por suas paisagens. Marx se auto definia como um artista de jardins.
Conhecido por sua preocupação ambiental e pela preocupação com a preservação da flora brasileira, ele inovou ao usar plantas nativas do Brasil em suas criações e isso se tornou sua característica marcante. Foi ele quem valorizou as bromélias, por exemplo, e tornou-as populares: hoje essas plantas naturais da Mata Atlântica se tornaram conhecidas e são cultivadas em viveiros para serem vendidas. O “estilo Burle Marx” tornou-se sinônimo de paisagismo brasileiro no mundo.

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